Os estigmas existem desde que o mundo é mundo, desde os gregos, a era cristã até a vida contemporânea, porém, se apresentam de formas diferenciadas e adaptadas a cada época. Os estigmas correspondem aos rótulos e formas de categorização de uma pessoa ou sociedade, naturalizando conceitos considerados “normais” a respeito do indivíduo, comunidade ou sociedade, que revelam a sua “identidade social” ou ainda, “status social”, conforme explica Erving Goffaman, em seu livro Estigma. Ao estigmatizar o sujeito, projetamos nossas expectativas sobre o mesmo, categorizando-o ou estereotipando-o a partir de nossos valores, entretanto nem sempre corresponde à realidade do mesmo, o que o autor chamou de “identidade social real”. Goffaman menciona três tipos de estigmas diferentes:
Abominações do corpo-deformidades físicas.
Culpas de caráter individual-vontades fracas, paixões tirânicas ou não naturais, crenças falsa se rígidas, desonestidade, inferidas a partir de distúrbio mental, prisão, vício, suicídio e comportamento político radical.
Estigmas tribais de raça, nação e religião.
Partindo desse contexto, percebe-se na charge que,o Brasil pode ser visto como um país supostamente, de “duas classes sociais”: a classe política e a classe social marginalizada, pelos diversos rótulos e categorizações que lhes são impostas, identificando-a socialmente, de forma pejorativa e depreciativa, o que ratifica o processo de exclusão vitalício proposto pelos julgamentos dos vários governantes desse país. Entretanto, importante salientar que há aí, uma postura reativa aos governantes, de não aceitação de categorização depreciativa quando é dado o recado aos governantes de que “não cabe mais embaixo do tapete”, e que essas pessoas estigmatizadas buscam seu lugar de direito em meio a sociedade, embora ainda enfrentem inúmeras dificuldades de preconceitos, estereótipos e discriminação, na sociedade contemporânea, entendendo que podem e devem estar no lugar e na posição que desejar. Contudo, ainda há muito o que conquistar para desfazer esses estigmas socialmente aceitos, naturalizados pela sociedade. E é em meio a esse enfrentamento, que muitos estigmas sociais que afetam o sujeito podem leva-lo a buscar o auxílio psicológico, pois os estigmas sociais estão tão naturalizados, que muitas dessas pessoas se sentem identificadas pessoalmente, com essas categorias depreciativas, internalizando-a como se fizesse parte de sua identidade pessoal, quando na verdade, precisam descobrir o seu potencial real e individual de realização e conquistas, para conseguir lidar com essa cultura de exclusão que o Brasil traz.
debate a desigualdade social como a grande questão brasileira.
a Psicologia tem desvalorizado ou ignorado a desigualdade social como um aspecto determinante da constituição das subjetividades.
é uma questão epistemológica que deve ser enfrentada e superada (transformada) na Psicologia ATRAVÉS da adoção de uma visão de sujeito e de sua relação com o mundo que adota como categoria fundamental a historicidade, afirmando a subjetividade como aspecto da realidade que se constitui como uma dimensão do real.
Afirma que Subjetividade e objetividade são uma relação dialética de constituição mutua. Ignorar esta relação leva e tem levado à psicologia a se constituir como ideologia que oculta a produção social da desigualdade.
SÍNTESE DO ARTIGO
tese defendida neste artigo é a de que a desigualdade social, maior problema vivido pelo Brasil, é ignorada pela psicologia e isto torna o discurso desta ciência ideológico.
defende a importância deste tema e dizer de sua relação com a constituição da subjetividade.
SOBRE A DESIGUALDADE NO BRASIL
A história brasileira, em seus mais de 300 anos de escravidão, é marcada pela presença de uma elite política e econômica que sempre privilegiou seus interesses em detrimento das necessidades da maioria da população, e que se perpetua até os dias atuais.
Aspectos importantes a serem considerados:
primeiro é que o padrão de desigualdade/ igualdade social é construído histórica e culturalmente em uma dada sociedade.
segundo, a desigualdade social faz referência a distribuição da riqueza e às condições desiguais de acesso e bem-esta
BRASIL:
é caracterizado por uma população que tem acesso desigual à riqueza produzida coletivamente e usufrui de condições de vida também desiguais.
desigualdades que têm a característica étnico-racial como seu crivo; ou ainda aquelas que marcam as diferentes regiões do país; ou ainda de gênero.
a desigualdade no país é bastante profunda e permanente.
A estrutura de relações que acompanha e marca o fenômeno da desigualdade social é caracterizada por redes invisíveis e objetivas que qualificam e desqualificam indivíduos e grupos, distinguindo-os, marcando com este forte termo um grupo social que tem acesso a pequena parte da riqueza, vive sob condições precárias e é desvalorizado na hierarquia social.
Por que a Psicologia ignorou a desigualdade social?
questão mais importante de ser abordada
os aspectos da psicologia que a levariam a estar de costas para a realidade social, segundo Bock, é uma questão é epistemológica, ou seja, localiza-se na concepção de sujeito na qual a psicologia se baseou.
Século XIX, ênfase na razão, Psicologia enquanto ciência, nasce uma ciência racional, empírica, positivista, experimental, quantitativa e determinista.
