Psicoterapia Breve...
Tem seu marco inicial em 1941, nos Estados Unidos:
- pelos psicanalistas Sandor Ferenczi e Franz Alexander
- momento em que o centro do trabalho terapêutico passa de pulsões às relações ampliando e fundamentando o campo das psicoterapias.
- as condições sociais da época:
- aumento de pessoas com problemas psicológicos;
- questão financeira;
- pouco tempo disponível para terapia;
- ampliação do trabalho para classes menos favorecidas
- situações coletivas trágicas-catástrofes naturais ou crises sociais;
- papel preventivo que a psicoterapia breve pode exercer.
- tem crescente potencial de ser eficiente recurso psicoterapêutico:
- nos problemas existenciais;
- no suporte ambiental;
- no amadurecimentos necessários;
- no lidar com a própria existência.
- Tem função preventiva, afim de evitar problemas maiores.
- Modo de trabalho para um número significativo de atendimentos.
Contemporaneidade e a Psicoterapia Breve:
- em franco processo de crescimento
- maior abertura da psicologia e psicoterapia para a população;
- modificação da percepção social do trabalho psicoterápico;
- deixou de ser visto como tratamento para doentes metais.
- passou a fazer parte do cotidiano dos indivíduos, independentemente, da classe social e ou idade- popularização da psicoterapia;
- as pessoas procuram a psicoterapia preventivamente, antes que as coisas se tornem graves, o que demandariam tratamento mais longo.
- atende demandas de hospitais, serviços públicos; convênios médicos; clínicas de formação de terapeutas.
Estratégias de trabalho com Psicoterapias Breve:
- Baseia-se na tríade: relação terapêutica; compreensão diagnostica e foco.
- Tendência de que a maioria das pessoas irão fazer algumas psicoterapias breves ao longo da vida, ao invés, de uma terapia de longo prazo ou com prazo indeterminado.
- Cada modalidade tem: clientela, indicações, pertinência, limites e qualidades específicas.
- Ambos modelos de curta e longa duração, de psicoterapia, têm a mesma finalidade de ampliação:
- da qualidade do contato;
- da responsabilidade
- da autonomia
- da capacidade amorosa
- do cuidado pessoal consigo
- do cuidado com o outro
- do cuidado com o mundo
Psicoterapia breve como principais caminhos do futuro:
- permite que o terapeuta atenda mais clientes, preservando a qualidade dos atendimentos:
- maior acesso a pessoas de diferentes classes sociais;
- tem custo reduzido e previsível ao contrário da psicoterapia de longo prazo;
- demanda aperfeiçoamento técnico do profissional - saber lidar com demandas existenciais, retomando a auto atualização e ampliando sua autonomia.
- psicólogo tem maior participação cultural:
- possui aspectos preventivos muito relevantes;
- maior informação sobre limites e alcances ampliam o papel do psicólogo como agente de saúde fundamental para comunidades humanas.
- Com adolescentes são inúmeros os processo terapêuticos preventivos individuais e grupais:
- questões vocacionais;
- crises previsíveis;
- enfrentamento do vestibular;
- ingresso no mercado de trabalho,
- sexualidade, etc.
Psicoterapia Breve em Gestalt-terapia com Adolescentes, enquanto efetivo meio de retomada do crescimentos por parte do cliente num tempo relativamente curto.
- Ênfase...
- ... na postura dialógica;
- ... na confiança na sabedoria do cliente;
- ...na concepção de ser humano imerso em um campo que deve ser fortemente considerado em terapia;
- ...na compreensão do sofrimento e da psicopatologia como ajustamentos criativos;
- ... na preciosa atenção ao sentido dos sintomas vividos.
- Proposta...
- não se propõe a combater o sintoma, mas a dialogar com ele em busca de seu sentido, além de compreender a relação terapêutica como uma experiência emocional atualizadora (Pinto, 2009)
- Fundamentação...
- Relação terapêutica
- Compreensão Diagnóstica
- Foco
- O campo na adolescência abrange...
- o adolescente tido como um ritual de passagem entre a infância e vida adulta.
- envolve a apropriação e a compreensão pela cultura de uma mudança natural que acontece com a pessoa.
- puberdade e transformações do corpo, indicando que a idade adulta está chegando, trazendo consigo novas possibilidades e responsabilidades.
- a necessidade de ampliar a capacidade de simbolização como meio de passagem para a idade adulta.
- Ponte que une dois continente, o da infância e o da idade adulta, segundo Lima Filho (1997)
- Essa ponte vem se ampliando, tomando espaço da infância (crianças sendo adolescentes) e da vida adulta ( adultos ainda sendo adolescentes), segundo Pinto (2004).
- Elementos psicológicos que definem a adolescência segundo Pinto:
- estabelecimento da identidade pessoal;
- redefinição da imagem corporal
- busca das relações de autonomia ampliada
- abandono da dependência dos pais
- elaboração dos lutos pela perda do corpo infantil e da infância
- estabelecimento de valores pessoais;
- busca de grupos de pertinência;
- estabelecimento de um relacionamento diferente com a geração anterior;
- assunção de funções ou papéis sexuais auto-outorgados;
- aceitação dos ritos sociais de iniciação
- ampliação dos horizontes existenciais
- O encontro com a vida adulta é marcado por sinais que demarcam o término da adolescência:
- estabelecimento de uma identidade pessoal e sexual
- possibilidade de estabelecer relações afetivas estáveis e fundadas na confiança mútua;
- capacidade para assumir compromissos profissionais;
- capacidade de lidar responsavelmente com o dinheiro e seus significados
- desenvolvimento de uma moral própria bem assumida, livre e flexível;
- possibilidade de relações de reciprocidade com a geração precedente
- assunção da capacidade de, responsavelmente, cuidar-se, cuidar do ouro, cuidar do mundo.
Psicoterapia breve para adolescentes...
- o adolescente precisará de um bom autossuporte e suporte ambiental confiável.
- apoio ambiental provém do ambiente familiar, da escola e outras criações culturais que esteja inserido.
- indicada para a maioria dos jovens na facilitação e retomada do processo de auto atualização
- requer um profissional atualizado teórica e eticamente.
- tem início no contato entre terapeuta e cliente com a explicação de regras básicas visando o bom aproveitamento da experiência;
- o tempo deve-se dar em 6 meses, podendo ser prorrogado.
- frequência ideal seriam 2 vezes por semana, porém, a maioria ocorre em 2 vez por semana.
- é possível atendimentos online, porém, ainda requer pesquisas a respeito.
- espaço presencial para atendimentos à família quando necessário.
A Relação terapêutica...
- se dá no entre dialogal
- é uma coconstrução entre terapeuta e cliente num determinado campo.
- Pinto (2021) - tem como ponto central o que uma pessoa precisa para se tornar mais e mais quem se é, sendo uma experiência emocional atualizadora.
- A experiência emocional atualizadora é tida como um ajustamento criativo que está cristalizado e precisa ser atualizado para que o desenvolvimento reencontre seu tempo e sua melhor possibilidade no agora.
- A atualização depende da forma como o terapeuta se relaciona com o cliente:
- cliente deve ter o desejo de mudar e a coragem para confirmar e buscar atender a esse desejo.
- terapeuta deve atender a quesitos técnicos básicos, ter a coragem de ser e de se arriscar num processo que visa auxiliar a transformação do outro, transformando-se.
- Desafios enfrentados pelo terapeuta ligados ao desapego e ao poder:
- O desprendimento do outro - capacidade de deixar que o cliente se vá, siga sozinho, com autonomia.
- O desprendimento - saber que apesar de ter sido importante na vida do cliente em dado momento, não precisa continuar a ser.
- terapias longas abre possibilidade de agenda cheia e previsibilidade de ganhos, porém, terapias breves, requer maior criatividade na lida com o dinheiro.
- Provoca no terapeuta no sentido de exercer com mais clareza e confiança o poder derivado:
- de seu conhecimento técnico
- de sua capacidade de colocar-se terapeuticamente a serviço do outro.
- poder de autoridade derivado da confiança no saber, inacabado mas, suficiente.
- poder de autoridade que assume sua responsabilidade e sabe que tem um ideologia que sustenta seu trabalho.
- o poder de, usado apenas em emergências muito graves (ideação suicida, por exemplo)
- o poder de mesmo conhecendo os caminhos, não oferecer um caminho ao outro, mas ajudá-lo a encontrar seu próprio caminho, acompanhando-o nesse trajeto.
A Aliança Terapêutica
- primeiro, cuidar do manejo clínico para que a aliança se construa.
- autenticidade, empatia, coerência e congruência
- o cliente precisa perceber que o terapeuta o compreende, compreende seu mundo sem julgamentos e sente tenta impor um projeto existencial
- é preciso envolver a família na aliança terapêutica
- só se pode prometer ao cliente e família a busca ética , nunca o resultado dela.
- é preciso ficar claro o compromisso de todos-terapeuta cliente e família - envolvidos no processo.
Referência:
ZANELA, Rosana; PINHEIRO, Lia. adolescência na clínica gestáltica. Summus editorial. São Paulo, 2021.