TERAPIA COGNITIVA DE BECK OU TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
Se fundamenta na racionalidade teórica de que os PENSAMENTOS, os SENTIMENTOS e os COMPORTAMENTOS se encontram intimamente relacionados. As nossas atitudes se constituem a partir de como pensamos, sentimos o mundos.
A maneira COMO A PESSOA SE COMPORTA está diretamente associada à sua FORMA DE PROCESSAR E ESTRUTURAR A REALIDADE por meio de suas COGNIÇÕES. Nesse sentido, o modo como o indivíduo interpreta as situações vivenciadas influenciará seus SENTIMENTOS e suas AÇÕES, mais do que a situação em si (Beck & Alford, 2011). A forma como percebemos o mundo, e atribuímos significado a determinadas circunstâncias terá influência direta sobre como nos sentimos em relação a algo ou alguém, bem como, na forma de como iremos agir. È nesse contexto, que algo que não tenha nenhum significado para alguém, pode ser para mim, um elemento emocionalmente desestruturador.
Todavia, é importante enfatizar que a interpretação dos eventos se dá por meio dos processos cognitivos, em articulação com os sistemas comportamentais, afetivos e motivacionais. Interpretar implica a forma como o sujeito entende e processa o fato, e essa forma de interpretar está interligada às suas motivações, seus afetos, e por consequência, seus comportamentos.
O processamento de informação na TCC é explicado por meio de TRÊS ESTRUTURAS MENTAIS INTERRELACIONADAS, responsáveis pela PERCEPÇÃO e INTERPRETAÇÃO dos eventos do mundo:
as CRENÇAS CENTRAIS,
as CRENÇAS CONDICIONAIS ou INTERMEDIÁRIAS
os PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS.
Todo o sistema organizado da interação entre cognições, sentimentos e comportamentos é chamado de modo, ou esquema (Beck, Clark, & Alford, 1999).
as CRENÇAS CENTRAIS,
as CRENÇAS CONDICIONAIS ou INTERMEDIÁRIAS
os PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS.
Todo o sistema organizado da interação entre cognições, sentimentos e comportamentos é chamado de modo, ou esquema (Beck, Clark, & Alford, 1999).
Os esquemas, ou modos, constituem a estrutura central no processamento de informações, enquanto as crenças (conteúdo) fornecem o significado.
O termo CRENÇA é um proxy para um CONJUNTO DE EXPECTATIVAS, AVALIAÇÕES, MEMÓRIAS E IMAGENS que formam o conteúdo dos esquemas cognitivos. Os esquemas têm um gradiente de ativação que vai de latente a altamente carregado (Beck & Haigh, 2014).
Quando um esquema é ativado (por estressores e fatores precipitantes), um significado correspondente é derivado de uma crença que interage com outro sistema afetivo, motivacional ou comportamental.
A ativação progressiva de um esquema de baixa a alta intensidade transforma a adaptação normal em transtorno psicológico, de forma que crenças, afetos e comportamentos se tornam hipersalientes. Em outras palavras, quando o processamento de informação se torna DISTORCIDO, os sistemas afetivo, motivacional e comportamental começam a funcionar de maneira desadaptativa, tornando-se solo fértil para o aparecimento de sintomas e funcionamento disfuncional. As crenças distorcidas existem em um continuum que vai de adaptativo/funcional a desadaptativo/disfuncional e podem ser absolutas ou condicionais (Beck & Haigh, 2014).
Conforme Beck, Rush, Shaw e Emery (1997), as CRENÇAS CENTRAIS ou NUCLEARES, são ideias e percepções tidas como verdades absolutas e imutáveis sobre si mesmo, os outros e o futuro. Elas são caracterizadas como globais, rígidas, hipergeneralizadas e transituacionais, e o indivíduo as desenvolve desde a infância. Esse seria o terceiro e o mais profundo nível da cognição, sendo de difícil acesso.
Já as CRENÇAS SUBJACENTES, CONDICIONAIS OU INTERMEDIÁRIAS, ocorrem sob a forma de atitudes, pressupostos e regras (afirmações do tipo “se... então...”). Além das crenças condicionais e nucleares, a TCC considera ainda um nível mais superficial da cognição, representado pelos pensamentos automáticos, que são a “presentificação” das crenças, isto é, são pensamentos que irrompem e se apresentam em paralelo ao fluxo do nosso pensamento, podendo, por vezes, tomar conta dele (Neufeld & Cavenage, 2010). Os pensamentos automáticos são espontâneos e fluem em nossa mente a partir dos acontecimentos do dia a dia, independentemente da deliberação ou do raciocínio.
O modelo cognitivo postula que os problemas psicológicos e os transtornos mentais são uma acentuação do funcionamento adaptativo normal. A ligação entre este funcionamento e desadaptativo parece resultar do exagero dos vieses encontrados no processamento de informação típico.
O viés negativo normalmente exagera a ameaça ou o desafio, enquanto o positivo exagera a recompensa. Quando uma nova informação que contradiz as crenças tendenciosas é introduzida nos esquemas, eles podem tornar-se inativos, e os sintomas podem diminuir. O alívio dos sintomas está associado a uma queda no grau de convicção na crença tendenciosa; no entanto, a crença permanece latente até ser reativada (Beck & Haigh, 2014).
No que diz respeito às principais características da TCC, ela tem um estilo de comunicação centrado no cliente. Trata-se de um tipo de terapia breve e focal, tendo como princípio norteador a relação colaborativa estabelecida pela dupla terapêutica, na qual o profissional é o especialista na abordagem psicológica/científica, e o cliente é o especialista em sua própria vida. A essa relação colaborativa as partes entendem seus respectivos papéis, a partir do que cada uma trás para agregar no auxílio ao cliente, a fim de que este possa conseguir avanços na forma de como lidar com suas dificuldades, bem como, na melhoria de sua qualidade de vida.
A ABORDAGEM faz uso de técnicas cognitivas e comportamentais ao longo da intervenção, visando auxiliar os clientes no PLANEJAMENTO e no APRENDIZADO DE NOVOS COMPORTAMENTOS.
A ABORDAGEM faz uso de técnicas cognitivas e comportamentais ao longo da intervenção, visando auxiliar os clientes no PLANEJAMENTO e no APRENDIZADO DE NOVOS COMPORTAMENTOS.
Os OBJETIVOS da TCC são: ALÍVIO ou REMISSÃO DE SINTOMAS; melhora na QUALIDADE DE VIDA; e desenvolvimento de estratégias mais adaptativas de enfrentamento (coping) para lidar com as adversidades (Salkovskis, 1999).
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