Dicotomia da Psicologia em sua epistemologia.:
"O esforço racional para garantir um saber objetivo sobre a realidade, incluída a subjetividade, foi separar estes dois âmbitos: subjetividade e objetividade, que “passam a ser vistos como autônomos, com movimento próprio e natural. Caberia à Psicologia estabelecer, da melhor maneira possível, os mecanismos de interação entre os aspectos subjetivos e os aspectos objetivo”"
Críticas à Psicologia: a psicologia ignorou a desigualdade social por uma questão epistemológica, ou seja, pela concepção de sujeito hegemônica
A realidade social, a sociedade, as condições de vida e a desigualdade social ficaram do lado de fora das explicações e compreensões da psicologia.
As razões estavam no âmbito “interno” dos indivíduos, podendo-se falar das situações de vida como experiências, vivências ou influências.
O fenômeno psicológico, seja qual for sua conceituação, aparece descolado da realidade na qual o indivíduo se insere e, mais ainda, descolado do próprio indivíduo que o abriga.
A relação com o mundo social e cultural, apesar de considerada importante por todos os psicólogos, é vista como uma relação de exterioridade. “O mundo social é um mundo estranho ao nosso eu”
Análises que prescindem da realidade social para explicar o humano e sua subjetividade:
Tudo que puder indicar relação com a realidade social será lido e compreendido a partir do indivíduo e suas características ou potencialidades.
A desigualdade social pertencente ao mundo exterior, influencia os indivíduos.
Suas potencialidades que deverão se atualizar ou se revelar conforme forem sendo estimulados pelo meio.
Psicologia enquanto Ideologia:
passou a ocultar ou contribuir para ocultar a desigualdade social, que como afirmamos estaria considerada como o principal problema de nossa sociedade.
Nada oferece para evidenciar e dar visibilidade à desigualdade.
Suas concepções de diferenças individuais, de potencialidades, capacidades, inteligência, motivação, estruturação familiar, preconceito têm servido apenas para reduzir ao individual o que é social.
Encobre parte da realidade, da relação do que está constituído (seja o psicológico) com a realidade social e material onde essa constituição tem lugar.
Aspectos que permitem dar visibilidade à dimensão subjetiva da desigualdade social:
Perguntou-se sobre a vida, as explicações para a desigualdade, sua gênese, as responsabilidades, as condições de vida e os sentimentos que acompanham esta vivência.
o significado do esforço pessoal como responsável pelo sucesso das pessoas e, portanto, justificativa para a desigualdade.
moradores das regiões com menor índice de exclusão trazem a ideia mais frequente é a importância de ter bons contatos na vida para ter sucesso;
moradores das regiões mais pobres a ideia que aparece é a importância de começar cedo a trabalhar e batalhar por uma vida melhor.
O argumento da meritocracia aparece em todas as regiões para justificar a classificação de uma escola como boa; sempre alguém é responsável por sito, sejam professores, direção, alunos.
A população mais rica considera natural ter direito a, enquanto a população mais pobre não se vê como sujeito de direitos e entende que o que recebe do Estado são dádivas e é grata por isto.
A apropriação da cidade e o “sentir-se bem nela” demonstram formas diferentes de ver a cidade e se relacionar com ela.
Compreensão de como a escola está sendo significada por estes diferentes (e desiguais) alunos:
A escola pertence aos ricos; a escola é estranha para os pobres.
Para os ricos é continuidade de uma vida familiar, com cultura muito semelhante; para s pobres é ruptura da vida em família, onde o trabalho é aspecto central.
O conhecimento é valorizado pelos alunos da camada rica, mas pouco ou nada destacado, pelos alunos pobres, como objeto da escolarização.
A escola como a possibilidade de sair do lugar onde estão e ter um futuro melhor; um futuro pouco descrito, mas que é sinônimo de deixar este lugar onde se encontram hoje. Para a camada rica a escola é necessária para aprenderem o que precisam para estar em uma profissão no futuro; mas o futuro é a continuidade do que se tem hoje.
Lane afirmava em seu texto emblemático “Uma nova concepção de homem na Psicologia” que “toda a psicologia é social”
não será possível falarmos de nossa gente e sua subjetividade se não incluirmos definitivamente, em nossas reflexões, uma nova concepção de humano
é preciso fazer uma revisão epistemológica na Psicologia, inserindo a sociedade e combatendo a desigualdade social.
FONTE:
Artigo Psicologia e Desigualdade Social - Ana Mercês Maria Bock
Discípulo de Freud. Nasceu no sul da Alemanha e faleceu no Canadá. Sem formação acadêmica. Psicanalista, se destacou também em antropológica e educação. Criou a Teoria Psicossocial – Teoria pós-freudiana. E teria ampliado em vários aspectos a teoria original de Freud.
Freud deu especial atenção ao estudo do desenvolvimento psíquico da criança e do adolescente descrevendo 5 fases do desenvolvimento psicossocial. Erikson partindo dessa teoria, procurou investigar como se dá o desenvolvimento psíquico humano ao longo da vida. Sistematizou uma teoria da personalidade que abarca 8 estágios do desenvolvimento.
Em cada um dos 8 estágios do desenvolvimento, vivenciamos conflitos psíquicos que contribuem para formação da nossa personalidade. A partir da adolescência tais conflitos recebem o nome de crise de identidade. Erikson criou esse termo, para se referir a momentos de intensa transformação aos quais passamos ao alongo da vida. Momentos de virada, nos quais a identidade pode sair fortalecida ou enfraquecida.
