sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Cirurgia Bariátrica: Riscos-Complicações- Recuperação

  RISCOS

  • A princípio toda cirurgia tem riscos, inclusive de morte.
  • Bariátrica é considera uma cirurgia de risco pequeno, porém, presente.
  • Estatísticas: 2 em cada mil pacientes podem morrer.
COMPLICAÇÕES

Ter complicações faz parte do risco de toda cirurgia. A escolha do cirurgião correto é importantíssimo.
  • Trombose venosa profunda - entupimento das veias da perna. Doença potencialmente grave.
  • Pneumonia - infecção de pulmão, afeta alvéolos e associada a febre e sintomas no peito.
  • Atelectasia - parte do pulmão murcha e não quer se expandir. altera a realção ventilação/perfusão do pulmão.
  • Fístulas - vazamento do conteúdo intestinal ou  do estômago por abertura das costuras feitas durante a cirurgia. Problema mais temido pelos cirurgiões.
  • Anemia -  capacidade reduzida de transportar oxigênio para os tecidos.
  • Osteoporose - doença óssea, com baixa regeneração ou rápida degeneração óssea.

RECUPERAÇÃO
  • Pode demorar de 6 meses a 1 ano
  • Normal ter dor no abdômen, náuseas, vômitos, diarreia.
  • Necessário cuidados com, alimentação-seguir orientação nutricional. dieta líquida, pastosa e sólida
  • Retornar às atividades normais diárias
  • Fazer atividades físicas regulares.
  • Fazer exercícios respiratórios -prevenção de complicações respiratórias.
  • Curativos da cirurgia - devem ser avaliadas por enfermeiros e médico - remoção de pontos.
Quando procurar o médico:
  • vômito recorrente
  • Diarreia ou intestino preso após 2 semanas
  • náuseas fortes
  • dor abdominal
  • febre superior a 38 graus
  • curativo sujo, minando, mal cheiroso.
Referências: A Cirurgia Bariátrica o psicólogo e a avaliação psicológica. Pós-Graduação latu-senso em Transtornos Alimentares, Obesidade e Cirurgia Bariátrica.

Cirurgia Bariátrica - o que é preciso entender sobre o procedimento cirúrgico?

 SOBRE A CIRURGIA BARIÁTRICA

  • Vulgarmente conhecida como cirurgia da obesidade e cirurgia de redução do estômago.
  • Indicada quando a obesidade chegou a um nível crítico e as atividades físicas não causam efeito, com IMC (Índice de Massa Corpórea) maior que 40.
  • É considerado um tratamento clínico, requerendo do paciente a reeducação na forma física, psicológica e nutricional.
  • A Cirurgia bariátrica não tem fins estéticos.
  • Implica em alteração de hábitos e qualidade de vida do paciente, proporcionando uma vida mais saudável e longa.
  • Os métodos para o tratamento cirúrgico bariátrico são radicais, com indicação em situações e condições extremas.
  • A cirurgia tem dois tipos de abordagem:
    • Abordagem aberta- com incisão no abdômen 
    • Abordagem fechada - por laparoscopia, cirurgia feita por câmera e vídeo e menor sofrimento no pós-operatório para o paciente.
PRÉ-REQUISITOS PARA A CIRURGIA BARIÁTRICA

Há algumas condições para indicação da Bariátrica:
  • estar com 45kg acima do peso ideal ou IMC superior a 40.
  • IMC acima de 35 com problemas de saúde associados à obesidade.
  • faixa etária: 16 a 60 anos de idade.
  • Histórico de não conseguir perder peso.
  • Não ter doença contraindicada para cirurgia, como: cirrose hepática, problemas graves no pulmão, lesão no músculo cardíaco e insuficiência renal.
  • Fazer avaliação clínica completa e exames pré-operatórios.
TIPOS DE CIRURGIA BARIÁTRICA

