Friedritche Nietzsche, em seu livro para além do bem e do mal,fala "Sobre os preconceitos dos filósofos " à partir do valor da "verdade".
Ele enseja o "desejo da verdade" como algo tentador e arriscado, pois este demanda muitas perguntas como ele mesmo diz, ruins, surpreendentes e questionáveis.
Nietz levanta os seguintes questionamentos sobre a origem da verdade:
- Quem de fato nos faz perguntas?
- O que em nós deseja efetivamente "a verdade"?
A partir daí surge uma questão ainda mais fundamental que intenta saber se REALMENTE QUEREMOS A VERDADE.
Admite-se então a possibilidade do DESEJO PELA INVERDADE, ou pela INCERTEZA, ou ainda pela IGNORÂNCIA .
Em virtude dessa nova possibilidade surgem novos questionamentos a respeito da suposta VERDADE:
- Se o problema da verdade se deparou diante de nós ou se fomos nós que nos deparamos frente a verdade? Uma nova forma de olhar para o problema da verdade.
Niet faz questionamentos ao surgimento de algo a partir de seu oposto:
- a verdade do engano?
- o desejo da verdade a partir do desejo do engano?
- ação altruísta a partir do egoísmo?
"Tal formação é impossível, e quem a supõe é no mínimo um tolo."
Para Nietz as coisas de valor mais elevado deve ter sua própria origem, e não derivar de algo inferior, constituído de um mundo transitório, tentador e enganador, um tumulto de demência e cobiça, para ele.
Então, Nietz inverte a base de seu raciocínio e diz que "deve haver no seio da existência, no imperecível, no Deus oculto, na "coisa em si" e em "nenhuma outra parte."
A partir daí é que os METAFÍSICOS, que investigam a realidade que transcendem as ciências sensíveis, para fornecer fundamentos a respeito da natureza e das características primaciais do ser, fazem esse tipo de AVALIAÇÃO DE VALOR, através de seus procedimentos lógicos, à partir de sua "CRENÇA", constrói o seu " SABER" o qual chamam de "VERDADE".
"A crença fundamental dos METAFÍSICOS é a CRENÇA NOS CONTRASTES."
" de omnibus dubitandum"
OS HOMENS DEVEM DUVIDAR"
Nietz a partir do pensamento dos metafísicos se questiona sobre a aplicação daquilo que estes acreditavam sobre suas próprias verdades e atribui a contrapartida aos valores por eles estabelecidas entre o verdadeiro, verossímil(não contraria a verdade) e altruísta(comportamentos dos homens em que suas ações beneficiam o outro).
Dentro desses valores considerados superiores dos metafísicos, Nietz toma a vida fundamentada na aparência, no desejo de engano, no interesse próprio e na cobiça como possibilidade de nesses VALORES SUPERIORES QUE OS METAFÍSICOS PREGAM, haver uma ARDILOSA APARÊNCIA, que talvez o homem se utilize para conseguir o que pretende.
- E nesse contexto eu chamo aqui a atenção às tão conhecidas máscaras das quais o homem se utiliza para mostrar ou representar o que deseja à partir de sua própria convicção e conveniência.
A partir da observação dos filósofos por Nietz, ele conclui que:
"Convém situar a maior parte do pensamento consciente entre as atividades instintivas, até no caso do pensamento filosófico " e propõe um novo aprendizado em relação ao HEREDITÁRIO e o INATO.
Ele parte da ideia de que atrás de toda aparente autonomia dos filósofos e de toda a sua logica há uma TABELA DE VALORES que norteiam a manutenção de um determinado tipo de vida a partir de exigências fisiológicas.
Por exemplo: Que O CERTO tem mais valor que O INCERTO, APARÊNCIA tem menos valor que a "VERDADE".
O que faz Nietz supor não ser exatamente o homem, "a medida das coisas". Diante dessa conclusão, passa afirmar que:
"os julgamentos mais falsos,
são os julgamentos mais indispensáveis."
Admitindo essa afirmativa não se poderia viver sem aceitar:
- as ficções da lógica
- sem comparar a realidade com o mundo puramente inventado do incondicional
- do igualar a si mesmo
- sem a contínua falsificação do mundo por meio do número.
Com isso, renunciar aos julgamentos falsos, seria renunciar a vida, uma negação da própria vida, segundo Nietzsche
Afirmar a inverdade como uma condição de vida...significa opor perigosa resistência aos habituais sentimentos de valores, e uma filosofia com tal ousadia, só por isso, se coloca ALÉM DO BEM E DO MAL.
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