domingo, 24 de fevereiro de 2019

O estudo do desenvolvimento humano

O campo do desenvolvimento humano concentra-se no estudo científico dos processos sistemáticos de mudança e estabilidade que ocorrem nas pessoas. Os cientistas do desenvolvimento humano trazem aplicação na crianção, educação e saúde das crianças. Desenvolvimento humano perdura por toda a vida - desenvolvimento do ciclo de vida. Tem como objetivo descrição, explicação, previsão e intervenção do processo de desenvolvimento. Objeto de estudo dos cientistas do desenvolvimento humano: 

Os cientistas do desenvolvimento (ou desenvolvimentistas) focam a sua atenção em:
  • observar os aspectos em que as pessoas se transformam desde a concepção até a maturidade;
  • as características que permanecem razoavelmente estáveis. 
  • Quais são as características com mais chances de perdurar? 
  • Quais têm mais chances de mudar, e por quê?
O DESENVOLVIMENTO HUMANO HOJE 
  • Tem caráter científico, cujos objetivos passaram a incluir descrição, explicação, previsão e intervenção. 
  • Procura  assim explicar como as crianças adquirem a linguagem, e por que algumas crianças aprendem a falar mais tarde do que o usual. 
  • O estudo científico do desenvolvimento humano está em constante evolução, percebendo-se as mudanças e progresso no entendimento à medida que novas investigações questionam ou se apoiam naquelas que as antecederam. 
  • Refletem avanços na tecnologia. Instrumentos sensíveis que medem os movimentos dos olhos, ritmo cardíaco, tensão muscular e coisas do gênero estão revelando interessantes conexões entre funções biológicas e inteligência infantil. A tecnologia digital e os computadores permitem aos pesquisadores escanear as expressões faciais em busca dos primeiros sinais de emoções e analisar como mães e bebês se comunicam. 
  • Avanços nas técnicas de imageamento possibilitam sondar os mistérios do temperamento ou comparar o cérebro de um idoso com o cérebro de uma pessoa com demência. 
  • O estudo do desenvolvimento humano sempre tem sido interdisciplinar. Alimenta-se de um amplo espectro de disciplinas que incluem psicologia, psiquiatria, sociologia, antropologia, biologia, genética, ciência da família (estudo interdisciplinar sobre as relações familiares), educação, história e medicina. 
OBJETO DE ESTUDO DOS CIENTISTAS DESENVOLVIMENTISTAS

 Estudar os processos de mudança e estabilidade em todos os domínios, ou aspectos, do desenvolvimento durante todos os períodos do ciclo de vida. (PAPALIA; FELDMAN, 2012, P.32) 

DOMÍNIOS OU ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO, DO EU.
  • FÍSICO - fazem parte o  crescimento do corpo e do cérebro, as capacidades sensoriais, as habilidades motoras e a saúde .
  • COGNITIVO - composto de Aprendizagem, atenção, memória, linguagem, pensamento, raciocínio e criatividade
  • PSICOSSOCIAL - fazem par as  Emoções, personalidade e relações sociais
Embora sejam vistos separadamente, esses domínios estão interrelacionados: cada aspecto do desenvolvimento afeta os outros.  (PAPALIA; FELDMAN, 2012, P.32) 

INTERRELAÇÃO DOS DOMÍNIOS OU ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
  • O desenvolvimento físico (Ex:cerebral) pode afetar o desenvolvimento cognitivo e psicossocial.
  • O desenvolvimento psicossocial pode afetar o cognitivo e o físico.
  • O desenvolvimento cognitivo pode afetar afetar o desenvolvimento psicossocial e físico.
OS OITO PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 
ACEITOS PELA SOCIEDADE INDUSTRIAIS OCIDENTAL

1. Período pré-natal ( da concepção ao nascimento)

 DESENVOLVIMENTO FÍSICO - Ocorre a concepção por fertilização normal ou por outros meios. Desde o começo, a dotação genética interage com as influências ambientais. Formam-se as estruturas e os órgãos corporais básicos: inicia-se o surto de crescimento do cérebro. O crescimento físico é o mais acelerado do ciclo de vida. É grande a vulnerabilidade às influências ambientais.

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - Desenvolvem-se as capacidades de aprender e lembrar, bem como as de responder aos estímulos sensoriais.

DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL - O feto responde à voz da mãe e desenvolve preferência por ela.

2. Primeira Infância ( do nascimento aos 3 anos)

DESENVOLVIMENTO FÍSICO - No nascimento, todos os sentidos e sistemas corporais funcionam em graus variados. O cérebro aumenta em complexidade e é altamente sensível à influência ambiental. O crescimento físico e o desenvolvimento das habilidades motoras são rápidos.

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - As capacidades de aprender e lembrar estão presentes, mesmo nas primeiras semanas. O uso de símbolos e a capacidade de resolver problemas se desenvolvem por volta do final do segundo ano de vida. A compreensão e o uso da linguagem se desenvolvem rapidamente. 

DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL - Formam-se os vínculos afetivos com os pais e com outras pessoas. A autoconsciência se desenvolve. Ocorre a passagem da dependência para a autonomia. Aumenta o interesse por outras crianças.

3. Segunda infância ( 3 a 6 anos)

DESENVOLVIMENTO FÍSICO - O crescimento é constante; a aparência torna-se mais esguia e as proporções mais parecidas com as de um adulto. O apetite diminui e são comuns os distúrbios do sono. Surge a preferência pelo uso de uma das mãos; aprimoram-se as habilidades motoras finas e gerais e aumenta a força física.

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - O pensamento é um tanto egocêntrico, mas aumenta a compreensão do ponto de vista dos outros. A imaturidade cognitiva resulta em algumas ideias ilógicas sobre o mundo. Aprimoram-se a memória e a linguagem. A inteligência torna-se mais previsível. É comum a experiência da pré-escola; mais ainda a do jardim de infância.

DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL - O autoconceito e a compreensão das emoções tornam-se mais complexos; a autoestima é global. Aumentam a independência, a iniciativa e o autocontrole. Desenvolve-se a identidade de gênero. O brincar torna-se mais imaginativo, mais elaborado e, geralmente, mais social. Altruísmo, agressão e temor são comuns. A família ainda é o foco da vida social, mas outras crianças tornam-se mais importantes.

4. Terceira Infância ( 6 a 11 anos)

DESENVOLVIMENTO  FÍSICO - O crescimento torna-se mais lento. A força física e as habilidades atléticas aumentam. São comuns as doenças respiratórias, mas de um modo geral a saúde é melhor do que em qualquer outra fase do ciclo de vida.

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - Diminui o egocentrismo. As crianças começam a pensar com lógica, porém concretamente. As habilidades de memória e linguagem aumentam. Ganhos cognitivos permitem à criança beneficiar-se da instrução formal na escola. Algumas crianças demonstram necessidades educacionais e talentos especiais.

DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL - O autoconceito torna-se mais complexo, afetando a autoestima. A corregulação reflete um deslocamento gradual no controle dos pais para a criança. Os colegas assumem importância fundamental

5. Adolescência ( 11 a aproximadamente 20 anos)

DESENVOLVIMENTO FÍSICO - O crescimento físico e outras mudanças são rápidas e profundas. Ocorre a maturidade reprodutiva. Os principais riscos para a saúde emergem de questões comportamentais, tais como transtornos da alimentação e abuso de drogas.

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - Desenvolvem-se a capacidade de pensar em termos abstratos e de usar o raciocínio científico. O pensamento imaturo persiste em algumas atitudes e comportamentos. A educação concentra-se na preparação para a faculdade ou para a profissão.

DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL - A busca pela identidade, incluindo a identidade sexual, torna-se central. O relacionamento com os pais geralmente é bom. Os amigos podem exercer influência positiva ou negativa.

6. Início da vida adulta ( 20 a 40 anos)

DESENVOLVIMENTO FÍSICO - A condição física atinge o auge, depois declina ligeiramente. Opções de estilo de vida influenciam a saúde.

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - O pensamento e os julgamentos morais tornam-se mais complexos. São feitas as escolhas educacionais e vocacionais, às vezes após um período exploratório.

DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL - Traços e estilos de personalidade tornam-se relativamente estáveis, mas as mudanças na personalidade podem ser influenciadas pelas fases e acontecimentos da vida. São tomadas decisões sobre relacionamentos íntimos e estilos de vida pessoais, mas podem não ser duradouros. A maioria das pessoas casa-se e tem filhos.

7. VIDA ADULTA INTERMEDIÁRIA ( 40 a 65 anos)

DESENVOLVIMENTO FÍSICO - Pode ocorrer uma lenta deterioração das habilidades sensoriais, da saúde, do vigor e da força física, mas são grandes as diferenças individuais. As mulheres entram na menopausa.

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - As capacidades mentais atingem o auge; a especialização e as habilidades relativas à solução de problemas práticos são acentuadas. A produção criativa pode declinar, mas melhora em qualidade. Para alguns, o sucesso na carreira e o sucesso financeiro atingem seu máximo; para outros, poderá ocorrer esgotamento ou mudança de carreira.

DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL - O senso de identidade continua a se desenvolver; pode ocorrer uma transição para a meia-idade. A dupla responsabilidade pelo cuidado dos filhos e dos pais idosos pode causar estresse. A saída dos filhos deixa o ninho vazio

8. VIDA ADULTA TARDIA ( 65 anos em diante)

DESENVOLVIMENTO FÍSICO - A maioria das pessoas é saudável e ativa, embora geralmente haja um declínio da saúde e das capacidades físicas. O tempo de reação mais lento afeta alguns aspectos funcionais.

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - A maioria das pessoas está mentalmente alerta. Embora inteligência e memória possam se deteriorar em algumas áreas, a maioria das pessoas encontra meios de compensação.

DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL - A aposentadoria pode oferecer novas opções para o aproveitamento do tempo. As pessoas desenvolvem estratégias mais flexíveis para enfrentar perdas pessoais e a morte iminente. O relacionamento com a família e com amigos íntimos pode proporcionar um importante apoio. A busca de significado para a vida assume uma importância fundamental.

Os ciclos acima criam um perfil daquilo que se espera alcançar em cada ciclo, entretanto, considerando que cada pessoa é única, é preciso estudar as diferenças individuais, as  características, já que sofrem influências e consequências no desenvolvimento. Essa individualidade sse encontra no físico, na educação, na genética, no ambiente, etc.

HEREDITARIEDADE, AMBIENTE E MATURAÇÃO

Para entender desenvolvimento humano é preciso compreender:
  • Hereditariedade - traços inatos ou características herdadas de pais biológicos.
  • Ambiente - aprendizagem relacionada às experiências
  • Maturação - diz respeito ao desenvolvimento do corpo e do cérebro, o que desencadeia uma transformação de mudanças físicas e padrões de comportamento.
CONTEXTOS DO DESENVOLVIMENTO

O ser humano é um ser social, e se desenvolve dentro de um contexto social, nas suas diversas formas de relações. A família é vista da seguinte forma:

FAMÍLIA NUCLEAR - Unidade econômica e doméstica que compreende laços de parentesco envolvendo duas gerações e que consiste em pai e mãe, ou apenas um dos dois, e seus filhos biológicos, adotados ou enteados

FAMÍLIA EXTENSA - Rede de parentesco envolvendo muitas gerações e formada por pais, filhos e outros parentes, às vezes vivendo juntos no mesmo lar.