Atualmente existem cinco técnicas conhecidas e reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina e Ministério da Saúde, porém, as mais realizadas são duas:
  1. Gastrectomia Vertical - Sleeve
  • Retira 2/3 do estômago, deixando um tubo afilado.
  • Se baseia em dois princípios:
    • restrição do volume alimentar ingerido
    • retirada da área do estômago onde é produzido o hormônio chamado grelina (hormônio responsável por gerar sensação de fome, produzido no estômago e outras partes do intestino delgado.
  • os pacientes quase não necessitam de suplementação vitamínica.
  • Indicado para pacientes com anemias crônicas, osteoporose grave , em condições clínicas que necessitem da primeira porção do intestino para absorção de medicamentos, para quem n]ao deseja perder tanto peso, indicada para adolescentes.
  • Não mexe no intestino e não causa problemas nutricionais.
  • Perde-se em média 20 a 25% do peso inicial e as tacas de reganho de peso são elevadas principalmente em mulheres.
  • Havendo reganho, é possível fazer outros procedimentos bariátricos.

2. Bypass Gástrico

  • Cirurgia mais realizada no mundo
  • Bypass significa desvio, pois desvia:
  •  desvia de uma grande parte do estômago através de grampeamento. O estômago é dividido em duas partes:
    •  uma menor que será por onde o alimento irá transitar 

    •  outra maior que ficará isolada.

  • desvio de uma pequena parte do intestino delgado
  •  

    • Pacientes perdem totalmente o apetite, que vai retornando com o tempo.
    • Perde-se entre 35 a 40% do peso inicial.
    • tem baixos índices de reganho de peso.

    Referências: A Cirurgia Bariátrica o psicólogo e a avaliação psicológica. Pós-Graduação latu-senso em Transtornos Alimentares, Obesidade e Cirurgia Bariátrica.

    sábado, 7 de maio de 2022

    Psicoterapia Breve na Adolescência - por Ênio Brito Pinto

    Psicoterapia Breve...

    Tem seu marco inicial em 1941, nos Estados Unidos:

    •  pelos psicanalistas Sandor Ferenczi e Franz Alexander
    •  momento em que o centro do trabalho terapêutico passa de pulsões às relações ampliando e fundamentando o campo das psicoterapias.
    Gillierón (1986) explica que surge a partir do olhar para:

    •  as condições sociais da época:
    • aumento de pessoas com problemas psicológicos;
    • questão financeira;
    • pouco tempo disponível para terapia;
    • ampliação do trabalho para classes menos favorecidas
    • situações coletivas trágicas-catástrofes naturais ou crises sociais;
    • papel preventivo que a psicoterapia breve pode exercer.

