quinta-feira, 30 de julho de 2020

A análise dos sonhos

Jung acentuou a diferença existente entre um SINAL e um SÍMBOLO.

  • SINAL -  é sempre menos do que o conceito que ele representa. O sinal é algo pensado e voluntário, do consciente.
  • SÍMBOLO - é sempre mais do que o conceito que ele representa. O Símbolo é algo espontâneo, do inconsciente. O que acontecem nos sonhos, onde os símbolos surgem espontaneamente, assim como em todos os tipos de manifestações psíquicas, pensamentos, sentimentos simbólicos, situações ou atos simbólicos.

Jung percebeu que haviam muito símbolos , cuja natureza e origem, não eram individuais, mas sim, coletivas, sobretudo, imagens religiosas que são, efetivamente representações coletivas que procedem de sonhos primitivos e de fecundas fantasias.

"Aprendam tanto quanto puderem a respeito do simbolismo; depois, quando forem analisar um sonho, esqueçam tudo."(JUNG) 

Ele quis mostrar que nenhum sonho pode ou deve ser interpretado dentro de um padrão ou definição, e que deve, sobretudo, ser analisado, juntamente àquele que sonhou, pois esse diz respeito a própria pessoa, à vida da pessoa, a seu próprio mundo e a realidade total da pessoa, e não deve ser interpretada a partir da perspectiva e valores de outrem. Isso tornaria a análise mecânica, o que perderia a personalidade psíquica da pessoa que sonha. com isso, Jung desistiu de usar o tratamento hipnótico para não impor aos clientes, aquilo que ele mesmo pensava. Acreditava que o processo de cura deveria nascer da própria personalidade do cliente, e não de sugestões do terapeuta. Para ele, o indivíduo era a única realidade e deveria viver a vida de acordo com seus desejos.


REFERÊNCIAS:
JUNG, Carl. G. O homem e seus Símbolos. Editora Harper Collins. Rio de Janeiro, 2020. Cap. 1 Chegando ao Inconsciente, p. 64-69

A função dos sonhos

A vida onírica, ou seja, os sonhos, se constitui o solo de onde, originalmente, nasce a maioria dos símbolos. Os sonhos têm uma textura diferente, no qual se acumulam imagens que parecem contraditórias e ridículas, perde-se a noção do tempo e as coisas mais banais podem se revestir de um aspecto fascinante ou aterrador, disse Jung.

Ele afirma que as ideias de que nos ocupamos na vida diurna e aparentemente disciplinada nem sempre é como que acreditamos que seja, pois qualquer coisa que tenhamos experienciado ou vivido pode se tornar subliminar, passando a fazer parte do inconsciente.

Jung concluiu que pessoas que vivem em níveis diferentes, experiências sociais,políticas, religiosas ou psicológicas dão a cada indivíduo uma noção individual e particular, no significado e sentido das coisas. E que, pessoas de mesmo nível cultura tendem a apresentar significados semelhantes. Com isso, Jung afirma que "todo conceito da nossa consciência tem suas associações psíquicas próprias." E à medida em que são impulsionadas abaixo do nível da consciência, o conceito das coisas podem ser bem diferentes.

Os sonhos apresentam imagens mais vigorosas e pitorescas do que quando estamos acordados, o que pode expressar o seu sentido inconsciente em relação a essas imagens ou ideias sonhadas. Os pensamentos racionais são controlados pelo nosso consciente. Os sonhos se apresentam de maneira simbólica, por meio, por exemplo, de metáforas as quais se diz ou escreve algo para designar outro objeto ou qualidade semelhante. Exemplos de metáforas:
  • você pode montar nas minhas costas, significa: pouco importa o que você fala de mim; 
  • ele tem vontade de ferro, significa: ele tem vontade firme.
Pode haver dificuldade de captar o conteúdo emocional da linguagem ilustrada nos sonhos, pois na vida cotidiana acabamos rejeitando os adornos da fantasia, nos distanciando da mentalidade instintiva e primitiva que há em todos os seres humanos. Esses fenômenos estão abaixo do limite da consciência e quando reaparecem, as pessoas tendem a dizer que algo vai errado com elas.

Jung chama atenção para os medos que surgem do inconsciente sem uma causa percebida ou identificada, e que acaba afetando o comportamento das pessoas na vida cotidiana. 

Ao comparar o homem moderno ao homem primitivo, Jung conseguiu perceber que se trata do mesmo homem de sempre mas que, porém, possui diferentes interpretações em função dos tempos em que viveu. essas comparações permitiu que ele compreendesse a tendência do homem em construir símbolos e a participação dos sonhos em expressá-los. Com isso, descobriu que muitos sonhos apresentam imagens análogas, ideias, mitos e ritos primitivos.

Constatou que associações e imagens são parte integrante do inconsciente, e podem ser observadas em todo canto, no sonhador instruído ou analfabeto, inteligente ou obtuso. Essas associações históricas são o elo entre o mundo racional da consciência e o mundo do instinto.

Jung chama atenção do contraste entre o pensamento "controlado" que temos quando acordados e conscientes, e a riqueza das imagens produzidas pelos sonhos, que não temos controle e são inconscientes. Os pensamentos quando controlados nem sempre nos faz mudar de comportamento. Jung acreditava que era necessário haver alguma coisa mais eficaz para que se mude de comportamento ou de atitude, e que essa cosia estaria nos sonhos, com seu simbolismo, energia psíquica que nos obriga a dar-lhe atenção.

As mensagens do inconsciente têm uma importância bem maior do que imaginamos.

A vida consciente tem todo tipo de influência sobre as pessoas. As pessoas nos estimulam ou deprimem, ocorrências na vida profissional  ou social desviam a nossa atenção, e todas essas questões podem nos levar aos caminhos opostos e, portanto, à nossa Individuação. quanto mais influenciada por preconceitos, erros, fantasias e anseios infantis, mais a nossa consciência tende a se dissociar, distanciando-se dos instintos normais da natureza e da verdade. 

Jung acredita que os sonhos fornecem o material onírico capaz de restabelecer a nossa balança psicológica, afim de restabelecer o equilíbrio psíquico total, como uma função compensatória dos sonhos da constituição psíquica do sujeito. assim, os sonhos compensam as deficiências de suas personalidades e, ao mesmo tempo, previne-as dos perigos de seus rumos atuais. Por essa razão, não devem ser rejeitados, mas sim, notados, observados e analisados.

Segundo Jung os sonhos podem revelar certas situações muito antes de acontecerem, isso se explicaria, por aquilo que deixamos inconscientemente de ver, o nosso inconsciente registraria e transmitiria informações por meio dos sonhos, como uma advertência.

"Para benefício do equilíbrio mental e mesmo da saúde fisiológica, o consciente e o inconsciente devem estar completamente interligados, a fim de que possam se mover em linhas paralelas." Quando esses se separam ocorre a dissociação da personalidade  e os distúrbios psíquicos aparecem.

Jung considerava uma tolice guias pré-fabricados que interpretam sonhos. Para ele, nenhum símbolo onírico pode ser separado da pessoa que o sonhou, assim como não existem interpretações definidas e específicas para qualquer sonho.



O sonho recorrente é considerado um fenômeno digno de apreciação. Jung afirma que esse tipo de sonho é algum tipo de compensação para algum defeito particular que existe na atitude do sonhador em relação à vida, ou ainda, pode ser um trauma que tenha deixado marca, ou uma antecipação de algo que esteja por acontecer.


REFERÊNCIAS:
JUNG, Carl. G. O homem e seus Símbolos. Editora Harper Collins. Rio de Janeiro, 2020. Cap. 1 Chegando ao Inconsciente, p. 43-63

O passado e o futuro no inconsciente

Segundo Jung, os sonhos são materiais fundamentais para  investigar a faculdade humana de produzir símbolos, e considera dois pontos essenciais acerca dos sonhos:

  • só cabe a única suposição de que todo sonho tem um certo sentido.
  • aceitar o sonho como expressão do inconsciente.
Quando alguma coisa escapa da consciência , não significa que deixou de existir. Muitos pensamentos que temos podemos esquecê-lo, mas em algum momento ele vai reaparecer do inconsciente. da mesma, forma vamos pegar algo e no meio do caminho esquecemos o que fomos buscar. Em algum momento vamos lembra porque o nosso inconsciente trará a tona. Isso acontece quando fazemos coisas automaticamente, sem a consciência do que estamos fazendo no momento, como não ter consciência das ações que pratica: ouve mas está surda, vê mas esta cega. Esse é um processo normal quando certos pensamentos conscientes perdem sua energia, por desvio de atenção.

Aquilo que fica esquecido no inconsciente fica em estado subliminar, para além do limiar da memória, podem ressurgir espontaneamente a qualquer momento.

Aquelas recordações esquecidas, guardadas em estado subliminar que não podem ressurgir voluntariamente, são chamadas de conteúdos recalcados.