Ele considerava que sua teoria era uma extensão da teoria da psicanálise freudiana. Além disso, Erikson diverge de Freud em pontos importantes. Além disse entende que as influencias culturais e históricas tem um papel muito mais importante no desenvolvimento da personalidade, do que Freud percebia.
Na Teoria Freudiana, Freud retrata a relação entre o ID o EGO e o SUPEREGO como uma relação conflituosa.
·ID é a estrutura totalmente inconsciente da psique, que vive em busca do prazer e da liberação de tensões.
·O Ego surge para controlar as exigências cegas do ID considerando os limites impostos pela realidade.
·O superego é o juízo implacável que tenta a todo custo reprimir os desejos do ID e orientar a psique na direção dos ideais e dos valores morais dentro dos quais os individuo foi criado.
Assim Freud viu o ego como uma estrutura, que tenta fazer o meio de campo entre a impulsividade do ID, a tirania do superego e as pressões do mundo externo. Por isso o ego que é o centro da personalidade é uma estrutura psíquica sobrecarregada e vulnerável, mesmo nas pessoas psicologicamente saudáveis.
Erikson percebe o ego um pouco diferente de Freud. Para ele o ego é uma força positiva geradora de auto identidade, do autoconceito, da sensação de eu.
É uma estrutura que favorece nossa adaptação aos vários conflitos e crises ,que possamos ao longo da vida, impedindo que percamos a nossa individualidade frente as pressões sociais.
Na infância o ego é frágil e maleável. Na adolescência começa a ganhar força e forma. Ao longo da vida ele unifica a personalidade e mantém a sua integralidade.
O ego segundo Erikson é uma agenda psíquica parcialmente consciente e, parcialmente inconsciente, que organiza e sintetiza nossa experiencia fazendo uma relação entre o que vivenciamos hoje, o que vivemos no passado, e o que projetamos para nossa identidade futura.
O Ego é nossa habilidade de unificar experiencias e ações de maneira a gerar equilíbrio psíquico e garantir nossa adaptabilidade ao mundo em que estamos.
Segundo Erikson, o EGO se constitui de 3 aspectos inter-relacionados:
·Ego corporal – refere-se as experiências ligadas ao nosso corpo. A forma de como diferenciamos o nosso corpo físico das outras pessoas., nosso eu físico. Podemos estar satisfeitos ou não com as aparências de nosso corpo, mas todos diferenciam e reconhecem seu próprio corpo dos demais.
·Ideal do Ego – representa a imagem que fazemos de nós em comparação a um eu, que idealizamos. Essa comparação entre a imagem que fazemos de nós e a imagem ideal é o responsável pela nossa realização ou não, satisfação ou não, não apenas no aspecto físico, mas de uma forma integral. Todos idealizamos um corpo e uma personalidade que gostaríamos de ter, o ideal do ego é uma espécie de comparação entre o que gostaríamos de ser e aquilo que acreditamos ser.
·Identidade do Ego – é a imagem que temos a respeito de nós mesmos no que se refere aos diversos papéis que representamos. É como nos vemos enquanto filhos, profissionais amigos, enfim, todos os papéis sociais que desempenhamos cotidianamente.
Os três aspectos acima, experimentam rápidas alterações durante a adolescência, mas modificações ocorrem em todos esses aspectos durante toda a vida. Erikson afirma que, as capacidades com as quais nascemos são importantes par ao desenvolvimento da personalidade, mas o ego em grande parte emerge a partir da sociedade e é por ela, modelado, o que vai de encontro a teoria de Freud, que enfatiza mais os fatores biológicos.
Segundo Erikson, o ego existe enquanto potencial ao nascer mas, ele precisa emergir num ambiente cultural, onde as variações de cultura para cultura, tendem a modelar as personalidades de maneira que elas se encaixem aos valores e necessidade de cada sociedade. Isso começa acontecer nas formas nas quais as crianças vão sendo criadas em cada lugar.
OS 8 ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO DE ERICK ERIKSON.
As 8 idades do homem.
Ao longo da vida enfrentamos conflitos psíquicos específicos que ajudam no desenvolvimento de nossa personalidade. Cada estágio dele traz o nome desses conflitos.
1-CONFIANÇA X DESCONFIANÇA
·0 ao 1 ano de idade.
· Equivale a fase oral descrita por Freud.
·Durante os primeiros 18 meses de vida o bebê terá experiências que o levará a confiar ou não, em sua mãe, e outras pessoas.
oSe o bebê é alimentado, higienizado e acariciado de forma adequado desenvolverá a confiança.
oSe o bebê vivencia isso de forma inadequada vai desenvolver a desconfiança
oÉ preciso desenvolver tanto a confiança como a desconfiança.
“– Eu sinto que a primeira atitude psicossocial básica a se aprender é a que pode confiar em sua mãe, de que ela voltará e te alimentará, que pode confiar que ela te dará a coisa certa, na quantidade certa, na hora certa. Saber que quando estiver desconfortável ela virá e te deixará confortável. Isso é confiança básica. Os homens precisam aprender isso, diferente dos animais que fazem isso instintivamente. A mãe tem que ensinar. Então, nas diferentes culturas e classes, as formas de criar criança ,ensinam por diferentes modos. Mas a desconfiança é igualmente importante. Queira perdoar minha contradição por um momento. Acontece tão fácil de as pessoas excluírem a desconfiança, a dúvida, a vergonha e todas essas coisas, estabelecendo meramente uma escala de virtudes. Como se a confiançaviesse primeiro, mas a confiança e a desconfiança são nossas atitudes sociais básicas. As usamos constantemente. Quando se está numa situação, temos que saber diferencias se podemos confiar ou desconfiar. A desconfiança significa reconhecer o perigo, antecipar desconfortos e por aí vai.”(Entrevista com Erick Erikson, June 1964 com Richard Evans – Universidade de Houston.)