    Ainda demanda atenção, estudos e desenvolvimentos teóricos:
    • tem crescente potencial de ser eficiente recurso psicoterapêutico:
      •  nos problemas existenciais; 
      • no suporte ambiental; 
      • no amadurecimentos necessários; 
      • no lidar com a própria existência.
    • Tem função preventiva, afim de evitar problemas maiores.
    • Modo de trabalho para um número significativo de atendimentos.
    Contemporaneidade e a Psicoterapia Breve:
    • em franco processo de crescimento
    • maior abertura da psicologia e psicoterapia para a população;
    • modificação da percepção social do trabalho psicoterápico;
    • deixou de ser visto como tratamento para doentes metais.
    • passou a fazer parte do cotidiano dos indivíduos, independentemente, da classe social e ou idade- popularização da psicoterapia;
    • as pessoas procuram a psicoterapia preventivamente, antes que as coisas se tornem graves, o que demandariam tratamento mais longo.
    • atende demandas de hospitais, serviços públicos; convênios médicos; clínicas de formação de terapeutas.
    Estratégias de trabalho com Psicoterapias Breve:
    • Baseia-se na tríade: relação terapêutica; compreensão diagnostica e foco.
    • Tendência de que a maioria das pessoas irão fazer algumas psicoterapias breves ao longo da vida, ao invés, de uma terapia de longo prazo ou com prazo indeterminado.
    • Cada modalidade  tem: clientela, indicações, pertinência, limites e qualidades específicas.
    • Ambos modelos de curta e longa duração, de psicoterapia,  têm a mesma finalidade de ampliação:
      • da qualidade do contato;
      • da responsabilidade
      • da autonomia
      • da capacidade amorosa
      • do cuidado pessoal consigo
      • do cuidado com o outro
      • do cuidado com o mundo
    Psicoterapia breve como principais caminhos do futuro:
    1. permite que o terapeuta atenda mais clientes, preservando a qualidade dos atendimentos:
      • maior acesso a pessoas de diferentes classes sociais;
      • tem custo reduzido e previsível ao contrário da psicoterapia de longo prazo;
      • demanda aperfeiçoamento técnico do profissional - saber lidar com demandas existenciais, retomando a auto atualização e ampliando sua autonomia.
    2. psicólogo tem maior participação cultural:
      • possui aspectos preventivos muito relevantes;
      • maior informação sobre limites e alcances ampliam o papel do psicólogo como agente  de saúde fundamental para comunidades humanas.
      • Com adolescentes são inúmeros os processo terapêuticos preventivos individuais e grupais:
        • questões vocacionais;
        • crises previsíveis;
        • enfrentamento do vestibular;
        • ingresso no mercado de trabalho,
        • sexualidade, etc.
    Psicoterapia Breve em Gestalt-terapia com Adolescentes, enquanto efetivo meio de retomada do crescimentos por parte do cliente num tempo relativamente curto.
    • Ênfase...
      • ... na postura dialógica;
      • ... na confiança na sabedoria do cliente;
      • ...na concepção de ser humano imerso em um campo que deve ser fortemente considerado em terapia;
      • ...na compreensão do sofrimento e da psicopatologia como ajustamentos criativos;
      • ... na preciosa atenção ao sentido dos sintomas vividos.
    • Proposta...
      • não se propõe a combater o sintoma, mas a dialogar com ele em busca de seu sentido, além de compreender a relação terapêutica como uma experiência emocional atualizadora (Pinto, 2009)
    • Fundamentação...
      • Relação terapêutica
      • Compreensão Diagnóstica
      • Foco
    • O campo na adolescência abrange...
      • o adolescente tido como um ritual de passagem entre a infância e vida adulta.
      • envolve a apropriação e a compreensão pela cultura de uma mudança natural que acontece com a pessoa.
      • puberdade e transformações do corpo, indicando que a idade adulta está chegando, trazendo consigo novas possibilidades e responsabilidades.
      • a necessidade de ampliar a capacidade de simbolização como meio de passagem para a idade adulta.
      • Ponte que une dois continente, o da infância e o da idade adulta, segundo Lima Filho (1997)
      • Essa ponte vem se ampliando, tomando espaço da infância (crianças sendo adolescentes) e da vida adulta ( adultos ainda sendo adolescentes), segundo Pinto (2004).
      • Elementos psicológicos que definem a adolescência segundo Pinto:
        • estabelecimento da identidade pessoal;
        • redefinição da imagem corporal
        • busca das relações de autonomia ampliada
        • abandono da dependência dos pais