Podem ocorrer conteúdos intencionais e voluntários, que se originam do Ego, e conteúdos involuntários e espontâneos da mente do sujeito, que se originam do inconsciente, sendo muito importante fazer essa distinção.

Jung explica que o inconsciente não é apenas um simples depósito do passado, mas possui ideias novas e futuras, que nunca foram conscientes, e portanto, são desconhecidas.

Ele assinala que a capacidade da psique em produzir esse material novo é particularmente significativa quando se trata de simbolismo no sonho, e que as ideias contidas nos sonhos não podem ser vistas apenas em termos de memória, mas que expressam pensamentos que ainda não chegaram no limiar da consciência.





REFERÊNCIAS:
JUNG, Carl. G. O homem e seus Símbolos. Editora Harper Collins. Rio de Janeiro, 2020. Cap. 1 Chegando ao Inconsciente, p. 34-42.

A importância dos sonhos





A linguagem seja escrita ou falada, que o homem utiliza para se comunicar é cheia de símbolos.

"...símbolo é um termo, um nome ou mesmo uma imagem que nos pode ser familiar na vida cotidiana, embora possua conotações especiais além do seu significado evidente e convencional. Implica alguma coisa vaga, desconhecida ou oculta entre nós."(JUNG)



Considerações importantes acerca dos símbolos:
  • Geralmente conhecemos o objeto mas ignoramos suas implicações simbólicas. 
  • É preciso observar a mensagem subliminar que os símbolos trazem, para cada indivíduo.
  • Uma palavra ou imagem é simbólica quando implica alguma coisa além do seu significado manifesto e imediato.
  • Ao explorar um símbolo, a mente é condizida  a ideias que estão fora do alcance da nossa razão. (inconsciente).
  • O homem produz símbolos, inconsciente e espontaneamente, na forma de sonhos.
  • Os sentidos do homem limitam a percepção que este tem do mundo à sua volta. O conhecimento consciente tem seus limites, e não consegue transpor para além desse limite.
Toda experiência contém um número indefinido de fatores desconhecidos, por isso mesmo, a realidade concreta tem aspectos que ignoramos, e portanto, não temos consciência deles. Porém é preciso considerar que:
  • Eles são registrados inconscientemente.
  • Ficam abaixo do limiar da consciência.
  • Pode emergir por intuição ou autorreflexão.
  • Pode aparecer através de sonhos, revelando aspectos inconscientes, de forma simbólica.
Os psicólogos admitem a existência de uma psique consciente e outra psique inconsciente, como se fossem duas personalidades dentro de um mesmo indivíduo, o que é completamente normal, não tendo aí nada de patológico. 

A psique abrange o consciente e o inconsciente do indivíduo, e por esta razão, não se pode defini-la, da mesma forma que não se pode definir a natureza.

Os SONHOS  são o mais fecundo e acessível campo de exploração para quem deseja  investigar as formas de simbolização do homem.  

Sigmund Freud foi pioneiro no estudo dos sonhos, e chegou a conclusão de que não são produtos do acaso, mas que estão associados a pensamentos e  problemas conscientes. 

Jung cita como exemplos de sintomas físicos ocasionados na neurosa, que podem estar relacionadas a problemas enfrentados pelo sujeito:
  • não consegue engolir - pode não estar conseguindo engolir a situação que enfrenta.
  • ter acesso de asma - não consegue mais respirar a atmosfera de sua casa.
  • ter paralisia nas pernas - não pode andar ou continuar dessa forma.
  • sempre vomita quando come - não pode digerir determinado fato.
Os símbolos oníricos, ou seja, os símbolos que surgem nos sonhos, sempre aparecem com mais frequência do que as situações físicas. Os sonhos tem uma significação própria, variando de indivíduo a indivíduo, pois expressaria i que de específico o inconsciente do sujeito estaria tentando dizer. É preciso levar em conta que nos sonhos as dimensões de espaço e tempo são diferentes, e que os sonhos tem seus próprios limites, permitindo que se analise apenas a parte clara e visível deste. Jung afirma trabalhar apenas em torno da imagem do sonho, e por diversas vezes, repetiu a frase ao seu cliente: "Vamos voltar ao seu sonho. O que dizia o sonho?"

As pessoas ignoram os sonhos por se tratar de conteúdos dos quais sua consciência ainda não tem domínio, são conteúdos do inconsciente, e as pessoas tendem a desprezar tudo que é desconhecido, trazendo a tona o "misoneísmo" medo profundo e supersticioso do novo.

REFERÊNCIAS:
JUNG, Carl. G. O homem e seus Símbolos. Editora Harper Collins. Rio de Janeiro, 2020. Cap. 1 Chegando ao Inconsciente, p. 15-33

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Morte e Apoteose - Aula 15 - Mitologia grega e Apoteose

A jornada do Herói rumo a apoteose continua com A Morte e Apoteose de Héracles.

  • Casamento com Dejanira. na corte do sogre Eneu, matou por acidente o copeiro Eunômono. Héracles resolve partir com a esposa, túnica do centauro Nesso.
  • disputa com o Rei Êurito, por lole, enlouquecido pela segunda vez, assassinato de Ifito.
  • Purificação pelo oráculo de Delfos, três anos como escravo.
Héracles vai embora com dejanira e ao fazer a travessia de um rio do centauro nesso, que tentou violentá-la na travessa enquanto travessava com Dejanira no seu dorso. Héricles percebeu e esperou chegar do outro lado do rio, e flechou o centaur, que antes de morrer deu a Dejanira uma túnica que serviria como amuleto para ser usado quando estivesse pra perder seu amado.

Héricles disputa em arco e flecha com o Rei Êurito, disputando a filha dele, mesmo ele sendo casado. O Rei não permite que ele fique com o prêmio por já ser casado, vai embora ensandecido, e acaba matando Ifito. Héracles vai até o oráculo de novo buscar a purificação, mas lhe é negado. Com isso, Apolo enfrenta Héracles, ao ponto de que Zeus intercedeu e deu a purificação na condição de que Héracles se tornasse escravo durante 3 anos. Ele se casa com a rainha Onfale, que está ligada a umbigo, que simbolicamente, representa um novo nascimento, uma nova etapa na vida dele.

  • Escravo e marido da Rainha ônfale.
  • Desejando, após a vitória sobre ~Eurito e o fim do exílio, erguer um altar em agradecimento a seu pai Zeus, mandou um seu servidor, Licas, pedir a Dejanira que lhe enviasse uma t[unica que ainda não tivesse sido usada, conforme era de praxe em consagração e sacrifícios solenes.
  • "Envenenado" por Hera, licas disse a Dejanira que seu marido talvez não a desejasse mais. Achando que ele já não a desejava mais, ela envia a túnica.
  • Vestido com a túnica de Nesso, alucinando de dor retorna a Tráquis para Dejanira.
  • Ao notar o estado de Alcides, Dejanira percebeu que o havia matado e se mata, se queima e depois se joga na água e se afoga.
  • No topo do monte Eta acendeu uma pira com a ajuda de Filoctetes, deitou, se queimou, morreu afogado em um ribeiro, Termópilas.
  • Admitido no Olimpo, reconciliação com Hera, casamento com Hebe.
O CURADOR FERIDO
  • Quiron foi um dos instrutores ou educadores de Héracles, mas em um de seus treinamentos, Héricles acerta uma flecha na pata do centauro Quiron, que não teve nada que curasse a ferida. Com isso, Quiron vai em buscar de recursos para cura-lo, mas não encontrou. Ele encontrou no caminho, a cura para muitas outras pessoas. Quiron aceita ir voluntariamente para a morte por conta da ferida aberta que o fazia sofrer. Zeus intercede e o transforma numa constelação.
Daí a importância de olharmos para nossas feridas, nossos complexos, acolhendo isso de forma consciente, o que vai gerar recurso para lidar com os próprios clientes. Somente quando olhemos as nossas feridas abertas, é que adquirimos a capacidade de acolher as feridas dos outros. Daí a necessidade do terapeuta fazer terapia também.

REFERÊNCIAS
Curso extracurricular de Mitologia e Psicologia Analítica
Instituto Freedom
Aula 15 - Morte e Apoteose
Prof. Rangel Fabrete

Os 12 trabalhos de Heracles - Parte III - Aula 14 - Mitologia Grega e Psicologia Analítica


  • Hipólita concordou em entregar-lhe o Cinturão, mas era, disfarçada numa Amazona, trouxe confusão entre os companheiros do herói e as habitantes de Temiscira. Pensando ter sido traído pela rainha, Héracles a matou.
  • Uma outra versão relata que as hostilidades se inciaram, quando Alcides chegou. tendo sido feira prisioneira uma das amigas ou irmã de Hipólita, Melanipe, a rainha das Amazonas concluiu tréguas com o filho de Alcmena e concordou em entregar-lhe o Cinturão em troca da liberdade de Melanipe.
Na primeira versão há algo muito trágica e hostil que é a morte da rainha Hipólita. A segunda houve um rapto e em troca do cinturão ela teria ser libertada. Observa-se no mito a presença da deusa Hera disfarçada de Amazonas.