2-AUTONOMIA X VERGONHA )
·2 ao 3 anos
·Equivale a fase anal da teoria freudiana.
·O conflito psíquico importante é o que se dá entre a autonomia e a vergonha. A criança desmama por conta da maturação biológica. Aprende a se locomover e a controlar os esfíncteres.
·Processo gradual e liberação em relação a figura materna que proporciona a criança um sentimento progressivo de independência e autonomia.
·Surge forte desejo por auto direção. Quer fazer tudo sozinha e explorar o ambiente ao máximo. Quando os adultos permitem que a criança explore o ambiente e tenha a oportunidade de faze-las sozinha, sem censurá-las, quando comete erros, as necessidades de independência da criança são atendidas alimentando seu sentimento de autonomia.
·Crianças que tem sua autonomia tolhida. Adultos que fazem tudo no lugar da criança por subestimar as capacidades dela, seja por quererem fazer as coisas do jeito adulto, e punindo a curiosidade da criança pelo ambiente ou sua incapacidade de controlar a evacuação por perfeição, instalam -se sentimentos de vergonha e demérito pessoal. A criança passa a duvidar de sua própria capacidade de poder dirigir seu próprio comportamento.
3-INICIATIVA X CULPA
a.3 aos 6 anos
b.Equivale a fase fálica de Freud
c.Desenvolve sua identidade como menino ou menina, segundo Erikson. Nesse período a menina ou menino se identificara com seu progenitor do mesmo sexo, copiando aspectos do seu comportamento. A menina exibirá sua feminilidade e o menino sua masculinidade.
d.O menino tende a antagonizar com o pai e a menina com a mãe. Comportamentos naturais, passageiros e fundamentais para a formação da personalidade.
e.A censura dos adultos seja pela punição, ridicularização ou sarcasmo, pode criar na criança, fortes sentimentos de diminuição e culpa, em reação a própria identidade. Ao expressar seus desejos as criança demonstra seu desejo de vir a ser um adulto completo. Desenvolver-se com segurança e propósito. É importante que ela não se sinta diminuída nem culpada por manifestar seus sentimentos.
“– Ele começa a imaginar objetivos. Isso tem a ver com iniciativa porque ele começa, por exemplo, a se identificar com pessoas cujo trabalho ou cuja personalidade ele pode apreciar. E ele começa a pensar em ser adulto. Tudo isso, acredito, começa pelo propósito. Quando ele brinca, não é só uma questão de diversão, ou de praticar sua vontade ou sua habilidade de manusear. Ele começa a ter projetos nesse estágio.” (Entrevista com Erick Erikson, June 1964 com Richard Evans – Universidade de Houston.)
Erikson considera que as crianças nesse estágio devem receber esclarecimentos sexuais, dentro das capacidades de compreensão e na medida em que, suas curiosidades forem surgindo.
4-DOMÍNIO X INFERIORIDADE
·7 aos 12 anos
·Equivale a fase de latência de Freud.
·Se interessa em desenvolver habilidade dentro da escola e fora dela. Ler, escrever, calcular, aprender jogo, realizar atividades físicas, colecionar objetos, enfim, toda energia e motivação se referem ao desenvolvimento de competências.
·As novas aprendizagens e ação sobre o mundo desenvolve na criança o sentimento de domínio. Quando elas não são encorajadas a tomar parte nas atividades por outras pessoas, ou é rejeitada, desenvolve o sentimento de inferioridade.
5-IDENTIDADE X CONFUSÃO DE PAPÉIS.
·12 aos 18 anos
·Equivale a fase genital da teoria freudiana
·Busca entender a si mesmo. Primeira crise de identidade.
·Ao longo da infância, a criança conviveu com muitas pessoas, desenvolveu identificações com algumas delas, e em consequência foi adquirindo características de amigos pais e professores.
·Na adolescência, ele abandonará algumas dessas características e fortalecerá outras, e incansavelmente, tentará achar a si mesmo.
·Raramente se identificam com os pais, não aceitam intromissão, rejeitam seus valores. É um esforço de separar sua identidade da de seus pais. O adolescente tem uma grande necessidade de pertencer a um grupo social, formado por pessoas de sua idade. Ser parte de tal grupo, ajuda o adolescente a encontrar sua identidade no contexto social.
·Ao conseguir definir sua identidade desenvolve o sentimento de coerência interna, se sentido uma pessoa integrada e única. Nem sempre o adolescente consegue alcançar essa tarefa, sofrendo a chamada difusão de identidade quando ele não consegue encontrar a si mesmo.