Além dos fatores econômicos, de grande relevância para o desenvolvimento humano, deve-se levar em conta a cultura e raça(etnia) que reflete o modo de vida global de uma sociedade ou grupo. Além disso, há as influências normativas, nas quais as características  de um evento ocorre de modo semelhante a maioria das pessoas de um grupo, ou seja, o que cada um vive ou desenvolve em ada estágio do desenvolvimento. Por outro lado as influências não normativas que dizem respeito a eventos incomuns que causam grane impacto na vida dos indivíduos que não atendem ao que se espera em nível de desenvolvimento nos determinados estágios.

IMPRITING - Forma instintiva de aprendizagem em que um filhote de animal, durante um período crítico no início de seu desenvolvimento, estabelece um vínculo com o primeiro objeto que ele vê em movimento, geralmente a mãe.

PERÍODO CRÍTICO -  Intervalo de tempo específico em que um determinado evento ou sua ausência causa um impacto específico sobre o desenvolvimento.

PERÍODO SENSÍVEL - Momentos do desenvolvimento em que a pessoa está particularmente receptiva para certos tipos de experiência.

OS SETE PRINCÍPIOS BÁSICOS NA ABORDAGEM OU TEORIA DO DESENVOLVIMENTO DO CICLO DA VIDA DE BALTES

1. O desenvolvimento é vitalício. O desenvolvimento é um processo vitalício de mudança. Cada período do ciclo de vida é afetado pelo que aconteceu antes e afetará o que está por vir. Cada período tem características e valores únicos. Nenhum período é mais ou menos importante que qualquer outro. 

2. O desenvolvimento é multidimensional. Ocorre ao longo de múltiplas dimensões que interagem – biológica, psicológica e socialmente –, cada uma delas podendo se desenvolver em ritmos diferentes. 

3. O desenvolvimento é multidirecional. Enquanto as pessoas ganham em uma área, podem perder em outra, às vezes ao mesmo tempo. As crianças crescem principalmente em uma direção – para cima – tanto em tamanho quanto em habilidades. Depois o equilíbrio aos poucos se desloca. Os adolescentes ganham em termos de habilidade física, mas sua facilidade em aprender uma nova língua declina. Algumas habilidades, como o vocabulário, geralmente continuam crescendo ao longo da idade adulta; outras, como a capacidade de resolver problemas com os quais não estão familiarizados, poderão diminuir; mas alguns novos atributos, como a sabedoria, poderão aumentar com a idade. As pessoas procuram maximizar os ganhos concentrando-se em fazer coisas que sabem fazer bem e minimizar perdas aprendendo a administrá-las ou compensá-las. 

4. Influências relativas de mudanças biológicas e culturais sobre o ciclo de vida. O processo de desenvolvimento é influenciado tanto pela biologia quanto pela cultura, mas o equilíbrio entre essas influências se altera. Habilidades biológicas, como acuidade sensorial, força e coordenação muscular, tornam-se mais fracas com a idade, mas apoios culturais, tais como educação, relacionamentos e ambientes tecnologicamente adequados à idade, podem ajudar a compensar. 

5. O desenvolvimento envolve mudança na alocação de recursos. Os indivíduos escolhem como “investir” seus recursos de tempo, energia, talento, dinheiro e apoio social de várias maneiras. Os recursos podem ser usados para o crescimento (por exemplo, aprender a tocar um instrumento ou aprimorar uma habilidade), para a conservação ou recuperação (praticar para manter ou recobrar uma proficiência), ou para lidar com a perda quando a conservação e a recuperação não forem possíveis. A alocação de recursos para essas três funções muda ao longo da vida, à medida que diminui o conjunto de recursos disponíveis. Na infância e no início da vida adulta, a maior parte dos recursos é direcionada para o crescimento; na velhice, para a regulação da perda. Na meia-idade, a alocação é mais equilibrada entre as três funções. 

6. O desenvolvimento revela plasticidade. Muitas capacidades, como a memória, a força física e a resistência, podem ser aperfeiçoadas com o treinamento e a prática, mesmo em idade avançada. Mas, até mesmo nas crianças, a plasticidade tem limites que em parte dependem das várias influências sobre o desenvolvimento. Uma das tarefas da pesquisa em desenvolvimento é descobrir até que ponto determinados tipos de desenvolvimento podem ser modificados nas diversas idades. 

7. O desenvolvimento é influenciado pelo contexto histórico e cultural. Cada pessoa se desenvolve em múltiplos contextos – circunstâncias ou condições definidas em parte pela maturação e em parte pelo tempo e lugar. Os seres humanos não apenas influenciam, mas também são influenciados pelo contexto histórico-cultural. Conforme discutiremos ao longo deste livro, os cientistas do desenvolvimento descobriram diferenças significativas entre coortes, por exemplo, no funcionamento intelectual, no desenvolvimento emocional de mulheres na meia-idade e na flexibilidade da personalidade na velhice. 


sábado, 23 de fevereiro de 2019

O homem como ser social - Fichamento

Língua e Linguagem
  • Cada povo se torna sociável na medida em que desenvolve uma língua  que viabilize essa comunicação. 
  • O homem é produtor de cultura, e também, um produto dela.
  • Os processos linguísticos possibilitam as múltiplas diversidade de leituras e de reinterpretação da vida.
  • As diversas formas de linguagens possibilitam que o homem possa interagir com o ambiente, edificar relações sociais, e tornar-se um ser político.
  •  O homem é o principal produtor de cultura já que a comunicação é o principal construtuo da produção da língua e das linguagens.
Concepções de Roland Barthes em relação à língua e seus elementos estruturantes:
  • Vê a linguagem numa visão eminentemente social
  • Entende a linguagem (língua) como expressão de puro poder social a que todos estamos submetidos.
  •  Vê na língua um objeto de submissão e, fatalmente, de alienação, colocando o homem como escravo da língua, já que este tem que se adequar aos padrões.
  • A língua é considerada fascista, já que não é reacionária nem progressista, já que somos obrigado a falar como a língua impõe.