O cinturão pode ser visto como um símbolo de ligar e religar, símbolo de humildade e submissão, símbolo de poder e da justiça, mas igualmente do "poder castrados", símbolo da continência, o Cinturão de Hipólita passou do "poder castrador"  para o "poder de continência., deixando de ser cisado por uma Amazona, para guarnecer os rins de Admeta sacerdotisa de Hera.

Nesse caso, o cinturão sai da posse da rainha para pertencer a sacerdotisa de Hera. O cinturão foi um presente do deus Ares para a rainha Hipólita, vei de alguém que está a serviço da guerra, da destruição. Tudo que está ligado a conservação do casamento, vem de Hera. Quando passa para sacerdotisa de Hera, o cinturão passa a ter outra representatividade.

Os 12 trabalhos de Héracles vem de Alcides, que quer criar uma contenção para seus impulsos destrutivos e sombrios,e que ao buscar o cinturão está buscando a contenção de suas próprias emoções, seus próprios complexos e sombra destrutiva que Alcides tem.

hera aparece disfarçada trazendo perturbação para Alcides que simbolicamente diz respeito a perturbação que os complexos trazem .

OS COMPLEXOS (PSI ANALÍTICA)
  • Vem do latim, significa feixe, amarrado, junto com.
  • É dos complexos que depende o bem estar ou a infelicidade de nossa vida pessoal.
  • Hoje em dia todo mundo sabe que as pessoas "têm complexos". Mas o que não é bem conhecido e, embora teoricamente seja de maior importância é que os complexos poder "ter-nos" (Jung)
Quando Alcides vai buscar o cinturão, buscar a conciliação, olhar para a questão do inconsciente,  verifica-se a atuação dos complexos personificado na presença de Hera trazendo perturbação.
Os complexos atuam trazendo sensação de desgaste, desânimo, sentir raiva, triste , sem energia, tudo isso representa a atuação de nossos complexos. Isso porque vamos enxergar a vida, as pessoas a partir de nossos valores, onde estão esses complexos. 

OS complexos tem temas interrelacionados. No caso de Hera é uma perturbação de com o complexo materno dela, em relação ao Alcides. Devido às qualidades de Alcides, desperta interesse na rainha Hypólita. Trata-se da jornada de individuação, de como ele vai em direção à sua ânima, e que os complexos de Hera acabam atrapalhando.

COMPLEXO MATERNO traz a capacidade de olhar, cuidar e proteger. Traz os temas relacionados ao Arquétipo da Grande Mãe. O aspecto matriarcal traz esse lado construtivo. O lado destrutivo ocorre quando fica sempre na asa da mãe, incapacidade de seguir adiante, sem tomar atitudes, decidir sobre as coisas. Isso pode afetar os relacionamentos com seus respectivos parceiros. É preciso compreender que cada arquétipo traz em si o seu papel. Mãe, é diferente de esposa, Marido é diferente de pai.

  • A atuação do complexo materno negativo acarreta em baixa autoestima, passividade, falsa submissão, dependência, hipersensibilidade à rejeição, depressão, alcoolismo e outros vícios.
  • Incapacidade de discriminação e tomadas de decisão entre o que é apropriado ou não para si ou para a situação são comuns.
A imagem traz o homem idoso ainda mamando no peito da mãe, numa relação de dependência, sem autonomia para sair dessa situação.

  • Personificação do inconsciente masculino. 
  • Comum aparecer nos sonhos dos homens na imagem de uma mulher.
  • A primeira imagem de anima será a mãe ou cuidadora.
  • A primeira imagem da ânima é a mãe ou cuidadora.
  • Mediadora entre o inconsciente e a consciência do homem.
  • Sempre relacionada aos aspectos emocionais e afetivos, realçando e alterando o humor da consciência masculina.
A falta de consciência, ou ausência de estrutura egóica para dialogar com a ânima está presente em Alcides.  Os homens que são violentos, covardes, que agridem mulheres, filhos, são homens que falta a eles autoconhecimento, a noção de que há um lado inconsciente neles próprios, e a ânima faz essa mediação, geralmente através dos sonhos, no qual o ânimus, ego masculino, precisa estar atendo para percebê-la. No homem a personificação do inconsciente masculino é feminina e é a ânima. Entrar em contato com a ânima é entrar em contato com o inconsciente.


  • Em sua viagem de ida libertara a Líbia de um sem número de monstros e, em seguida, para lembrar sua passagem por Tartesso, ergueu duas colunas, de uma e de outra parte, que separa a Líbia da Europa, as chamadas Colunas de Héracles, isto é, o Rochedo de Gibraltar e o de Ceuta.
  • Taça do sol de Hélio, para atravessar o Oceano.
  • Alcides derrotou o pastor Eurition, o Cão Ortro e o Gigante Gerião, monstro dos amres,  com as flechas envenenadas.
  • Difícil regresso até a Hélade, Itália, Uitulus, vitelo, partir em busca daquele que se perdeu. Luta contra o rei Érix.
  • Ao tocar a margem helênica do Mar Jônio, o rebanho inteiro foi atacado por moscardos, enviados por Hera. Enlouquecidos, os animais se dispersaram pelos contrafortes das montanhas da Trácia.
  • O herói os perseguiu e cercou por todos os lados, mas só conseguiu reunir uma parte. O que sobrou do rebanho foi sacrificado a Hera.
Alcides embarca os bois na praça do sol. Um deles partiu, se afastando e Alcides partiu em busca desse, deixando os outros. Héracles é uma nomenclatura grega, mas Hércules é um nome romano. É partir da´pi que surge a Itália. Alcides luta contra o rei Érix e consegue recuperar o vitelo que se afastou do rebanho. trabalho Hercúleo. 

Esse arquétipo do pastor de rebanho que vai em busca de 1 que está faltando. É uma questão arquetípica de ir em busca daquilo que está faltando. Do ponto de vista psicológico é importantíssimo porque quando se fala de totalidade, esta se falando de olhar para tudo, e as vezes falta apenas uma coisa faltando, que precisa ser buscada para atingir a totalidade. 

Nem sempre conseguimos tudo que queremos, nem sempre as coisas vão depender da gente na jornada. Buscar a totalidade é um dever mas não quer dizer que vai conseguir tudo que deseja, pois nem tudo depende exclusivamente da gente.

Vamos impactar em nossos próprios limites e barreiras, que precisam ser respeitadas. O olhar para a situação deve ser cuidadoso e respeitoso em relação a esses limites e barreiras.

Os bois trazem um  aspecto simbólico ligado ao casamento, relacionado aos opostos. envolve quebrar padrões rígidos, que acontecem há anos, sem ter abertura para o novo. Quebrar paradigmas é esperado em termos de desenvolvimento. É esperado que exista a quebra das regras, é muito difícil aquele adolescente ou a criança, que obedece pai e mãe rigorosamente, não desenvolvendo a a flexibilidade, sendo mais rígido, trazendo complicações com relacionamentos com o próximo, ter abertura, ter autocompaixão com seus erros, ser mais tolerante com o erro do outro. A quebra, o roubo simbólico é esperado em termos de desenvolvimento e formação da identidade do sujeito.


  • A respeito da katábasis, da "descida" de Héracles (Hércules ao Hafes, sabe-se que esta configura o supremo rito iniciático, a morte simbólica é a condição indispensável para uma anábase, uma "subida" uma escalada definitiva na bisca da anagnírisis, do autoconhecimento, da transformação do que resta do homem velho, no homem novo.
A busca do cão Cérbero trata-se de um movimento de decida ao mundo inferior, é um movimento arquetípico, um movimento da consciência em direção ao inconsciente. Esse movimento é chamado de catábase, movimento para dentro, para o centro da terra.

Simbolicamente, na jornada do herói, ele morre e ressurge renovado. Essa catábase, descer ao inconsciente representa  simbolicamente  a morte do velho para ressurgir o novo, renovado. Essa catábase só deve ser feita com o psicoterapeuta, o que é muito perigoso quando a pessoa já tem algum tipo de transtorno preexistente, que acaba vindo a tona na catábase.

Todas as pessoas têm questões mal resolvidas que em algum momento vai surgir novamente, é o que acontece com Acides quando lutou com o rio aquelô. O rei Aquelô desejava a dejanira, e ele tinha ca pacidade de se metamorfosear e Alcides o enfrente quando ele estava no formatod e um touro. Alcides quebrou um dos chifre e o rei Aquelô, deu Dejanira para Alcides, que a deixou de lado. Na catábase de Alcides, ele encontrou o irmão de Dejanira chamado meleágrro, e Alcides se comprometeu a casa com ela no seu retorno. Em seguida se encontra do Hades,d eus dos mortos, deus do mundo inferior, e ele pede se ele poderia levar o cão cérbero que concorda, desde que Alcides não o machucasse.  A partir daí, Alcides começa a Anábase, ou seja, o retorno à superfície, transformado, com as consciência mais ampla. Daí a necessidade de olharmos para os conteúdos reprimidos e forma responsável.