“- Sim, eu sugiro que nesse estágio ele tem capacidade cognitivas para buscar seus interesse sociais. Agora, ele quer saber onde se encaixa nessa cultura. Você encontra isso nas culturas primitivas, nos rituais da puberdade que lhe dizem primeiro qual o seu lugar. Que ele pertence a uma certa tribo, a um certo clã, e por aí vai. Claro que quanto mais temos escolhas livres em uma cultura, na qual um adolescente pode decidir quem será, você também tem mais conflitos em relação a isso. Quanto menos restrições numa sociedade livre, maiores conflitos terão, maiores os problemas com a identidade. Mas, claro, não defendo que as identidades devem sempre ser tão pré-determinadas que você não tenha escolha. Pois, se você tem que se conformar em papéis absolutos, algumas pessoas são postas de lado, e simplesmente, não sobrevivem em tribos primitivas por não se encaixarem nisso.,
6-INTIMIDADE X ISOLAMENTO
·18 aos 30 anos
·Fase genital da teoria freudiana
·O jovem tem interesse em fundir sua identidade com a de outras pessoas. Quer dizer entregar-se em relações de intimidade, as quais será fiel, se entregando a compromissos e sacrifícios. Está pronto para assumir uma relação sexual e afetiva duradoura. Pertencer inteiramente a um grupo religioso a um movimento político. Manter uma amizade profunda e sincera. Ele está pronto para doar-se, para sair de si mesmo sem medo de perder a própria identidade.
·Caso não tenha atingido essa condição de integridade do eu, terá dificuldade de envolver-se genuína e profundamente com outras pessoas, fugindo da intimidade, convivendo com uma profunda sensação de isolamento e distanciamento.
“- A intimidade é realmente a habilidade de fundir sua identidade à de outro, sem o medo de que você perderá algo de si. É por isso, que nesse estágio, o casamento se torna possível. Quando o casamento não funciona é porque isso não se desenvolve. É uma das razões em que os casamentos entre pessoas muito jovens tendem a não dar certo. Porque algumas pessoas jovens casam para encontrar suas identidades através do casamento, ou encontrar suas identidades em outra pessoa, o que não é possível. Para ser realmente íntimo, você precisa ser capaz de ter uma identidade muito firme já desenvolvida.
7-GENERATIVIDADE X AUTOABSORÇÃO
·30 aos 60 anos
·Fase genital da teoria freudiana
·O adulto interessa-se por criar, cuidar e orientar uma nova geração. É a generatividade.
·Erikson percebe que as pessoas maduras apresentam uma grande necessidade em se sentirem responsável por crianças e jovens.
·Aos se sentirem necessários, sentem-se estimulados. Quando não ocorre, há um sentimento de estagnação e infecundidade.
·A generatividade pode se realizar pela procriação, mas também, pode se manifestar por atividades relacionadas ao cuidado e a orientação da infância.
“- Eu penso que nesse estágio, que a ética, a ética madura, se torna possível. Porque agora você aprende a se tornar responsável pelo que está criando. Agora, eu evito o termo “criatividade”. Generatividade significa gerar, produzir algo. Com isso, me refiro a tudo que é gerador. Filhos, produtos, ideias, obas de arte. Com isso uma pessoa pode se realizar, mesmo não tendo sido reconhecida (EX: Picasso) , mesmo não tendo filhos já que generatividade também é ser útil a filhos dos outros, como fazem os professores por exemplo. Ou quando alguém se preocupa em gerar ideias. Não o fazer pode gerar frustrações, isso Freud sempre enfatizou.
8- INTEGRIDADE DO EGO X DESESPERANÇA
·60 anos de idade, em diante.
·Fase genital da teoria freudiana
·O adulto que tiver resolvido de forma satisfatória todos os conflitos dos estágios anteriores e desenvolvido a capacidade da solidariedade humana, terá condições psíquicas para lidar com a crise final ligada a desintegração e a morte. Aqueles que não tenham desenvolvido suficientemente a integração do ego, experimentarão sentimentos de desespero e que não há mais tempo para retornar e experimentar diferentes possibilidades da vida.
·A integridade do ego leva ao sentimento de união com a humanidade, a sabedoria e a esperança. A falta de integridade do ego leva a desesperança e ao temor da morte.
As parafilias são expressões anormais da sexualidade, que podem variar de um comportamento quase normal a um comportamento destrutivo ou danoso somente para a própria pessoa ou também para o parceiro, até um comportamento considerado destrutivo ou ameaçador para a comunidade como um todo.
São diversos os atos impulsivos e compulsivos de natureza sexual, que descritos como perversões sexuais, passaram a ser chamados atualmente, como parafilia e atos impulsivos e compulsões sexuais, já que a expressão "perversão" tem uma conotação moral, fortemente negativa e depreciativa no senso comum.
As principais parafilias que podem incluir atos impulsivos e/ou compulsivos de natureza sexual são descritas a seguir:
PEDOFILIA - perversão que leva um indivíduo a ter desejos e atividades sexuais voltadas a crianças ou púberes, com consequências potenciais graves para a criança.
GERONTOFILIA - desejo sexual por pessoas consideravelmente mais velhas que o indivíduo. Se encaixa na cronoinversão do desejo sexual.
EXIBICIONISMO - com consequências potencialmente graves, é o impulso de mostrar os órgãos genitais, geralmente contra a vontade da pessoa a quem o ato se direciona, a criança ou adolescente, mas não apenas. O ato de exibir-se já é suficiente para que o indivíduo tenha prazer. em geral não busca contato direto com a pessoa para a qual se exibe; o prazer que sente está relacionado ao pavor causado no outro.