Concepções de Karl Marx e Engels sobre o ser social e sua linguagem

  • Baseia-se na metodologia do materialismo histórico-dialético
  • Argumenta que investigações profundas e honestas da sociabilidade humana deve-se partir dos "indivíduos reais, sua ação e suas condições materiais da vida, tanto aquelas por eles já encontradas, como as produzidas por sua própria ação." (MARX & ENGELS, 1987:26)
  • Marx afirma que as diversas formas de expressão da linguagem, repercutem diretamente a partir das relações entre os homens.
  • O representar, o pensar e o intercambio espiritual dos homens decorem de seu comportamento material. Portanto, a linguagem em si, autônoma não existe, é sempre ela uma emanação da consciência e as condições materiais de seu desenvolvimento.,
  • Para Marx a linguagem nasce do processo histórico de criação e reprodução da vida;
  • Na medida em que se altera a base material de uma sociedade, pode-se alterar os diversos modos de representação da linguagem, tida como instrumento de simbolização e comunicação entre os seres humanos.
  • Para Marx, a linguagem é a consciência real, e nasce como a consciência, da carência e da necessidade e de intercâmbio com outros homens, portanto, a linguagem surge da interação social dos homens;
  • A linguagem representa o que há na consciência dos homens. Mediadora Universal nos diversos tipos de relações, sofre influência do meio em que vivem.
  • O aumento da população e a elevação das necessidades materiais dos indivíduos contribuem para o desenvolvimento de aspectos conscientes e linguísticos dos seres humanos.
  • A consciência permite a modificação da linguagem, bem como sua elaboração como síntese social.
Concepções de Nietzsche sobre o ser social e sua linguagem
  • Linguagem como caminho onde os seres humanos começam a pensar o mundo, porta de entrada para o conjunto de todos os problemas.
  • A linguagem possibilitou que o homem, ao se considerar acima de todos os animais, levasse à crença de que os seus conceitos sobre todas as coisas eram verdades eternas. "o homem pensava ter efetivamente através da linguagem o conhecimento do mundo.
  • Linguagem possibilitou dar significados a diferentes coisas, gerando o equívoco da crença na verdade encontrada.
  • Desenvolvimento da razão eleva a importância da linguagem, para construção da ciência.
  • As verdades passam a ser estipuladas e fixadas pela linguagem quando se deu o movimento do Estado de abandonar as práticas nômades e sair doe estado de guerra, criando as convenções e o contrato social.
  • Surge o contraste de verdade e mentira na linguagem.
  • A linguagem edificou uma ordenação piramidal de castas e graus, criou um mundo de leis, privilégios, subordinações, limites, etc., dando a linguagem a qualidade de onipotente.
  • A linguagem passou a ser utilizada para demonstrar a verdade, e também as mentiras. Logo, conclui que é impossível o homem alcançar a verdade, já a linguagem permite as manipulação.
  • Para Nietz deve-se aceitar a verdade descoberta como um simples processo, no qual se repete as mesmas ideias, portanto, as verdades são apenas diferentes formas de apresentação linguísticas.
  • A linguagem é algo subjetivo e as diferentes formas linguísticas inviabiliza a verdade.
Minha própria concepção sobre o ser social e sua linguagem
  • A língua e as linguagens são os meios pelos quais torna possível o homem enquanto ser social, acertar o caminho para o exercício das relações interpessoais, que permite uma convivência social possível.
  • É através da língua que o homem se expressa e consegue comunicar seus pensamentos, sentimentos e atitudes.
  • A linguagem teve papel importantíssimo no desenvolvimento das sociedades, como meio de se estabelecer regras e encaminhar o homem para um convívio racional.
  • As linguagens tem importância ou funcionalidade,  na medida em que há a  necessidade de se convencionar as coisas, a fim de manter um funcionalidade social capaz de viabilizar as relações de convivência com o crescimento das populações.
  • As condições sociais do homem influencia a sua forma de linguagem sim, já que o acesso aos meios que possibilitam o desenvolvimento intelectual não são os mesmos para todas as classes.
  • As condições regionais influenciam a linguagem de seu povo, produzindo uma cultura local.
  • A medida em que vai se tomando consciência, a linguagem vai se modernizando e se adaptando à realidade atual. 
  • A linguagem e as diferentes línguas são o único meio que possibilita a convivência civilizada entre homens e países de diferentes culturas, permitindo uma interlocução racionalista que expresse seus respectivos valores, e portanto, suas próprias culturas.

Teoria da Personalidade e Teorias Psicológicas

A TEORIA DA PERSONALIDADE E OUTRAS TEORIAS PSICOLÓGICAS


Uma Teoria da personalidade deve consistir em um conjunto de suposições referentes ao comportamento humano, juntamente com regras para relacionar essas suposições e definições e permitir a interação com eventos empíricos e observáveis.

Para definir o que diferencia uma teoria da personalidade de qualquer outra teoria psicológica deve-se compreender:
  • Teoria Geral do Comportamento - tenta lidar com todos os fenômenos  comportamentais de importância. Exemplo disso: Teorias da Personalidade.
  • Teorias de Domínio Único - restringem seu foco a certas classes de eventos  comportamentais. Exemplo dessas teorias: Teoria da percepção, Teoria da audição, da memória, aprendizagem motora, etc.

As teorias da personalidade se encaixam na Teoria Geral do Comportamento, pois, geralmente, aceitam o desafio de explicar ou incorporar eventos de natureza muito variada, desde que este possua importância funcional demonstrada pelo indivíduo. Todas as teorias gerais do comportamento são teorias da personalidade.