  • Um dragão imortal de cem cabeças, filho de Titão e Équidna, e as três ninfas do poente, as Hesperides, Egle, Eritia e Hesperaretusa, isto é, a "brilhante, a vermelha e a Aretusa do poente", exatamente o que acontece com as três colorações do céu, quando o sol vai desaparecendo no ocidente, guardavam dia e noite, a árvore e seus pomos de outro.
Nessa última jornada, Alcides enfrenta o violento filho de Ares, Siquino, que ficava no meio do caminho, e matava os pelegrinos que iam ao Horáculo de Delfos, sacrificava os corpos ao seu pai deus da guerra Ares. Ao ver Alcides, quer enfrentá-lo, sendo que Alcides mata o filho de Ares, que vem se vingar de Alcides, que acerta a coxa do oponente, que passou a controlar mais seus impulsos.


  • Enfrentou o violento filho de Ares, Cicno. Em seguida o próprio deus da guerra foi o oponente de Alcides.
  • Depois, foi ao rio Erídano pedir para as ninfas a localização do jardim das Hespérides. Elas lhe disseram que somente Nereu, deus da metamorfoses, poderia lhe dizer o local exato.
  • A caminho do jardim das Hespérides, escalou o monte Cáucaso, libertou o Titã Prometeu. Em gratidão, Prometeu disse a Héracles (Hércules) para que não fosse ele próprio colher os pomos e que encarregasse Atlas deste feito.
Prometeu é o Titã que traz o fogo da consciência para a humanidade. Estava preso e todas as noites vinha uma águia e devorava o seu fígado. Héracles mata com sua flecha a águia e liberta prometeu.

Quebrar padrões, diz respeito a dinâmica do Trixster. padrões que precisamos abrir e fechar para o nosso desenvolvimento. Tudo que quebra os padrões, rompe com uma rotina, promove consciência que Prometeu traz e nos inspira enquanto seres humanos.

Após orientação de Prometeu. Alcides seguiu até Atlas e quando chegou, explicou a situação e pediu a ele para ir ao jardim buscar os pomos de ouro, e topou ir, porém pediu a Alcides para segurar o globo nas costas até que ele fosse até lá.

Trata-se de um padrão arquetípico importante que pode ser visto em várias famílias, em que as pessoas concentram em suas costas a decisão de decisões importantes, e que nem sempre a pessoa precisa suportar. Simbolicamente, as pessoas que suportam o mundo em suas costas deveriam praticar mais o desapego, delegar mais as responsabilidades a quem de fato pertence, aumentando seu sofrimento, o que pode ter relação com muitos problemas de coluna, cujas causas são de ordem emocional.

Héracles devolveu o globo, e foi embora, seguindo seu caminho, sem olhar para traz.
Ao chegar, entregou a Euristeu os pomos de ouro, que nada tinha a fazer com eles, devolveu a Héricles que devolveu a Antená, porque era lá que deveria ficar.  Representa o fruto do jardim do Éden, o fruto do conhecimento, que possibilita seguir de forma consciente, o que muitas vezes só é possível quando se quebra as regras,m se faz algo diferente, ganhando autonomia e independência.

REFERÊNCIAS
Curso extracurricular de Mitologia e Psicologia Analítica
Instituto Freedom
Aula 14 OS 12 trabalhos de Heracles - Parte III
Prof. Rangel Fabrete

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Os 12 trabalhos de Heracles - Parte II - Aula 13 - Mitologia Grega e Psicologia Analítica


  • Como o pântano, o lago reflete a estagnação. As aves que dele levantam voo simbolizam o impulso de desejos  múltiplos e perversos.
  • Saídos do inconsciente, onde se haviam estagnado, põem-se a esvoaçar e sua afetividade perversa acaba por ofuscar o espírito.
Esse trabalho de Alcides que vai se tornar Herácles temos um aspecto muito destrutivo. OS pássaros devoravam as pessoas que passavam na região, acabavam com a vida. O aspectos simbólico dos pássaros significa a estagnação de pântano, quando a pessoa fica pensando, pensando e nada realiza. Não tem atitudes para solucionar os problemas, se demoram nos pensamentos.

Quando a pessoa está pensando nos problemas do passado ou possíveis problemas que ainda irão acontecer, você deixa de estar de fato vivenciando o agora, que lhe possibilita mudar as coisas que te incomodam. Algo do passado ou futuro está te roubando e te jogando para o pâtano.

Alcides usou de estratégia para manter os pássaros, pois a força bruta não solucionaria o problema. Atená pediu pra Efesto construir castanholas de bronze, que foram úteis a Alcides. Ele criou recursos e enxergou uma forma diferente da força bruta para solucionar o problema, porque as aves voavam e fugiam. Alcides usou as castanholas para atrair os monstros e quando os pássaros ouviram o som das castanholas vieram ao encontro Alcides, que os matou com as flechas.

Se demorar em pensamentos remoendo os problemas sem criar condições para sair deles acaba drenando ou roubando a energia da pessoa, trazendo angústias, sofrimento, desconforto.

Exercício de reflexão:  
ETAPA 1:
  1. Pense numa situação problema.
  2. Anote os sentimentos que o problema lhe trazem. Ao registrar você tem a capacidade de visualizar como você se sente em relação ao problema. 
  3. Registre os pensamentos em relação a cada sentimento, em relação ao problema.O que você pensa quando está envolvida com esses sentimentos. Eles vêm do inconsciente. Os complexos surgem e tornam-se evidentes a partir dos pensamentos.
  • Os estábulos do rei Augias "configuram o inconsciente". A estrumeira representa a deformação banal. O herói faz passar as águas dos rios Alfeu e Peneu através dos estábulos imundos, o que simboliza a  purificação.
  • Sendo o rio a imagem da vida que se escoa, seus acidentes sinuosos refletem os acontecimentos da vida "corrente". Irrigar o estábulo com as águas de um rio significa purificar a alma, o inconsciente da estagnação banal, graças a uma atividade vivificante e sensata.
O rei Augias era o rei da cidade de Élis, filho do deus Helio e era negligente. Por 30 anos ele deixou de limpar os estábulos, a cidade começou a ficar estéril, pela falta de estrume, para adubar o plantio. Como essa sujeira, essa proliferação vai entrando no processo de procrastinação, de estagnação. 

Muitas vezes vamos procrastinando, protelando a vida, a saúde, a felicidade, adiando buscar aquilo que te faz feliz, vai chegando a um ponto em que a vida vai ficando estéril. Isso é responsabilidade de cada um. Cabe a cada um buscar aquilo, recursos para desenvolver a consciência e buscar aquilo que te faz feliz.

Alcides quando chega ao rei Augias, ele diz que vai limpar os estábulos sujos de merda há 30 anos, em apenas um dia, o  que fez ele duvidar. Tendo ele a força de um deus, ele desviou as águas de dois rios, tornando-o novamente, fecundo. A força do rio foi limpado tudo que estava acumulado, impedindo de que a vida fluisse, seguisse seu curso. 

Da mesma forma, os sentimentos e pensamentos  registrados na etapa 1, impedem que o processo do fluxo criativo da vida  se desenvolva. Esse estado de ruminação são etapas que nos trazem, bloqueio, estagnação.


Exercício de reflexão:  
ETAPA 2:

1. De 0 a 100 classifique o quanto a pessoa se sente, em relação aos sentimentos registrados na etapa anterior.
2. Classifique de 0 a 100 o quanto os pensamentos são intensos, e acabam nos perturbando e trazendo desconforto .
Essas classificações possibilita mensurar o quanto tudo isso atrapalha a vida. Do quanto a estrumeira (pensamentos e sentimentos) atrapalha a vida da gente. (simbolicamente)

ETAPA 3: Técnica de Alongamento

Jung dizia que corpo e psique é uma coisa só, estão interligados. Quando há pensamentos e sentimentos desse tipo, alguma coisa se reflete no corpo. Da mesma forma se modifica alguma coisa no corpo muda também a psique.

  • Alonga as mãos (10 segundos cada)
  • Ombros esquerdo e direito
  • Gira ombros pra frente.
  • Gira ombros pra traz.
  • Abre as pernas,alinha cotovelos na altura do ombro, une as pontas do dedo., gira lateralmente.
  • Gira quadril pra um lado. Depois o outro, em movimento circular.
ETAPA 4: Técnica de Respiração
  • Sentado, coluna mais ou menos hereta, cabeça pouco inclinada para traz, 
  • Inspira contando até 3, segura e expira contando até 3.
  • Exercício deve ser feito durante 3 minutos.
Irrigar o estábulo com as águas de um rio significa purificar a alma, o inconsciente da estagnação banal, graças a uma atividade vivificante e sensata. Isso se conquista pelas etapas 3 e 4.