VOYEURISMO - desordem sexual ou impulso de obter prazer observando uma pessoa que está rendo relação sexual, ou que simplesmente está nua ou se despindo.
FETICHISMO - impulso e desejo sexual concentrados em (ou exclusivamente relacionado a) partes da vestimenta ou do corpo da pessoa desejada.
SADISMO - necessidade de prazer sexual por meio do ato de infligir dor ou humilhação a outra pessoa. Considerado uma Perversão Sexual quando em graus extremos. Quando em graus moderados, é comum e existe em quase todos os relacionamentos sexuais. Precisam de outra pessoa para lhes infligir dor.
MASOQUISMO - é uma necessidade comum, mas se transforma em Perversão Sexual quando Eros se torna subserviente ao impulso destrutivo. Os masoquistas experimentam prazer sexual ao sofrerem dor e humilhação infligida por eles mesmos ou por outros. Não precisam de outra pessoa para se infligir dor.
ZOOFILIA ( ou bestialismo) - Desejo sexual dirigido a animais, ou ainda, práticas sexuais com animais.
NECROFILIA (ou vampirismo) - Desejo sexual dirigido a cadáveres. Prática sexual com cadáveres.
COPROFILIA - busca do prazer com o uso de excrementos (fezes) no ato sexual.
COMPULSÃO PELA UTILIZAÇÃO REPETIDA DE CLISTERES que é a introdução de um pequeno tubo no ânus. Clister, enema ou chuca é um procedimento que consiste na colocação de um pequeno tubo no ânus, introduz-se água ou substância com a finalidade de lavar o intestino
COMPULSÃO PELA INTRODUÇÃO DE OBJETOS NO ÂNUS OU VAGINA como Lâmpadas, potes de vidro, garrafas,etc.
COMPULSÃO PELA MASTURBAÇÃO - intensa necessidade de realizar atividade masturbatória repetitiva, eté mesmo praticada com desprazer.
NINFOMANIA - desejo sexual quantitativamente muito aumentado na mulher. Geralmente ocorre em indivíduos em fase maníaca do transtorno bipolar.
SATIRÍASE - desejo sexual quantitativamente muito aumentado no homem.Geralmente ocorre em indivíduos em fase maníaca do transtorno bipolar.
REFERÊNCIAS:
Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Paulo Dalgalarrondo.
Unidade morfofuncional fundamental do sistema nervoso.
A célula nervosa produz sinais elétricos (bits de informação)
Codificação de tudo que sentimos a partir do ambiente externo e tudo que pensamos.
2. ESTRUTURA ANATÔMICA DE UM NEURÔNIO
2.1. AXÔNIO e a BAINHA DE MIELINA
É composto da Bainha de Mielina, que é um revestimento isolante, que permite que o impulso seja conduzido em alta velocidade pelo axônio.
BAINHA DE MIELINA - é uma capa de tecido adiposo que protege suas células nervosas. Estas células são parte do sistema nervoso central, que transporta mensagens entre o seu cérebro e o resto do corpo. Atua como um isolamento elétrico e aumenta a velocidade de propagação do impulso nervoso ao longo do axônio.
Na esclerose múltipla (EM),a bainha de mielina é danificada. Isso significa que OS nervos não são capazes de enviar e receber mensagens como deveriam.
2.2. NODOS DE RAVIER
São intervalos regulares contidos na Bainha de Mielina,desprovidos de isolamento elétrico, onde o impulso nervoso é regenerado.
FLUXO OU CAMINHO DA INFORMAÇÃO PELO NEURÔNIO
REDES NEURAIS
Correspondem a vários neurônios interconectados, que se comunicam entre si, pelos terminais axônicos via sinapses, cujas conexões acontecem por um emaranhado de dendritos e axônios que são vias aferentes(levam impulsos nervosos ao SNC) e eferentes ( captam impulsos nervosos do SNC, em forma de resposta).
Os neurônios operam em grandes conjuntos, conectados, e não isoladamente.
Cada específico circuito neural processa informações da sensação, percepção e comportamento.
CÉLULAS GLIAS OU NEUROGLIAS
São diversos tipos celulares presentes no sistema nervoso central. Elas não geram impulsos nervosos, não formam sinapses e, ao contrário dos neurônios, são capazes de se multiplicar através do processo de mitose, mesmo em indivíduos adultos.
são células não neuronais do sistema nervoso central que proporcionam suporte e nutrição aos neurônios
são mais numerosas que os neurônios
Não participa diretamente das sinapses
Função de participar da regulação da concentração de íons e nutrientes nas proximidades dos neurônios.
Função de proteção como a regeneração de fibras nervosas após lesão.
Forma a Bainha de Mielina.
TIPOS CELULARES ENCONTRADOS NAS CÉLULAS GLIAS:
ASTRÓCITOS (SNC) - Células de formato estrelado em seus prolongamentos. Possuem maior volume e diversas funções. Algumas de suas funções são sustentação, controle da composição iônica e molecular do ambiente onde estão localizados os neurônios, transferência de substâncias para os neurônios, resposta a sinais químicos, entre outras atividades.
OLIGODENTRÓCITOS (SNC) - São responsáveis pela formação da Bainha de Mielina no SNC, porém, envolve neurônios também presentes no SNP.