Lamiell(1981, p.280) diferencia Psicologia da Personalidade e Psicologia Diferencial:
  • Psicologia da Personalidade -  focaliza consistências temporais e transituacionais dentro das pessoas, a nível de indivíduo.
  • Psicologia Diferencial - focaliza o desempenho relativo das pessoas em geral em alguma característica de interesse.

COMPARAÇÃO DAS TEORIAS DA PERSONALIDADE

Devido a multiplicidade de teorias da personalidade, é preciso compreender que não há uma teoria certa ou errada, cada uma trás em si, uma fraqueza e uma força, que pode atender as expectativas de um indivíduo e, em contrapartida, pode já não atender a outro.

George Kelly trás a seguinte abordagem sobre isso:
  • Sugere que as pessoas diferem em sua maneira de perceber ou construir a realidade.
  • As pessoas diferentes constroem ou interpretam o mundo de maneira diferente, portanto, agem diferentemente umas das outras.
  • Nenhuma das alternativas está certa ou errada, mas cada uma terá implicações diferentes.

Essa mesma abordagem pela subjetividade sugere que as teorias da personalidade possibilitam construções alternativas da personalidade, portanto, nenhuma está certa ou errada, cada uma tem forças e fraquezas que enfatizam diferentes componentes do comportamento.

Para facilitar o processo comparativo dessas teorias, as mesmas foram organizadas em quatro famílias, com suas respectivas características:
  1. Teorias Psicodinâmicas - enfatizam os motivos inconscientes e o conflito intrapsíquico resultante.
  2. Teorias Estruturais  - focalizam as diferentes tendências comportamentais que caracterizam o indivíduo.
  3. Teorias Experienciais - observa a maneira pela qual a pessoa percebe a realidade e experiencia seu mundo.
  4. Teorias da Aprendizagem -  enfatizam a base aprendida das tendências de resposta, com uma ênfase no processo de aprendizagem, em vez de nas tendências resultantes.


Existem várias qualidade pelas quais as Teorias da Personalidade  podem ser comparadas e distintas uma das outras.OS atributos quanto a natureza substantiva da teoria e a questões de adequação formal podem ser:

Atributos Formais
  • Evidencia o quanto adequadamente a teoria é desenvolvida e apresentada.
  • As qualidades  representam um ideal e quanto mais próximo a teoria se aproxima dele, mais efetivamente deve ser usada.
  • Trata da clareza e explicitação da teoria.
  • Definição precisa de todos os termos.
  • Define como a teoria se relaciona com os fenômenos empíricos
Atributos Substantivos
  • Não possui valor normativo ou padrão como os atributos formais.
  • São neutros em relação ao bem e o mal.
  • Refletem as suposições particulares da teoria sobre o comportamento.
  • São questões da teoria da personalidade.
  • Leva-se em consideração, a busca de objetivos, propósito e empenho do indivíduo, é vista como aspectos essenciais e centrais do seu comportamento.
  • Determinantes conscientes e inconscientes têm importância relativa, e diz respeito a racionalidade e irracionalidade do comportamento humano.
  • O processo de aprendizagem ou modificação do comportamento  recebe uma atenção detalhada e explícita, já que alguns teóricos veem no processo de aprendizagem a chave para todos os fenômenos do comportamento.
  • A genética tem relativa importância na determinação do comportamento.
  • As teorias da personalidade tem relativa influência das experiências atribuídas a eventos ocorridos em estágios posteriores do desenvolvimento. A infância influencia a adolescência, e portanto, a vida adulta. Para compreender o presente é preciso se reportar ao passado.
  • Abrande a questão da continuidade ou descontinuidade do comportamento em diferentes estágios do desenvolvimento, vendo o indivíduo como um organismo em constante desenvolvimento.
  • A abordagem holística considera que o comportamento só pode ser analisado no contexto, considerando a pessoa com seu comportamento e o ambiente em que vive. ênfase na totalidade do indivíduo, onde tudo está relacionado, abrangendo aspectos biológicos e comportamentais do indivíduo.
  • Para compreender um determinado comportamento é preciso compreender o contexto ambiental em que este ocorreu.
  • No holismo ainda se considera  a singularidade ou individualidade do sujeito, admite-se que cada ato é único  e não pode ser duplicado.
  • As teorias da personalidade costuma descrever uma hierarquia, variando de comportamentos específicos a tendências comportamentais mais ampla e princípios gerais do comportamento.
  • Alguns teóricos afirmam que o ambiente só afeta o indivíduo se ele o perceber ou experienciar. Dessa maneira, é o ambiente psicológico que determina o comportamento do indivíduo e não o ambiente físico.
  • Consideram os determinantes culturais ou a condição de membro de um grupo, como meio de moldar um dado comportamento.
  • Há psicólogos da personalidade que buscam orientação  nas ciências naturais (biologia, fisiologia, neurologia, genética) e os que buscam orientação nas ciências sociais (sociologia, antropologia, economia, história).
  • Pode ser analisada a partir de componentes sadios ou ideais da personalidade, por outro lado, se limitar a indicar o positivo e o negativo, o normal e o anormal.
Ênfase na Psicodinâmica
  • Compartilham uma preocupação central com as forças dinâmicas que determinam o nosso comportamento e com as estruturas defensivas, que sem querer, erigimos para nos defender.
  • Sigmund Freud desenvolveu a primeira teoria sistemática da personalidade, provocando reações em muitos aspectos.
  • Freud defende um modelo conflitual de motivação, onde o comportamento é provocado pelo inconsciente (base biológica).
  • Freud considera o determinismo psíquico, no qual, todos os comportamentos ocorrem por alguma razão. O papel do psicólogo é descobrir os determinantes de tal comportamento, levando Freud a estudar a psicologia profunda, analisando sonhos, chistes e atos falhos.
A partir de Freud surgem outros teóricos que contestam determinadas teorias bem como as comparam entre outras, encontrando ai divergências e convergências nas diversas teorias psicológicas da personalidade.