  • Reclassifique os SENTIMENTOS e PENSAMENTOS.
  • As etapas 3 e 4 são atividades que colocam o sujeito para a consciência.
Alcides tinha pedido em troca apenas 1/10 das cabeças de gado, mas a ganância era tão grande que ele não cumpriu a promessa.Alcides juntou aliados e voltou a cidade para se vingar do rei Augias, matou ele, o rei foi deposto e tornou rei fileus. A cidade estava novamente fecunda e tinha um novo rei. Simbolicamente, trata da restauração da consciência, toda vez que se sentir o pior dos seres, faça esses exercícios, para renovação ou restauração da consciência.


  • O herói, segurando o monstro pelos chifres, conseguiu dominá-lo e sobre o dorso do mesmo, regressou à Hélade.
  • Euristeu o ofertou à deusa Hera, mas esta, nada querendo que proviesse de Héracles, o soltou.
 Tudo começa pelo Rei Minos, que pediu a Poseidon, deus dos mares,  que desse um sinal de confiança a respeito da legitimidade dele como rei e ele assim o fez. Abriu o mar e saiu um touro branco, mas disse a Minos que teria que sacrificá-lo a Poseidon.  Minos achou o touro lindo, e misturou a outros touros, sacrificando outro animal qualquer. Poseidon com seu tridente fez com que o animal ficasse enfurecido, passou a destruir o lugar e atacar os habitantes de creta.  

Simbolicamente, observa-se que muitas coisas fogem ao nosso controle porque não temos o desapego necessário para abrir mão em nosso dia a dia que são necessárias para seguir, tornando essa coisa um obstáculo ao nosso desenvolvimento.

O touro causou muita vergonha ao Rei Minos e desejava ter relação sexual com o touro. dessa relação nasceu o Minotauro, monstro com cabeça de touro e corpo de homem, porque Minos não sacrificou. 

Simbolicamente, isso mostra que toda vez que o Ego se apegas às coisas, ele vai ter algum tipo de problema com o inconsciente, uma compensação e as coisas se configuram de forma trágica, com vergonha, destruição, humilhação, por isso é importante prestar atenção Àquilo que demais muita atenção e aquilo que não damos a devida atenção, o que é importante e o que não é importante.
Quanl é o meu touro branco, essa deve ser a reflexão.

Alcides doma o bicho, usa a força, e monta no touro. 

Na segunda figura tem-se o rei Ganesha, cabela de elefante,  montado num rato.  O medo não deixa de existir, todos têm medo e coragem, são as polaridades. Quando entramos em contato com nosso medo, é preciso ter a humildade para reconhecer que tem as próprias limitações, abre-se a possibilidade de superação desse medo, porque a pessoa aí acolhe a sombra.

São arquétipos, camada mais profunda da psique constituído não de padrões individuais mas universais. trata-se de inconsciente coletivo, é universal. 
O rei Minos representa alguém que tem noção de seus aspectos sombrios mas não deseja modificar.


  • é a camada mais profunda da psique constituído de padrões não individuais, mas universais. São os arquétipos.
  • Formado de conteúdos coletivos das formas básicas de pensamento, sentimento e instinto, de tudo aquilo que consideramos universal.
O deus Mitra e o deus da rocha, que nasce no dia 25/12 e numa associação da Igreja Católica com o deus Mitra, Cristo passa a nascer no mesmo dia 25/12. Mitra é o sol invito, ou seja, para você ter consciência no aspecto solar é preciso sacrificar os aspectos lunares, instintivos, relativo aos opostos.

Emile Schwyzer foi um paciente de um hospital psiquiátrico em que Jung trabalho u em 1906. Ele fica da janela observando e quando Jung passou ele o chamou para ver algo. Jung dava muita importância para o que os loucos tinha a dizer.  Mandou Jung mexer a cabeça e disse que o falo do sol produzia o vento. Jung não achou que era bobagem. achou que a fala dele tinha algo interessante, que ele percebeu que a mitologia estava muito presente nas falas dos pacientes. Porém, Emile não tinha tido nenhum tipo de acesso à mitologia grega, mas isso só ocorreu alguns anos depois que ele havia falado com Emile.

 Jung viu relatado no material traduzido sobre a mitologia,  viu relatado no Mitrato do Sol falando do falo do sol , e que produzia produzia vento. Jung descobre aí a base da psique, que antecede aquilo que sabemos. É o arquétipo, o inconsciente coletivo.

Héra não aceita o sacrifício de Alcides no momento. Alcides representa a paciência, a perseverança, repetindo aquilo que se está fazendo, adquire paciência.  A questão a refletir é se Hera esta atrapalhando ou ajudaado Alcides a se tornar um herói.

  • Herói, nascimento miraculoso, renascimento, dupla mãe, duplo nascimento (batismo), renascer tornar-se herói semidivino.
  • Madrasta  sogra, perigo do mundo das mães. Mostra a dificuldade que Alcides tem de se libertar do mundo das mães, o que pode ser a sua relação com o feminino. 
  • Trevas do inconsciente, tesouro, símbolos, ponte. Sacrifício não desejado = catástrofe, destruição. Tem relação com o Touro de Creta, quando não sacrifica para se chegar a um objetivo.
  • Sacrifício voluntário -= transformação, preservação. Tomar consciência da sombra e se dispor a se sacrificar para atingir seus objetivos.
Na concepção do cristo, tem-se a concepção do espírito Santo e da Ave Maria , um deus e uma mortal. E tem o José que seria o pai do cristo. Da mesma forma aconteceu com alcides que tem um anfitrião que é o marido de Alcmena, que seria geradora, e a Hera, mãe de leite. Dupla mãe.

  • O herói foi obrigado a lutar com Diomedes, que vencido, foi lançado às suas próprias bestas antropófagas.
  • Após devorarem o rei, as éguas estranhamente se acalmaram e forma, sem dificuldade alguma, conduzidas a Micenas. 
  • Euristeu deixou em liberdade e as mesmas acabaram sendo devoradas pelas feras do monte Olimpo.
As éguas de Diomedes têm aspectos importantes a se notar, eram éguas antropófagas ou seja, devoravam pessoas. Diomedes era filho de Ares, deus da guerra e Sirene. O herói Alcides foi obrigado a brigar com Diomedes que vencido foi lançado as suas éguas próprias.

A narrativa está falando mais uma vez, que a histporia nao esta ocorrendo por conta do agora,m mas que há algo que aconteceu lá atraz e que esta repercutindo ate hoje, 

Diomedes sendo filho do deus da guerra que gosta de sangue, de destruição, de violência pela simples violência. E quando se pensa em pessoas que tiveram pais violentos, que conviveram com ausencia ou negligencia ou abuso e agressividade materna e paterna, vai impactar na forma como essas pessoas irão se relacionar na vida.

No mito quando as éguas devoram o próprio pai ficaram tranquilas, simboliza que algo estava perturbando a psique, o comportamento e a consciência desses animais. A relação que os pais tem com seus filhos será determinante na maneira como essa criança irá se relacionar com o mundo, enxergar a vida e ter seus relacionamentos.

Há muitas coisas que precisamos passar mesmo que essas coisas não nos agradam, e tudo bem. Faz parte da vida vivenciar essas experiencias não agradáveis, mas é preciso prestar atenção no que esta acontecendo. Muitas das coisas que acontecem hoje, tem relação com algo do passado e ao tornar isso consciente você pode parar essa interferência.

  • Na disputa pelo corpo de Alceste, Héracles sai vitorioso contra Thánatos a própria morte.
  • Alceste tinha se sacrificado voluntariamente para morrer em lugar do seu marido o rei Admeto.
O rei Admeto foi sorteado para morrer, porém, o deus Apolo intercedeu por ele, e as moiras intercessoras dos destinhos, disseram que ele não iria para o mundo dos mortos, caso alguém morresse no lugar dele.  Algo importante precisa ser sacrificado para que ele vivesse. Nem os pais de Admeto queria abrir mão de suas próprias vidas em lugar do filho. A esposa Alceste concordou voluntariamente, em morrer no lugar do marido. Admeto viu todos sofrendo com a morte da rainha e ele começou a cavar, cavar, e encontrou a morte com o corpo de Alceste nos braços. Brigou com  a própria morte e tomou a deusa de volta, derrotando a própria morte.

Simbolicamente, traz a noção de superação, ser vitorioso quando há o sacrifício voluntario em abrir mão daquilo que já não precisa mais, que precisa ser renovado, transformado, encontrando a jornada de individuação o que não existe sem sacrifício pessoal e voluntário.


REFERÊNCIAS
Curso extracurricular de Mitologia e Psicologia Analítica
Instituto Freedom
Aula 13 OS 12 trabalhos de Heracles - Parte II
Prof. Rangel Fabrete

OS 12 trabalhos de Heracles - Parte I - Aula 12 - Mitologia Grega e psicologia Analítica

Herói etimologicamente, do grego héros, aproximação do indo europeu servã, da raiz ser, de que provém o avéstico haurvaiti "ele guarda" e o latim sauãre , "conservar, defender, guardar, velar sobre, ser útil", donde herói seria o "guardião, o defensor, o que nascei para servir."

A jornada do herói é o processo da formação da consciência, sendo importante conhecer essa jornada do herói. Herói é aquele que guarda, aquele que vai saber fazer a renúncia e ser desapegado quando necessário em prol da conquista, Ele traz a redenção e propicia a redenção para si e para os outros.

A jornada do herói é um ciclo a cada conquista. perpassa por diversas etapas, dificuldades, renúncias, e a renovação vai se formando , dando subsídios para o desenvolvimento da consciência. A seguir a Jornado do Heroi proposta por Joseph Cambell:


Jung desenvolveu seu raciocínio a partir da noção de coragem e liberdade heroica do Ego para libertar das amarras do inconsciente a força que capacita o herói para o extraordinário. Assim como o Sol, desta maneira, tal  é a jornada dos homens, seguir entre os opostos. Ele traz essa necessidade que temos de nos afastarmos do inconsciente, para a criação da consciência para criar autonomia do EGO frente ao inconsciente. Tudo isso acontece a partir da jornada do herói.

ALCIDES - HÉRICLES

  • Alkéides, Alcides, força em ação, vigor. Em tese, até a realização completa dos Doze trabalhos, o herói deveria ser chamado tão somente de Alcides pois só se torna a "glória de Hera",, Héracles, após o ´termino de todas as provas iniciáticas impostas pela deusa. É assim, aliás, que lhe chama Píndaro, Olímpicas: o rabanho ilustre da raça de Alceu.
Héracles na verdade nasce como Alcides. Os 12 trabalhos era condição das provas inicáticas impostas pela deusa Héra para que se tornasse Héracles. Ele é fruto da relação entre Alquimena e Zeus, que queria gerar um salvador para a humanidade. Por se tratar de uma relação extraconjugal de Zeus, Hera queria matar Alcides desde criança.

Para que Alcides sendo um mortal , para se tornar imortal precisava  não abstaria ser o filho de Zeus ele precisaria ter o leite de uma mãe imortal, e como Alquimena era uma mortal, ele teria que fazer com que Alcides mamasse o leite de uma deusa. Zeus recorre a Hermes, que envolve o lado trapaceiro, que traz a transformação, e ele vai ate Hera e enquanto Hera dormia, Alcides mamou no peito da deusa, e ele mamou leite suificiente para se tornar extremamente forte, ganhando a força de um deus. Hera acorda e Hera joga o bebe e se afasta, repelindo-o.

Esse arquétipo nos diz para tomarmos cuidado com aquilo que odiamos, que perseguimos, ou rejeitamos, ou desprezamos. Talvez aquilo que você despreza ao mesmo tempo você fortaleça. Toda vez que rejeitar pode estar fortalecendo. Aceitar aquilo que se rejeita, despreza, vai lhe dar mais tranquilidade para lidar com determinados aspectos, podendo ser algo que você precise para conquistar sua jornada de individuação.

Hera ficou com muita raiva, e manda uma serpente no berço de Alcides. Com a sua força adquirida, o Bebê estrangula a serpente. É o filho escolhido de Zeus, filho de leite de Hera e as diversas perseguições fortalecem a individuação de Alcides. Ele cresce se casa e Hera continua perseguindo-o.

  • Lússa, do grego Lýssa, a raiva, o furor, que de mãso dadas com a noia (ánoia) a demência, enlouqueceu por completo o herói.
  • Num acesso de insanidade matou os próprios filhos a flechadas ou ateando fogo.
  • Purificação, templo de Apolo, 12 anos de trabalhos prestados à Euristeu.
  • Prêmio, imortalidade.
O furor de Héra, 12 anos de servidão. Um dia tomado pela fúria, pela Lýssa que de mãos dadas pelo nóia, a demência enlouquece o herói por completo, e num acessod e insanidade Alcides matou os próprios filhos tomado pelo furor que foi enviado a mando de Héra, pela Hybris, pela desmedida.

Por conta disso, Alcides vai buscar a purificação no templo de Apolo. E para isso, ele deveria ter 12 anos de trabalhos prestados a Euristeu. Essa seria a jornada a seguir para se tornar um Herói.

O herói é apenas um arquétipo no qual o homem precisa se inspirar para suportar a rotina, enfrentar os obstáculos, os pensamentos sobre as próprias escolhas. O homem faz as escolhas que faz com os recursos que tem naquele momento., podendo fazer escolhas equivocadas, ensinado-lhe algo, tornando-o quem você é, e as escolhas acertadas da mesma forma. 

Jung diz que não é o que acontece com você mas sim a postura e a a atitude que você tem frente aquilo que você faz, a partir da consciência que você tem naquele momento, fazendo o melhor que você pode, com aquilo que você tem naquele momento. E amanhã pode ser que essas escolhas já não façam mais sentido para você, precisando tomar outras medidas.

  • Poderoso e soberano, símbolo solar e extremamente luminoso, o rei dos animais possui em alto grau as qualidades e os defeitos inerentes à sua espécie. Encarnação do poder, da sabedoria e da justiça, deixa-se arrastar, em contrapartida, pelo excesso de orgulho e segurança, que lhe conferem uma imagem de pai, senhor e soberano.
  • Ofuscado por seu próprio poder cego pela própria luz, torna-se um tirano, acreditando-se um protetor. Pode ser maravilhoso, tanto quanto insuportável.
Alcides terá que defrontar com esse leão de Neméia, criado por Héra. Era um monstro que estava devastando a região, pessoas numa tentativa de Héra de acabar com Alcides. Ele tendo muita força bruta, e enfrenta o leão mas observa que o leão é impenetrável e com um porrete ele começa a bater num leão que fica atordoado e com isso consegue matar o leão de Neméia.

Todos têm apegos na vida, seja por pessoas, posições, ponto de vista, tem aí uma identificação que favorece enquanto a sua individualidade.  Acabamos nos tornando vitimas por deixar de aprender, de se relacionar, de ter uma vida mais ampla quando temos a capacidade de sufocar esse leão que havita em cada pessoa, tornando-se ai um tirano como o leão, e a pessoa adota uma visão unilateral, sem abrir a possibilidade de aprender com o novo.

Alcides cria com a pele do leão um capacete que o protege ao longo de sua jornada. Com isso, ao olharmos para nossos aspectos sombrios, temos a capacidade de criar couraças interiores que irão nos proteger ao longo da nossa jornada.


  • Para conseguir exterminar o monstro, o herói contou com ajuda preciosa de seu sobrinho lolau, porque, à medida que Héracles ia cortando as cabeças da Hidra, onde houvera uma, renasciam duas.
  • Iolau pôs fogo a uma floresta vizinha, e com grandes tições ia cauterizando as feridas, impedindo, assim, o renascimento das crenças cortadas. Antes de partir, Héracles embebeu suas flechas no veneno ou, segundo outros, no sangue da Hidra, envenenando-as.
Esse monstra vai devorando, destruindo toda a vida ao seu redor. Está ligado simbolicamente, aos aspectos da compulsão: comida, jogos, drogas, sexo, compras, enfim todo comportamento associado a uma compulsão, algo destrutivo, quando a pessoa tem uma incapacidade de frear os próp´rio impulsos. Corta uma cabeça, nasce duas... Não adianta recomendar força de vontade, e aí é muito importante a ajuda do primo Iolau que ia cauterizando-a s feridas impedindo o aparecimento das cabeças cortadas.

Para lidar com as aspectos da compulsão, a pessoa vai precisar da ajuda de uma outra pessoa que vai ajudar a lidar com as compulsões,. seja com psiquiatra, psicólogo, terapias de grupo, encontrando a importância do outro para a formação da consciência do sujeito. Isso possibilita trazer a luz aos aspectos sombrios de cada um. A importância do outro, eu e o outro para formarmos consciência e saber lidar comas compulsões.