        • elaboração dos lutos pela perda do corpo infantil e da infância
        • estabelecimento de valores pessoais;
        • busca de grupos de pertinência;
        • estabelecimento de um relacionamento diferente com a geração anterior;
        • assunção de funções ou papéis sexuais auto-outorgados;
        • aceitação dos ritos sociais de iniciação
        • ampliação dos horizontes existenciais
      • O encontro com a vida adulta é marcado por sinais que demarcam o término da adolescência:
        • estabelecimento de uma identidade pessoal e sexual
        • possibilidade de estabelecer relações afetivas estáveis e fundadas na confiança mútua;
        • capacidade para assumir compromissos profissionais;
        • capacidade de lidar responsavelmente com o dinheiro e seus significados
        • desenvolvimento de uma moral própria bem assumida, livre e flexível;
        • possibilidade de relações de reciprocidade com a geração precedente
        • assunção da capacidade de, responsavelmente, cuidar-se, cuidar do ouro, cuidar do mundo.
    Psicoterapia breve para adolescentes...
    • o adolescente precisará de um bom autossuporte e suporte ambiental confiável.
    • apoio ambiental provém do ambiente familiar, da escola e outras criações culturais que esteja inserido.
    • indicada para a maioria dos jovens na facilitação e retomada do processo de auto atualização
    • requer um profissional atualizado teórica e eticamente.
    • tem início no contato entre terapeuta e cliente com a explicação de regras básicas visando o bom aproveitamento da experiência;
    • o tempo deve-se dar em 6 meses, podendo ser prorrogado.
    • frequência ideal seriam 2 vezes por semana, porém, a maioria ocorre  em 2 vez por semana.
    • é possível  atendimentos online, porém, ainda requer pesquisas a respeito.
    • espaço presencial para atendimentos à família quando necessário.
    A Relação terapêutica...
    • se dá no entre dialogal 
    • é uma coconstrução entre terapeuta e cliente num determinado campo.
    • Pinto (2021) - tem como ponto central o que uma pessoa precisa para se tornar mais e mais quem se é, sendo uma experiência emocional atualizadora.
    • A experiência emocional atualizadora é tida como um ajustamento criativo que está cristalizado e precisa ser atualizado para que o desenvolvimento reencontre seu tempo e sua melhor possibilidade no agora.
    • A atualização depende da forma como o terapeuta se relaciona com o cliente:
      • cliente deve ter o desejo de mudar e a coragem para confirmar e buscar atender a esse desejo.
      • terapeuta deve atender a quesitos técnicos básicos, ter a coragem de ser e de se arriscar num processo que visa auxiliar a transformação do outro, transformando-se.
    • Desafios enfrentados pelo terapeuta ligados ao desapego e ao poder:
      • O desprendimento do outro - capacidade de deixar que o cliente se vá, siga sozinho, com autonomia.
      • O desprendimento -  saber que apesar de ter sido importante na vida do cliente em dado momento, não precisa continuar a ser.
      • terapias longas abre possibilidade de agenda cheia e previsibilidade de ganhos, porém, terapias breves, requer maior criatividade na lida com o dinheiro.
    • Provoca no terapeuta no sentido de exercer com mais clareza e confiança o poder derivado:
      •  de seu conhecimento técnico
      • de sua capacidade de colocar-se terapeuticamente a serviço do outro.
      • poder de autoridade derivado da confiança no saber, inacabado mas, suficiente.
      • poder de autoridade que assume sua responsabilidade e sabe que tem um ideologia que sustenta seu trabalho.
      • o poder de, usado apenas em emergências muito graves (ideação suicida, por exemplo)
      • o poder de mesmo conhecendo os caminhos, não oferecer um caminho ao outro, mas ajudá-lo a encontrar seu próprio caminho, acompanhando-o nesse trajeto.
    A Aliança Terapêutica
    • primeiro, cuidar do manejo clínico para que a aliança se construa.
    • autenticidade, empatia, coerência e congruência
    • o cliente precisa perceber que o terapeuta o compreende, compreende seu mundo sem julgamentos e sente tenta impor um projeto existencial
    • é preciso envolver a família na aliança terapêutica
    • só se pode prometer ao cliente e família a busca ética , nunca o resultado dela.
    • é preciso ficar claro o compromisso de todos-terapeuta cliente e família - envolvidos no processo.

    Referência: 
    ZANELA, Rosana; PINHEIRO, Lia. adolescência na clínica gestáltica. Summus editorial.  São Paulo, 2021.