CÉLULAS DE SCHWANN (SNP) - Formam a Mielina em apenas um neurônio.
MICROGLIÓCITOS - células possuem pequenos prolongamentos, capacidade fagocitária, e atuam em processos inflamatórios e reparando esse sistema.
NEURÔNIOS E CÉLULAS GLIAS
Os Neurônios sentem as mudanças no ambiente, que comunicam essas mudanças a outros neurônios e que comandam as respostas corporais a essas sensações.
A glia, ou células glias, contribuem para as funções neurais, perincipalmente, por meio de efeito isolante, de sustentação e de nutrição dos neurônios vizinhos.
Contém todos os impulsos, desejos ou instintos que estão além
da consciência, mas que no entanto, motivam a maioriade nossos sentimentos, ações e palavras.
Ainda que estejamos conscientes de nossos comportamentos explícitos , não
estamos conscientes dos processos mentais que estão por traz dele. O
inconsciente era a explicação para o significado subjacente de sonhos, lapsos
de linguagem, certos tipos de esquecimento, chamados de repressão.
·PRÉ-CONSCIENTE
Contém todos os elementos da mente que não são conscientes,
mas que podem se tornar conscientes, prontamente ou com alguma dificuldade. (Freud,
1933/1964 apud Feist at all, 2015). Essas ideias
são provenientes de duas fontes: da percepção conscientee do Inconsciente, embora algumas dessas
ideias possam não se tornar conscientes.
·CONSCIENTE
Único nível mental que está disponível para nós. As ideias
chegam a consciência por dois caminhos:
oA
partir do sistema consciente perceptivo – o que está voltado para o mundo
exterior, estímulos externos, o que percebemos pelos nossos órgãos dos sentidos
(Freud, 1933/1964).
oA
partir da estrutura mental, incluindo ideias não ameaçadoras do pré-consciente.
Quando as imagens ou ideias são ameaçadoras, chegam distorcidas ou disfarçadas
em nosso consciente assumindo comportamentos defensivos ou elementos oníricos
(sonhos).
MODELO ESTRUTURAL DE PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD:
“...personalidade é um padrão de traços relativamente permanente e características únicas, que dão consistência e individualidade ao comportamento de uma pessoa. (Roberts $Mroczec, 2008 apud Feist at all, 2015.)”
As contribuições de Freud para a teoria da personalidade são a exploração do inconsciente e a insistência de que as pessoas são motivadas, primariamente, por impulsos dos quais elas têm pouca ou nenhuma consciência.
Estrutura da Personalidade segundo Freud:
ID – Parte mais primitiva da mente: Inconsciente.
·Não tem contato com a realidade, embora
se esforce para reduzir a atenção, satisfazendo desejos básicos.
·Abriga impulsos básicos (processo
primário)
·Sua única função é buscar o prazer – Id serve
ao princípio do prazer. Depende do EGO para ter contato com o mundo
real, e o prazer tornar-se realidade (processo secundário).
EGO –o “eu”. Transita entre o consciente,
pré-consciente e o inconsciente.
·Única região da mente em contato com a
realidade.
·Governado pelo Princípio da realidade, que
tenta substituir o princípio do prazer do Id.
·Ramo executivo da personalidade, aquele que toma
as decisões.
·As decisões podem partirdos três níveis: consciente, pré-consciente e
inconsciente.
SUPEREGO – superego ou acima do eu.
·Representa os aspectos morais e ideais da
personalidade e é guiado por princípios moralistas ou idealistas.
·Se desenvolve a partir do ego, não possui
energia própria.
·Não tem contato com o mundo externo, sendo
irrealista em suas demandas por perfeição.
·Possui dois subsistemas:
oConsciência – o que não se deve fazer,
comportamentos inadequados
oIdeal de ego – o que devemos fazer, compensação
por comportamento inadequado.
·Superego bem desenvolvido atua para controlar os
impulsos sexuais e agressivos por meio da repressão.
·Vigia o ego julgando suas ações e intenções.
·A culpa é o resultado da atuação ou pretensa
atuação que contraria os padrões morais do superego.
DINÂMICA DA PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD
Para
Freud as pessoas são motivadas a buscar o prazer e a reduzir a tensão e a
ansiedade. E essa motivação é derivada da energia física e psíquica, que brota
de seus instintos básicos.
IMPULSOS
·Segundo Freud (1933/1964), os impulsos podem ser
agrupados em dois títulos:
oSexo
ou Eros
oAgressividade,
destruição ou Tanatos.
·Os impulsos se originam no Id, mas ficam sob
controle do Ego.
·Freud chamou de “libido” para o impulso
sexual.
SEXO
·Sua finalidade é o prazer, mas esse prazer não
se limita ao ato sexual. Freud acreditava que todo o corpo é investido de
libido, especialmente, além dos genitais, a boca e o ânus produzem prazer
(zonas erógenas).
·Para Freud toda atividade prazerosa é rastreável
para o impulso sexual.
·O sexo pode assumir muitas formas, incluindo o
narcisismo, amor, sadismo e masoquismo(impulsos agressivos).
oAmor
-O primeiro interesse sexual da criança é pela pessoa que cuida delas.(mãe,
etc.)
oSadismos
– necessidade de prazer sexual por meio do ato de infligir dor ou humilhação a
outra pessoa. Considerado uma Perversão Sexual quando em graus extremos. Quando
em graus moderados, é comum e existe em quase todos os relacionamentos sexuais.
Precisam de outra pessoa para lhes infligir dor.
oMasoquismo
– é uma necessidade comum, mas se transforma em Perversão Sexual quando
Eros se torna subserviente ao impulso destrutivo. Os masoquistas experimentam
prazer sexual ao sofrerem dor e humilhação infligida por eles mesmos ou por
outros. Não precisam de outra pessoa para se infligir dor.
AGRESSIVIDADE
·Agressividade - Freud escreveu o livro Além
do princípio do prazer, livro que elevou a AGRESSIVIDADE ao nível do
impulso sexual.
ANSIEDADE
·Ansiedade – está relacionada ao sexo e à
agressividade. Freud (1933/1964) enfatizou que a ansiedade é um estado afetivo
desagradável acompanhado por uma sensação física que alerta a pessoa contra um
perigo iminente. Há três tipos de ansiedade para Freud:
oAnsiedade neurótica – apreensão ante um perigo
desconhecido.
oAnsiedade moral – provém do conflito entre o ego
(realidade) e o superego (moralidade e ideais)
oAnsiedade realista – está relacionada ao medo,
como sentimento desagradável não específico que envolve um perigo.
A ansiedade serve como mecanismo de
preservação do ego porque sinaliza que algum perigo está rondando (Freud,
1933/1964).
PRINCIPAIS MECANISMOS DE DEFESA SEGUNDO
SIGMUND FREUD
Todos os mecanismos de defesa protegem o Ego
da Ansiedade, são universais já que todos os indivíduos se engajam em
comportamento defensivo. Cada um se engaja na repressão e cada um pode ser
desenvolvido até o ponto da psicopatologia. Em geral todos são benéficos para o
indivíduo e inofensivos para a sociedade, exceto a sublimação que tende a
beneficiar tanto o indivíduo quanto a sociedade.
·REPRESSÃO
Mecanismos de defesa mais básico, porque está
envolvido com cada um dos outros mecanismos. Sempre que o EGO é ameaçado pelos
impulsos indesejáveis do Id, ele se protege reprimindo esses impulsos.
·FORMAÇÃO REATIVA
Comportamento reativo pode ser identificado
por seu caráter exagerado e sua forma obsessiva e compulsiva
(Freud,1926/1959ª). Ocorre quando o impulso é reprimido por se tornar
consciente e a pessoa adota um disfarce que contraria se jeito de ser.
Exemplo: uma pessoa odeia a mãe, sabe que a
sociedade repugna esse comportamento, e ela excessivamente, demonstra que ama a
mãe, contrariando o que realmente sente.
·DESLOCAMENTO
Quando a pessoa redireciona seus impulsos
inaceitáveis para vários indivíduos ou objetos, disfarçando o impulso original
ou ocultando-o.
Exemplo: uma pessoa se irrita com o marido, e
redireciona sua raiva para os filhos.
·FIXAÇÃO
O crescimento físico e psicológico muitas
vezes ocorre com momentos ansiosos e estressantes. Para fugir desse estresse e
da ansiedade, o ego pode recorrer à estratégia de se manter no estágio
psicológico anterior, por ser mais confortável (mudanças de fases no
desenvolvimento humano), o que se constitui uma defesa, chamada fixação.
·REGRESSÃO
Quando a libido passa por algumas fases do
desenvolvimento, ela pode regredir a uma fase anterior, em momentos de estresse
e ansiedade.
Exemplo: quando se tem um segundo bebê e o
irmão mais velho pede mamadeira, chupeta, quando este já não usava mais.
·PROJEÇÃO
Diante de um impulso interno de ansiedade
excessiva, o ego pode reduzir essa ansiedade, atribuindo o impulso indesejado a
um objeto externo. Enxerga nos outros sentimentos ou tendências inaceitáveis
que estão em seu próprio inconsciente.
Exemplo: um homem interpreta consistentemente
as ações de mulheres mais velhas como tentativa de sedução. Conscientemente,
acredita que relações sexuais com mulheres mais velhas é repugnante, porém, em
seu inconsciente, encontra forte atração sexual por elas.
A paranoia é um tipo extremo de projeção,
transtorno mental caracterizado por fortes delírios de ciúmes e perseguição.
Segundo Freud a diferença entre projeção e paranoia é que, esta última,
vem sempre acompanhada de sentimentos homossexuais reprimidos em relação ao
perseguidor.
·INTROJEÇÃO
Mecanismos de defesa em que as pessoas incorporam
qualidades positivas de outra pessoa em seu próprio ego. As pessoas introjetam
características que as fazem se sentir valiosas e melhores consigo mesma.
Exemplo: adolescente que adota valores e
estilos de vida de ídolos. Com isso, minimizam seu sentimento de inferioridade
e sentem que sua autoestima se expandiu.
·SUBLIMAÇÃO
Segundo Freud (1917/1963), a sublimação ajuda tanto o
indivíduo quanto o grupo social. É a repressão do alvo genital de Eros, que é
substituído por um propósito cultural ou social. A maioria das pessoas sublimam
uma parte da libido em favor de valores culturais. Esse mecanismo tende a
beneficiar tanto o indivíduo como a sociedade.
REFERÊNCIAS:
FEIST;FEIST; ROBERTS. Teorias da Personalidade. 8ª edição. 2015.