  • Erimanto é uma escura montanha na Arcádia, onde se escondia um monstruoso javali, que Héracles deveria trazer vivo ao rei de Arhos. Com gritos poderosos o herói fê-lo sair do covil e, atraindo a besta-fera para uma caverna coberta de neve, o fatigou até que lhe dou possível segurá-lo pelo dorso e conduzi-lo ao primo.
  • Ao ver o monstro Euristeu apavorado, escondeu-se no jarro de bronze,
Héracles matou o leão de Neméia, matou a Hydra de lerna, mas não pode matar o javali, precisava levar o monstro vivo. A força bruta nesse caso, não daria certo. Era precisar usar outro recurso para levá-lo vivo. As vezes a gente fica muito tempo resolvendo a vida somente de uma forma, o que vai minando a possibilidade do novo surgir. Ele precisava usar a estratégia para levar o javali ao Euristeu.
É preciso enxergar de outro ponto de vista, se utilizar de novas estratégias que precisam ser desenvolvidas e que podem ser a solução para aquilo que você deseja alcançar.


  • consagrada a Ártemis animal, cujos pés eram de bronze e os cornos de ouro, trazia a marca do sagrado e portanto, não podia ser morta. Mais pesada que um touro, rapidíssima. O herói, que deveria trazê-la viva a Euristeu, perseguiu-a durante um ano.
  • Já exausto, o animal buscou refúgio no monte Artemísion, mas sem lhe dar tréguas, Héracles continuou na caçada e, quando o corça tentou atravessar p rio Ládon, na Arcádia, ferindo-a levemente. Alcides logrou apoderar-se dela. Quando já se dirigia a Micenas, encontrou-se com Apolo e Ártemis. estes tentaram tirar-lhe o animal, mas afirmando cumpriu ordens de Euristeu o filho de Alcmena conseguiu, por fim, prosseguir seu caminho.
Esse aspecto simbólico  mais uma vez não poderá agir nada mesma forma, decidir da mesma forma, vai ter que desenvolver nova habilidade para lidar com essa nova situação. A deusa Ártemis traz elementos que traz um lado diferente na individuação de Héracles, que esta no processo de acessar aspectos de sua psique que ele ainda não tem conhecimento.

Háaspectos no desenvolvimento da consciência que precisam ser respeitados,e a corça de cerinia traz os pés de bronze que simboliza algo que esta ligado ao apego, aos aspectos materiais, que acabam aprisionando a consciência, fortalecendo ao apego de padrões de comportamento, ao jeito de enxergar a vida, a forma de se relacionar. dapi a necessidade de praticar o desapego que possibilita construir diferentes formas de ver e agir diante das situações. Já o bronze, o outro traz elementos da ligação dos aspectos do sagrado, prestando atenção naquilo que merece e deve ser reverenciado, na concepção da psicologia analítica e não na perspectiva do sobrenatural, que é o que te move, te mobiliza, que te torna melhor, com energia, com disposição para buscar o contato com o outro, esse é o sagrado.

Todos esses desafios possibilitaram que o Alcides desenvolvesse as estratégias, a paciência, novas formas de enfrentar desafios cada vez mais diferentes. Somente assim é possível lidar com situações diversas, ampliando aí a sua própria consciência.

REFERÊNCIAS
Curso extracurricular de Mitologia e Psicologia Analítica
Instituto Freedom
Aula 12 OS 12 trabalhos de Heracles - Parte I
Prof. Rangel Fabrete

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Atena, Hermes e Dionisio - Aula 11 - Mitologia Grega e Psicologia Analítica


  • Hermes do grego Hermês, personifica o deus da comunicação, do ligar e desligar, do comércio, deus dos pastores e do rebanho, das almas.
  • Aquele que faz a mediação entre os deuses e os homens, criatividade.
Hermes é filho de Zeus e Maia. Logo ao nascer ele já consegue se desligar dos tecidos que envolviam o corpo da criança, o que um bebê não teria. Ele tem a capacidade de quebrar a lógica, paradigmas, aquilo que é considerado o comum, o certo, o lógico. Com isso, possui grandes habilidades em criar estratégias, criar planos. Hermes avista os rebanhos dos gados e quer para ele. Ele rouba os gados e amarra uma folha no rabo do gado, pois a medida que o gado ia andando iam apagando o rastro das pegadas. apolo deu falta das cabeças de gado e reclamou pra Zeus sobre o que tinha acontecido. Ele soube que Hermes teria roubado as cabeças de gado, que Apolo estaria tomando conta por uma punição. Zeus pergunta a Hermes se havia roubado e ele mente para Zeus dizendo que não roubou. Ele diz a Hermes para devolver as cabeças de gado e pede ao filho que nunca mais iria mentir. Ele devolve, promete que não vai emitir mas diz que não vai contar a verdade por inteiro.

O Tricster é o arquétipo do trapaceiro, promove  a quebra da logica, a ampliação da consciente, que acontece a partir de algo novo, contraditório, que possui um aspecto que deve ser rejeitado, desprezado e Hermes traz essa dinâmica consigo.

Na psicoterapia é necessário mediação no processo, na saúde, na saúde mental. o que envolve a capacidade de olhar para os opostos, o que é muito comum com aqueles que lidam com as coisas da psique. As coisas nem sempre são óbvias e lógicas, que as coisas precisam ser desse jeito ou daquele jeito. Na verdade é isso e aquilo e é preciso encontrar o meio de conviver com essas duas  realidades, e descobrir aquilo que ainda está oculto, subliminar, quando toda a verdade ainda não tiver sido revelada pelo cliente. É quando hermes fala que não é obrigado a dizer toda a verdade.

Ele quando nasceu Hermes criou a Lira a partir do casco de um tartaruga.Apolo ficou encantado com o som e da criação da lira. Isso traz a compensação do lado inferior de Apolo, que tem muita dificuldade de entrar em contato com a função sentimentos. Não sabia lidar com os pró´rios afetos e emoções, sobretudo, quando era contrariado. Tocado pelo som da lira, ele propôs a Hermes trocar as cabeças de gado com a lira. Com isso, Apolo começa a integrar os aspectos que estavam renegados ao seu inconsciente a partir do som da lira. Hermes carrega um caduceu, que pertencia a Apolo, e que foi trocado por uma flauta também criada por Hermes.

A capacidade de olhar para os opostos temos alteridade, que é a capacidade empática de me colocar no lugar do outro de maneira genuína, sentindo o que ele sente, percebendo as mesmas necessidades, não dizendo o que eu acho que é bom para ele. Quando dizemos o que achamos, sugerimos a partir de nosso narcisismo, de nossa visão de mundo.

Todos os deuses e deusas têm aspectos positivos e negativos. hermes tem a capacidade de fazer conexões, trazer coisas novas, quebrar paradigmas, sendo tão maleável, que não liga muito para as coisas, certas, as coisas que possuem regras, e acabar caindo no desvio do caminho reto, da corrupção, não cumprindo leis. Escândalos por desvios de toda ordem, política, sexual, moral. deve-se aí tem cuidado com a identificação inconsciente com esse padrão arquetípico.

Certa vez um palhaço veio a falecer e deixou algumas instruções certinhas para que seus companheiros seguissem no dia do seu enterro. pegaram o caixão e saíram andando, tiraram o corpo do caixão, num ambiente de comoção, e foram pro alto de um telhado. ambiente de sofrimento, dor e tristeza. No alto do telhado fizeram balança do corpo e jogaram o corpo do outro lado. Os palhaços com isso, queriam mostrar aquelas pessoas que não deviam levar a vida tão a serio, pois todos morrem. Isso motivou questionamentos a respeito dos padrões, o que é muito comum entre os adolescentes, que tem esse comportamento questionador. Mas quando na vida adulta, nos tornamos um questionador, enquanto estilo de vida, acabamos com dificuldade de seguir regras, normas, leis, rotinas, o que precisa ser respeito e seguido para se viver em sociedade.

Esse padrão de comportamento aparece muito nas psicoterapias, em que o adulto se comporta como um eterno adolescente, não cresce nunca. Sempre terá dificuldades com normas e valores, questionando sempre, tudo, todos,  não compreendendo as hierarquias, as normas e as regras.


  • ATENÁ do grego Athenâ, personifica a Grande Mãe.
  • Protetora da Pólis, sustentação das normas, medida, estratégia, justiça, filha do pai, deusa virgem, cultura e arte, democracia.
Atená  é aquela que é a filha do pai, nasce da cabeça de Zeus. A mãe de Atená é uma deusa sábia, deusa Nétis, e havia um profecia que dizia que o próximo filho que Zeus tivesse iria destroná-lo. Porém, Zeus se recusava a deixar seu cargo. Com isso, Zeus para impedir essa realidade, ele faz uma brincadeira a Nétis dizendo: duvido que você se transforme em um animal muito pequeno. Com isso Zeus começou a ter dores de cabeça, pediu ajuda a Hefesto, que pegou o machado e deu na cabeça de Zeus, e saiu Atená a deusa da sabedoria. Zeus ficou encantado com a filha que acabara de nascer de sua cabeça. 

No senso comum, observamos que certas filhas tem tudo a ver com a maneira de pensar do pai, da forma de ver a vida, relações calorosas, próximas, porém, essas filhas em alguns momentos, quando tem uma identificação inconsciente com a imagem arquetípica com Atená, vão ter muita dificuldade de relacionamento com outros homens. E Zeus pede a Atená que não tenha nenhum marido e ela atende ao pedido do pai. Acaba desenvolvendo o intelectual, acabam desenvolvendo a carreira, negócios, estudos, mas a vida afetiva, amorosa, pode acabar com problemas. Atená tem um predileção de estar com os homens, e o relacionamento com outras mulheres pode ficar complicado, pois tem um comportamento muito masculino. Sendo assim,  na psicoterapia, precisa ser olhado, esse lado mais sombrio, de expor sentimentos, do feminino, etc. Aspectos relacionados a ser frágil, demonstrar seus sentimentos talvez estejam por traz do ecudo de atená,

Atená ajuda Perseu a cortar a cabeça da medusa, que era uma mulher linda, maravilhosa que estava sendo perseguida por Poseidon. Medusa buscou o refúgio e socorro dentro do templo de Atená, que acabou ficando enojada por ela ter ido lá buscar socorro. Com isso, Medusa foi violentada dentro do templo de Atená, que pune Medusa transformando-a num mostro que petrifica as pessoas toda vez que alguém olhava para Medusa.

Isso mostra o que Atená faz com tudo o que envolve relacionamento, seja punido. Para ela se Medusa não tivesse entrado no templo dela, este não seria profanado. Ela não entende que Medusa na verdade foi violentada, sendo perseguida por Poseidon. Ela culpa e pune somente a mulher. Precisa ter um senso de justiça, de coerência, ao olhar para os fatos. Ela tem horror a relacionamento, a paixão, pois para isso, é preciso que ela baixe o escudo e abra espaço de intimidade para troca. Capacidade de tirar a persona no momento da intimidade.

Na sua busca pela górgona medusa, Perseu teve ajuda de Atená que lhe emprestou o cavalo alado Pergaso, teve as sandálias de Hermes para voar, o capacete de Ades que o tornaria invisível e a espada de Apolo. Com essas armas, o humano, o herói que nas céu da concepção entre o sagrado e o mortal, que tem a integração dos opostos em si, traz o aspecto simbólico da consciência e do inconsciente . Um ego que se submete ao caminho da individuação, dos desígnios propostos pelo self. quando o ego se abre para essa derrota moral, que diz não ter a capacidade moral, os aspectos compensatórios inconsciente poderá vir a seu favor. Com a ajuda dos deuses Perseu derrotou a medusa, olhou para os aspectos do monstro terrível, e assim verificou onde ela estava, fazendo uma manobra e cortando a cabeça da medusa, petrificando-a, e acabou se casando com a donzela Andrômeda. Levou a cabeça da medusa para Atená e colocou a cabeça da medusa em seu escudo, por isso ela passa uma visão terrível da sua imagem, correndo risco de ficar petrificado, rígido. É preciso ter a noção dos opostos  para não ficar paralisado.


  • Dionísio, do grego Diónysos, "estar em transe, ser tomado de um delírio sagrado", apreço pela experiência sensorial, intensidade passional, sexualidade, dança, teatro, agricultura, natureza, deus do vinho.
Ao olhar para a expressão êxtase e entusiasmos, pode-se pensar que acaba sendo a mesma coisa. Porém não é. Êxtase é um estado em que a consciência se rebaixa, o ego já não está tão presente, não sendo aquele que rege o comportamento. E os aspectos mais inconscientes ficam presente. E o entusiasmo é o deus que vem habitar dentro da gente. O texto bíblico diz que o cristão é templo do espírito santo. Ao olhar o aspecto dionisíaco que é o êxtase,  você sai de si e vem para dentro de você o deus. A expressão Namastê, diz que "o deus que habita em mim, saúda o deus que habita em você", que representa e reconhece o divino e o sagrado que habita cada um. Todas as concepções falam a mesma coisa, que existe um lado inconsciente que merece a devida importância, que deve ser reverenciado.

Dionísio nasce da relação entre Zeus e Sêmeni, que era uma mortal. Relacionamento fora do casamento, Hera perseguiu ambos também.  Hera vai até Sêmeni,  metamorfoseada numa velhinha acolhedora, prestativa, e conversa com Sêmeni, que na sua ingenuidade acaba falando e comentando sobre Zeus. 

Hera sabia que Zeus não poderia aparecer para uma mortal com todo o seu esplendor de sua glória, pois o mortal vendo o deus nessa situação ele poderia ser aniquilado. É a experiencia que a consciência  pode ter ao entrar em contato com o arquétipo, o ego pode entrar em dissolução uma fragmentação, caracterizado em surto, de esquizofrenia, psicose, problemas graves de saúde mental, pois lidar com o inconsciente é algo que precisa de muita cautela.

Hera convence a Sêmeni a pedir a Zeus para aparecer pra ela como ele aparece para sua esposa Hera. Zeus promete a Sêmeni que vai aparecer no esplendor de sua gloria, e ele olhou para ela e disse: peça qualquer coisa, eu não posso voltar ao meu juramento, e Zeus começou a se transformar, deus dos raios, luz com intensidade sobre uma mortal, virando cinzas Sêmeni.  Junto às cinzas de Sêmeni Zeus observa que ainda havia vida, pois ela estava grávida, havia um feto. Zeus recolhe o feto, coloca no interior de sua coxa, e foi onde ocorreu o resto da gestação de seu filho, deus Dionísio. Foi gestado na coxa de seu pai Zeus.

Hera também perseguia Dionísio,Chamou os Titãs para entreter dionísio quando criança ainda, que começaram a brincar com ele. Os titãs acabaram despedaçando e comeram o deus menino. Traz a ideia de fragmentação da consciência, fragmentação egoica, que foi o que aconteceu com Nietzch que desenvolveu uma esquizofrenia no final de sua vida, trazendo a identificação com o inconsciente, com o lado dionisíaco, em que NIetscz se intitulava como Zagreu, despedaçado, fragmentado. Zeus salvou o filho Dionísio, colhendo seu coração, e a partir daí, ressuscitou o Dionísio.  Zeus fulminou com seus raios os Titâs.
Da mesma forma no cristianismo, aquele que foi rejeitado e foi ressuscitado, traz a redenção para aqueles que rpecisavam de salvação, Dionisio traz a redenção para seu pai zeus que tinha uma postura relacionada ao poder, aprendendoa  acolher o menos, aquele que é considerado inferior, tendo a oportunidade de gerar a ressurreição e a transformação de nossa cosnciencia.

Dionisio reverencia o feminino, acolhe e se casa com Ariádne que ajudou Teseo a enfrentar o minotauro. O fio de Ariádne é o fio condutor que faz com que teseo possa entrar no labirindo e possa aniquilar o monstro e voltar em segurança. Porém, teseo acaba rejeitando Ariadne e Dionísio a acolhe e a transforma a sua esposa, dando muita importância para a ânima. Ele trasnforma sua mãe Semeni em uma deusa, e a ascendo ao Olimpo. Hestia numa postura humilde cede seu lugar a Dionísio, que possui um jeito que acolhe o feminino,  que e desprezado. 

Entre 35-40 anos de idade vamos precisa lidar com nossos aspectos inconscientes que acabamos deixando de lado na metade da vida. O fio condutor de Ariádne sendo aquilo que é rejeitado, chega o momento em que precisa ser olhado e vivenciado diversos aspectos que foram deixados para depois na vida, priorizando outros aspectos no momento.

dionísio é o lado da loucura, passional da intensidade, da sexualidade, deus do vinho trazendo experiências à dissolução da consciência, da fragmentação do Ego, sendo fácil, cairmos nas compulsões, no alcoolismo, disposições sombrias que acabam trazendo sofrimento e destruição para pessoas que vivenciam essas compulsões e não conseguem sair desse comportamento, e apara aqueles que estão ao redor, acabam sendo impactados por esse comportamento dionisíaco destrutivo. daí a importância de não se identificar com esse lado sombrio, olha-lo simultaneamente ao lado Apolino, que o equilibra nas polaridades, buscando aí o equilíbrio. 

Dionísio também traz como hermes o lado adolescente, a dificuldade de respeitar regras, de ter limites, podendo abrir portas para uma série de problemas.  Na psicoterapia não dá para saber qual o limite seguro entre o confronto do inconsciente com as coisas do Ego/ consciência. É importante observar o ego, a consciência que o cliente tem sobre a sua realidade pessoal, verificando aquilo que está em excesso e aquilo que esta faltando para trabalhar na relação entre os opostos de cada um. É a relação entre esses polos que vai determinar a minha saúde mental.


REFERÊNCIAS
Curso extracurricular de Mitologia e Psicologia Analítica
Instituto Freedom
Aula 11 - Atena, Hermes e Dionisio
Prof. Rangel Fabrete