REFERÊNCIAS
HALL; LINDZEY; CAMPBELL. Teorias da Personalidade. Capítulo I -  A natureza da  Teoria da Personalidade

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Personalidade X Teorias

O QUE É PERSONALIDADE?

Não há nenhuma definição substantiva de personalidade que possa ser generalizada, e que sirva pra identificar a personalidade do sujeito em qualquer situação. Daí a razão pela qual cada referencial teórico da psicologia aborda em si, um conceito próprio de definir a personalidade. Portanto, torna-se impossível definir a personalidade sem concordar com a estrutura de referência teórica dentro da qual a personalidade vai ser examinada.

A personalidade é definida pelos conceitos empíricos específicos que azem parte da teoria da personalidade empregada pelo observador.

Personalidade segundo Allport (1937):
  • Personalidade biossocial - equipara a personalidade ao valor da impressão social que o indivíduo provoca.
  • Personalidade biofísica - baseia a personalidade em qualidades ou características do sujeito.
  • Personalidade Globalizante ou do tipo coletiva - inclui tudo sobre o indivíduo, com ênfase no que descreve o indivíduo, pontuações de maior relevância.
  • Personalidade Integrativa - sugere que a personalidade é a organização ou padrão dado a várias respostas do indivíduo. A personalidade é igualada aos aspectos únicos apresentados pelo indivíduo.
  • Personalidade como força ativa dentro do indivíduo.
  • Personalidade como aquilo que dá ordem e congruência a todos os comportamentos diferentes apresentados pelo indivíduo.
  • Personalidade igualada a aspectos únicos ou individuais do comportamento.
  • Personalidade como essência da condição humana, ou seja, parte do indivíduo que é mais representativa da pessoa, não porque o diferencia do outro, mas porque é aquilo que ele realmente é.
  • Etc...etc...etc...
O QUE É TEORIA?

Teoria é um conjunto de convenções criado pelo teórico.

Uma teoria deve conter duas partes: 
  • uma série de suposições relevantes sistematicamente relacionadas uma às outras;
  • um conjunto de definições empíricas.
As definições empíricas (definições coordenativas) permitem a interação mais ou menos precisa de certos termos ou conceitos da teoria com os dados empíricos.

Funções de uma Teoria

  • A teoria leva à coleção ou à observação de relações empíricas relevantes ainda não observadas. A função de uma teoria está em promover de forma sistemática processos que submetem hipóteses, declarações, predições aos testes empíricos.

Aceitação - Uma teoria é aceita ou rejeitada a partir de sua utilidade, não por ser verdeira ou falsa.

Verificabilidade implica na capacidade da teoria de gerar predições que são confirmadas através de dados empíricos.

Abrangência  diz respeito ao alcance da teoria.

Influência Heurística da Pesquisa é quando uma teoria sugere ideias ou desperta a descrença e resistência.

  • A teoria também tem como função permitir a incorporação de achados empíricos conhecidos a uma estrutura logicamente e razoavelmente simples, relacionando tudo como um conjunto de eventos  relacionados.

Simplicidade ou parcimônia só se torna uma questão quando duas teorias geram exatamente as mesmas consequências. A simplicidade passa a ter importância quando temos uma Tautologia quando duas teorias chegam as mesmas conclusões de maneiras diferentes.

  • A teoria tem como função evitar que o observador fique ofuscado pela complexidade total dos eventos naturais ou concretos. O observador abstrai a partir da complexidade natura de uma maneira sistemática e eficiente.
Raciocínio teórico de Thomas Kuhn (1970)

Sugere que os paradigmas servem para definir os problemas e os métodos legítimos de um campo de pesquisa para as próximas gerações praticantes, no qual uma teoria nova surge  a partir de uma teoria já existente.


REFERÊNCIAS
HALL; LINDZEY; CAMPBELL. Teorias da Personalidade. Capítulo I -  A natureza da  Teoria da Personalidade

Teoria da Personalidade e a História da Psicologia

Hakkm Lindze &Campbell têm por objetivo esclarecer o papel geral que a teoria da personalidade desempenhou no desenvolvimento da psicologia durante o século passado,  através do exame das cinco fontes de influência sobre a teoria da personalidade.

As cinco linhas de influência da Teoria da Personalidade são:

  • Primeira: Charcot e Janet, Freud, Jung, McDougall , preocupavam-se em determinar a natureza da TP - Primeiros teóricos da personalidade.
  • Segunda: Tradição Gestáltica e de William Stern , preocupavam-se com o comportamento.
  • Terceiro: impacto da Psicologia Experimental em geral e da Teoria da Aprendizagem em particular, preocupavam-se com a ciência empírica melhor controlada, melhor entendimento da natureza da TP, eapreciação do comportamento modificado.
  • Quarto: Tradição Psicométrica , com foco na mensuração e estudo das diferenças individuais.
  • Quinto: A genética e a fisiologia, com foco na identificação e descrição das características da personalidade

CARACTERÍSTICAS DISTINTIVAS DA TEORIA DA PERSONALIDADE

Importante considerar sobre as diferenças das teorias da personalidade:
  1. As diferenças são evidentes em seus estágios iniciais de desenvolvimento.
  2. qualquer declaração que se aplica a uma teoria da personalidade , será um pouco inexata quando aplicada a muitas outras teorias.
  3. Embora hajam diferenças, há ainda qualidades modais ou tendencias centrais inerentes a maioria das teorias da personalidade ( foco de discussão).
Século XIX - Surge a Psicologia a partir da Filosofia, bem como, a teoria da personalidade, que deve muito à medicina já que seus primeiros teóricos eram médicos: Freud, Jung e McDougall. 
  • A fisiologia exerce forte influência sobre a teoria da personalidade. 
  • Os teóricos da personalidade estavam tirando suas ideias mais simples da psicologia clínica, mais próximos de dados clínicos e de suas próprias reconstruções criativas.
  • Os psicólogos experimentais estavam atentos ao laboratório experimental, com valores inspirados na ciência natural. Contribuíram pouco para os teóricos da personalidade.
  • A teoria da personalidade é dissidente do desenvolvimento da psicologia.
Há duas generalizações sobre a teoria da personalidade:

  1. A TP é dissidente do desenvolvimento da psicologia e que jamais se inseriu na psicologia acadêmica, livrando-se dos modos convencionais de pensamento e dos preconceitos referentes ao comportamento humano.
  2. As teorias da personalidade são funcionais em sua orientação, e se preocupavam com questões que fazem a diferença no ajustamento e na sobrevivência do indivíduo, como por exemplo o desenvolvimento de sintomas neuróticos incapacitante. Era portanto, mais amplas em escopo, e mais práticas em orientação.
Grandes nomes da Psicologia Acadêmica do século XIX: WUndt, Helmholtz, Ebbinghaus, Titchener e Kulpe, com trabalhos dentro do âmbito universitário, estudavam aquilo que consideravam importante, sem grande influências e com maior liberdade.

"Os teóricos da personalidade costumavam atribuir
 um papel crucial  aos processos motivacionais."

  • A motivação era vista como a chave para o entendimento do comportamento humano (Freud e McDougall foram os pioneiros no processo motivacional).
  • Preocupação com o funcional e motivacional, causa primeira.
  • Acreditava-se que um entendimento adequado do comportamento humano só vai surgir a partir do estudo da pessoa em sua totalidade.
  • Defendiam que o estudo do comportamento deveria levar em consideração o contexto.
  • A função da teoria da personalidade é integrativa já que visa promover o estudo da pessoa em sua totalidade.
  • Se distinguem dos teóricos da psicologia, já que estes, os experimentalistas, o considera como um entre os vários problemas e lida com ele por meio de um pequeno número de conceitos ligados aos processos fisiológicos.

REFERÊNCIAS
HALL; LINDZEY; CAMPBELL. Teorias da Personalidade. Capítulo I -  A natureza da  Teoria da Personalidade

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Leitura do Documentário: Muito Além do Peso


O documentário se passa em diversas comunidades pobres do Brasil e faz um paralelo com os problemas da obesidade enfrentados nos EUA, como alerta para um problema que já necessita de intervenção social a fim de conscientizar a população da necessidade de se mudar hábitos.

Crianças entre 6 meses e 9 anos já apresentam problemas de saúde causados pela obesidade como cardiopatias, diabetes, pressão alta, trombose, problema de pulmão, dores nas pernas, depressão, ausência de sentido na vida, etc. Isso tudo em função da má alimentação da qual se tem acesso nos locais onde se vive.

Observa-se que como toda criança, a reação frente aos pais em dizer não aos seus filhos,é de malcriação, se esperneando no chão, e os pais ignorantes acabam cedendo às chantagens de seus filhos.

A expectativa de vida dos jovens obesos de hoje é de 10 anos a menos que a de adultos atualmente saudáveis. O Brasil já atinge 33, 5% das crianças com obesidade.

Percebe-se que essas populações mais pobres não têm acesso a uma alimentação saudável, nem modos de vida mais ativos em função de problemas sociais de segurança pública, que acabam fazendo os pais manterem seus filhos em casa. Além disso, a dificuldade de transporte público, mas sobretudo, de renda que possibilite essas famílias a manterem uma vida saudável.

Nota-se também, o nível de ignorância que os pais veem transferindo a seus filhos em relação à alimentação, quando por exemplo, se observa uma criança dizendo que a batatinha é a batata industrializada e não consegue identificar o que é uma batata de verdade.

56% dos bebês já toma refrigerantes antes de completar 1 ano de idade.
O brasileiro consome em média 56 kg de açúcar por ano, em médica 4kg por pessoa.

Chama-se atenção para o poder das mídias, o poder econômico das grandes marcas de fastfood que investem pesado em marketing infantis, vendendo seus produtos como melhor coisa do mundo, cheios de gorduras e açúcares adicionados, com brinquedos que em verdade, tem a proposta de comprar as crianças para o consumo de seus produtos.

Nota-se que, em virtude das segurança pública, políticas públicas educacionais, as crianças brasileiras passam apenas 3 horas nas salas de aula e 5 horas na frente das televisões e celulares, aumentando o ócio e potencializando o desenvolvimento da obesidade infantil.

Cada 5 crianças obesas, haverá 4 adultos obesos.
O processo de conscientização demanda uma maturidade que muitas vezes nem a criança nem o adolescente e adultos relacionados, ainda não alcançaram, o que dificulta o despertar coletivo para a necessidade de mudar hábitos, e tornar-se uma pessoa mais saudável e feliz.

O nascimento da medicina social

Michael Foucault busca saber se a medicina moderna, científica , a partir do seculo XVIII , com o surgimento da patologia é individual ou coletiva e social?

Foucault lança mão do seguinte questionamento:

"A medicina moderna é individual porque penetrou no interior das relações de mercado? Que a medicina moderna, na medida em que é ligada a uma economia capitalista, é uma medicina individual, individualista, conhecendo unicamente a relação de mercado do médico com o doente, ignorando a dimensão global, coletiva, da sociedade?"

Procurou mostrar que a medicina moderna...

  •  é uma medicina social, com tecnologia de corpo social;
  • é uma prática social, com apenas um de seus aspectos individualistas;
  • valoriza as relações médico-doente.
  • tornou-se coletiva com o advento do capitalismo, desenvolvendo-se em fins do século XVIII e início do século XIX.
  • trás a ideia de que o corpo é uma realidade bio-política, já que o controle de uma sociedade se opera pela relação do corpo com o corpo.
  • é uma estratégia bio-política.
As três etapas de formação da medicina social:
  1. Medicina do Estado - surgiu na Alemanha, início do séc. XVIII, onde surge a ciência do Estado, trazendo o conhecimento de Estado, e a estrutura de funcionamento geral de seu aparelho político. O Estado passa a ser objeto de conhecimento e instrumento de lugar de formação de conhecimentos específicos. Desenvolve-se, portanto, os conhecimentos estatais e a preocupação com o funcionamento do Estado.
          As razões para se desenvolver o Estado na Alemanha foram:Quando as formas de Estado se inciavam, desenvolveram-se conhecimentos estatais. Por outro lado, o não desenvolvimento econômico e a estagnação do desenvolvimento econômico na Alemanha no séc XVII, após a guerra dos 30 anos e tratados com França e Áustria, forma-se a burguesia que buscou apoio no soberanos já que o comércio estagnou-se, passando a ser funcionários do Estado. 

         A Prússia embora menos desenvolvida economicamente e muito conflitiva politicamente, foi o primeiro Estado Moderno. Todas as nações do mundo europeu se preocupavam com o estado de saúde de sua população, frente ao mercantilismo que era uma teoria político-econômica, que objetiva aumentar a produção da população ativa, para estabelecer fluxos comerciais lucrativos ao Estado. Daí a necessidade de se levantar a população economicamente ativa dos países europeus. Somente a Alemanha se preocupa efetivamente com a melhoria da saúde da população 

A política médica da Alemanha que levou a formação da medicina de Estado:
  1. Sistema completo de observação da morbidade, não especificamente de nascimento e morte, mas também o contexto em que levava a isso.
  2. Normatização da prática e do saber médico, por meio das Universidades e da corporação de médicos, porém, com controle do Estado nos programas de ensino e atribuição de diplomas.
  3. Uma organização administrativa para controlar a atividade os médicos, com departamento especializado encarregado de acumular as informações transmitidas pelos médicos.
  4. Funcionários médicos encarregados de determinadas regiões, sob domínio de poder  e autoridade de seu saber.
  5. Propôs uma medicina funcionarizada, coletivizada, estatizada.

      2. Medicina Urbana
          
A França no desenvolvimento da medicina social, fins do século  XVIII, pelo viés da urbanização para se chegar a medicina social. O poder urbano foi unificado, com a finalidade de constituir uma cidade como unidade, com corpo urbano coerente, homogênico bem regulamentado e de poder único.

A cidade se torna um importante luvar de mercado que unifica as relações comerciais, inclusive internacionalmente. Surge a indústria tornando uma cidade produtiva.As cidades se desenvolveram, surgiu a população operária pobre - proletariado - surgem as agitações  entre rico e pobre, plebe e burguês. Houveram revoltas do campo devido ao seu estado de pobreza, aumentando o perigo social. Se desenvolveu atividade de medo, angústia diante da cidade, se instalando medo urbano, surgindo a necessidade de se pensar na questão político-sanitária. 

A burguesia lança mão de um modelo médico e político de quarentena intervindo no estado crítico das revoltas onde:
  1. Cada pessoa em sua própria casa, se possível cômodo.
  2. A cidade deveria se dividir em bairros com uma autoridade designada, e estes deveriam fazer relatório ao prefeito sobre o que observava nos bairros.
  3. Esses inspetores revistavam os habitantes  durante o dia por onde passavam.
  4. Casa por casa se fazia a desinfecção.
Na Idade Média o leproso era expulso, exilado.Uma medicina de exclusão. O mesmo era feito com os loucos. Já com a peste, a medicina distribuía os indivíduos uns ao lado dos outros, isolados, e vigiava-os.

A higiene pública, no século XVIII é uma variação sofisticada do tema da quarentena e é a partir daí que surge a grande medicina urbana, que consiste em três objetivos:

1. Analisar os lugares de acúmulo e amontoado de tudo, no espaço urbano que pudesse provocar doenças, epidemias.

2. Controlar a circulação não de indivíduos mas de coisas ou elementos como água e ar, grande fatores patógenos.

3. A organização chamada de distribuições e sequências por Foucault, que ajudariam onde colocar os diferentes elementos necessários à vida comum da cidade, tais como, fontes, esgotos, barcos -bombeadores, afim de não misturar água limpa com água suja.

A medicalização da cidade no século XVIII a partir do contato com as ciências extra-médicas, como a química, que passam a se encontrar a partir da análise do ar, da corrente de ar, das condições de vida e de respiração. Daí a necessidade da urbanização abrindo a medicina para a ciência físico-química.

A passagem cientifica da medicina se deu pela medicina coletiva, social e urbana. A medicina urbana trata das coisas como o ar, água, decomposições, fermentos, uma medicina de condições de vida e do meio de existência,  e não exatamente dos corpos humanos. A relação entre a medicina e os corpos se dá pelas ciências naturais.

Criou-se entre 1790 e 1791 comitês de salubridade dos departamentos e principais cidades, que garante o esta das coisas, do meio e seus elementos constitutivos, permitindo a melhor saúde possível, garantindo melhor saúde aos indivíduos.

3. Medicina da Força de Trabalho

É a medicina dos pobres, do operário, foi o último alvo da medicina social. Primeiro o Estado,  depois a cidade e finalmente os pobres e trabalhadores foram objetos de medicalização.

O pobre não tem o mesmo olhar que é direcionado aos cemitérios, ossuários, matadouros, etc, por não ser considerado risco para a sociedade. Como não haviam muitos pobres em paris, a pobreza não era expressiva de forma que demandasse uma política  social. Não haviam números nas casas, e conheciam a cidade aqueles que tinham o saber urbano, quem assegurava funções fundamentais da cidade, como transporte e água, eliminação de dejetos, era o pobre.

No séc XIX o pobre começa a aparecer como perigo à sociedade pelos seguintes motivos:


  1. