domingo, 13 de dezembro de 2020

Conceitos fundamentais da Psicanálise

 

RESISTÊNCIA

  • Pode-se dizer que o conceito de resistência foi introduzido cedo por Freud e que ele exerceu um papel decisivo no aparecimento da psicanálise, impulsionando-o a renunciar à hipnose e à sugestão, por causa da resistência que lhes apunham certos pacientes. Nesse sentido, a resistência corresponde a tudo o que, no decorrer do tratamento psicanalítico, nos atos e palavras do analisando, se opõe ao acesso deste ao seu inconsciente.
  • De acordo com Freud a resistência é uma manifestação própria do tratamento. Sobre os aspectos da resistência do paciente ao processo Psicanalítico...

  • Mantém o desejo em níveis inconscientes, evitando as fantasias perigosas e afetos desagradáveis, resistindo aos esforços de torná-los conscientes.
  • A resistência resulta da representação da neurose em procurar satisfação dos impulsos infantis.
  • A tentativa de encontrar novos padrões de adaptação é acompanhada de temor. 
FANTASIAS

  • No que se refere à Conferência de Freud sobre “Os caminhos da formação dos sintomas” (1917), pode-se afirmar que a fantasia se caracteriza por se diferenciar da realidade na perspectiva neurótica.

CHISTES

  • Já o "chiste" é um comentário cômico bem-sucedido, como uma piada, o trocadilho, a função de palavras e a anedota, na análise de Freud, e podem ser inocentes ou tendenciosos. 

MANIFESTAÇÕES DAS ESTRUTURAS PSÍQUICAS

  • Segundo a Psicanálise, as manifestações das estruturas psíquicas e os mecanismos que lhes são desencadeantes são:
    • Esquizofrenia
    • Foraclusão
    • Histeria
    • Recalque
    • fetichismo
    • Recusa
DELIRANTES

  • Freud (1924) apontou que a Psicose é um distúrbio entre o ego e mundo externo. Ele chamou de "Delirantes" a forma de psicose na qual os delírios é um remendo no lugar da fenda que aparece entre o ego com o mundo externo.

TRANSFERÊNCIA

  • Freud em 1913 nos disse que como no Jogo do Xadrez uma análise encontra-se sujeita a regras semelhantes . Portanto, sobre o tratamento de ensaio ou entrevistas preliminares, é diretriz do início do tratamento psicanalítico o "Manejo da Transferência".

  • “A dinâmica da transferência” (1912), Sigmund Freud apresenta o conceito de transferência sob várias facetas. Na experiência de análise, a ideia transferencial penetrou na consciência à frente de quaisquer outras associações possíveis, porque ela satisfaz a resistência.
  • Na psicanálise, pode ocorrer na entrevista inicial um fenômeno conhecido como "transferência", que pode ser caracterizado como uma atualização de sentimentos, atitudes e condutas inconscientes, por parte do entrevistado, que correspondem a modelos que se estabeleceu no curso do desenvolvimento, especialmente na relação interpessoal com seu meio familiar.
  • A transferência pode ser definida como uma série de experiências psíquicas que são revividas, não como algo do passado, no vínculo atual com a pessoa do terapeuta.
  • A transferência pode ser considerada como uma resistência à recordação. Uma vez que a resistência é aquela parte da função  psíquica que se rebela ativamente ao trabalho terapêutico de trazer à consciência material inconsciente.
  • A transferência para o médico é apropriada para a resistência ao tratamento apenas na medida em que se tratar de transferência negativa ou de transferência positiva de impulsos eróticos reprimidos.
  • Devido à ambivalência dos neuróticos, a transferência negativa é amiúde encontrada ao lado da transferência afetuosa, e pode ser dirigida simultaneamente para a figura do médico.
  • tudo que perturba a continuação do trabalho é uma resistência e o método analítico que torna possível a elucidação ou superação da resistência é a transferência.
  • No campo da clínica psicanalítica, Freud identificou certo fenômeno no qual os sentimentos do paciente para com o analista seriam manifestações de uma relação recalcada com imagos parentais. Tal fenômeno foi inicialmente concebido como uma resistência ao tratamento, para depois ser visto como sua principal força motriz, inscrevendo-se no centro da direção da cura
TRATAMENTO DE ENSAIO

  • Sigmund Freud recomenda em um tratamento psicanalítico a realização de  um procedimento prévio, chamado de "Tratamento de Ensaio", a fim de verificar as condições do paciente para a análise.

SONHOS

  • Segundo Freud (1916) o sonho constitui uma realização de um desejo reprimido. Para Freud uma das evidências essenciais do sonho é que há vida mental durante o sono.
  • Freud (1916) acreditava que os sonhos representavam uma satisfação disfarçada de desejos e anseios reprimidos. Freud destacou várias diferenças dos sonhos em todos os aspectos. O sonho de modo geral nos deixa livre para realizar desejos ocultos e obscuros.

PARAPRAXIAS

  • São fenômenos muito comuns e muito conhecidos, observados em qualquer pessoa sadia. São atos psíquicos e surgem das mútuas interferências entre duas intenções. Um tipo de formação inconsciente.

RECALQUE

  • Segundo Freud (1923) o mecanismo da psicose, tal como a repressão na neurose deve abranger uma retirada da catexia enviada pelo ego. Esse mecanismo da Psicose foi chamado por Freud de "Recalque". Recalque é ainda na Neurose, o material reprimido que luta contra esse destino, criando a representação substitutiva.

SINTOMA

  • Para a Psicanálise o conceito de sintoma é fundamental.  
  • Segundo Freud (1917) o sintoma  aparece como expressão de um conflito psíquico, em decorrência da força psíquica do Ego e do Superego.
  • No que se refere à Conferência de Freud sobre “Os caminhos da formação dos sintomas” (1917) são a Introversão que denota o desvio da libido das possibilidades de satisfação real e a hipercatexia das fantasias.
  • é o resultado de um conflito entre o Ego  e o Id (FREUD, 1923)

NEUROSE

  • Na neurose o ego segue as ordens de qual instância psíquica, originadas da influência da consciência.

ATOS FALHOS E LAPSOS

  • Os "atos falhos" é o resultado do compromisso entre uma intenção consciente e um desejo inconsciente ligado a ele apresentando assim uma dupla face.

Exemplo: Uma revista política, acusada de corrupção, se defende em um artigo cujo o clímax deveria ter sido: ‘Nossos leitores serão testemunhas do fato de que sempre agimos da maneira mais desinteressada, pelo bem da comunidade’. O editor a quem fora confiada a preparação do artigo, porém escreveu: ‘de maneira mais interesseira’’. Essa situação é chamada de Lapso de Escrita.

  • Em seus “Artigos sobre a técnica”, Freud recomenda aos praticantes da psicanálise a atenção flutuante que é a técnica empregada pelo psicanalista em consonância com a associação livre proposta ao paciente.

ASSOCIAÇÃO LIVRE

  • É um conjunto de regras técnicas desenvolvidas por Sigmund Freud que caracterizam o método psicanalítico. Dentre elas, há uma regra conhecida como regra fundamental do paciente.

DIAGNÓSTICO NA PSICANÁLISE

  • Com base no diagnóstico, o psicanalista pode operar sobre a transferência que seu paciente estabelece, uma vez que a relação transferencial do paciente com o analista passa pela sua estrutura psíquica, e é por meio desta que a análise se desenvolve.
Referências: Avaliações.

Neurose e Psicose

 

Em O Ego e Id (1923), Freud propôs uma diferenciação do aparelho psíquico, com base na qual determinado número de relacionamentos pode ser representado de maneira simples.

"A Neurose é o resultado de um conflito entre o Ego e o Id, ao passo que a Psicose é o desfecho análogo de um distúrbio semelhante nas relações entre o Ego e o mundo externo". (FREUD, 1923, p.189)

Descobertas e achados que apoiam a Tese da Neurose

1- Das Neuroses Transferenciais

  • Tem origem na recusa do ego em aceitar i impulso instintual.
  • ou na ajuda a encontrar um escoadouro motor
  • ou o ego proibir àquele impulso o objeto a que visa.
  • Resultado
    • O ego descobre sua unidade ameaçada e prejudicada por esse intruso, e continua a lutar contra o sintoma.
    • Produzido o quadro de uma Neurose
    • Na repressão o ego segue as ordens do superego, originadas da influência do mundo.
  • Freud concluiu que o ego entrou em conflito com o ID, a serviço do superego e da realidade e esse é o estado de coisas em toda neurose de transferência.
2. Os Mecanismos da Psicose
  • Distúrbio entre o ego e o mundo externo
  • Na confusão alucinatória aguda (amência) o mundo exterior não é percebido de modo algum ou a percepção dele não possui qualquer feito.
  • O mundo interno, que, como cópia do mundo externo, perde sua significação.
  • O ego cria autocraticamente, um novo mundo externo e interno.
  • Esse novo mundo é criado a partir de dois fatos.
  • De acordo com os impulsos desejosos do ID.
  • O motivo da dissociação do mundo externo é alguma frustração muito séria de um desejo, por parte da realidade - frustração que parece intolerável.
Nas outras formas de Psicose
  • Nas esquizofrenias - hebetude afetiva, ou seja, entorpecimento ou torpor afetivo.
  • Delirantes - os delírios são um remendo no lugar da fenda que aparece entre o ego com o mundo externo.
  • Nas Psicoses - as manifestações do processo patogênico são recobertas por manifestações de uma tentativa de cura ou uma reconstrução.
A etiologia das Neuroses
  • Frustração ou não realização dos desejos da infância.
  • Frustração externa ou procedentes de agente interno (no superego) que assumiu a representação das exigências da realidade.
  • O efeito patogênico depende do Ego - silencia o Id ou é derrotado pelo Id.
Pergunta-se: Qual o mecanismo análogo à repressão (recalque), por cujo intermédio o Ego se desliga do mundo externo?
  • Tal mecanismo deve ser, tal como repressão, abranger uma retirada da catexia enviada pelo Ego. Posteriormente, chamada de "Verleugnung" rejeição.
Referências:
FREUD, Sigmund. Neurose e Psicose. Obras Completas de Sigmund Freud, ed. Rio de janeiro, Imago, 1996, v. XIX

Terapia Psicanalítica - Sigmund Freud (1913)

 Sobre o início do Tratamento:

  • Recordar, Repetir e Elaborar 
  • Como no Jogo de Xadrez uma análise está sujeita a regras semelhantes
  • Sistematização
  • Do início ao fim
  • O desenvolvimento só a partir do estudo de cada caso.
Recomendações para o início do tratamento

  • Exame preliminar ou tratamento experimental de duas semanas
  • Deve seguir as regras de análise
    • Deixar o paciente falar
    • Estabelecer o diagnóstico diferencial
    • Desenvolvimento da Transferência
    • Resistência
    • Sintoma
Tempo de Tratamento
  • Duração indeterminada - é sempre de longos períodos de tempo em função da atemporalidade dos processos Ics.
    • Segundo Freud o sistema Ics consiste em impulsos carregados de desejos procurando descarregar sua catexia. No inconsciente não há censuras, logo nada é negado, podendo dois desejos incompatíveis coexistir dentro dele. O inconsciente é também intemporal.
  • O êxito do tratamento se deve à transferência e não à sugestão
    • A transferência, segundo Freud, pode emergir como um exigência intensa de amor, de atenção, de reconhecimento, ou sob formas mais moderadas: desejo se ser recebido como filho(a) predileto(a), de ser alvo de uma estreita amizade (necessidade libidinal sublimada) etc.
    • Em psicanálise, a transferência é “um processo constitutivo do tratamento psicanalítico mediante o qual os desejos inconscientes do analisando concernentes a objetos externos passam a se repetir, no âmbito da relação analítica, na pessoa do analista, colocado na posição desses diversos objetos” (ROUDINESCO & PLON, 1998, p. 766-767)


Tratamento e Dinheiro
  • Deve ser tratamento com franqueza natural como se deseja tratar as questões da vida sexual do paciente.
  • Incoerência, pudor e hipocrisia devem ser evitados.
  • Intervalo de Tempo curto para pagamento.
O tratamento no Divã
  • Remanescente da hipnose
  • Questão pessoal de Freud
  • Para que os pensamentos Ics e expressões do analista não influenciem os pcs
    • Pré-consciente (Pcs) Essa instância, considerada por Freud uma “barreira de contato”, serve como uma espécie de filtro para que determinados conteúdos possam (ou não) emergirem a nível consciente. Entende-se que os conteúdos presentes no Pcs estão disponíveis ao Consciente.
  • Isolar a Transferência Imaginária e facilitar a transferência simbólica.
Dinâmica da Cura
  • Sofrimento
  • Desejo de ser curado
  • Resistência
  • Transferência
  • Interpretação
Essência da Análise
  • Recordar
  • Repetir
  • elaborar
Disposição inata e influências
  • Precondição para enamorar-se
  • Nas pulsões que satisfaz
  • Nos objetivos que determina a si no decurso desta.
  • Freud examina:
    • A intensidade da transferência nos indivíduos neuróticos em análise - atribui à própria neurose.
    • O surgimento da transferência como resistência ao tratamento.
Contratransferência
  • Surge como resultado da influência do paciente sobre os sentimentos inconscientes do analista e estamos quase inclinados a insistir que ele reconhecerá a contratransferência, em si mesmo, e a sobrepujará (FREUD apud NASIO, 1999)
O manejo da contratransferência

  • dependerá da formação do analista, da maturidade do seu trabalho e da maturidade na profissão.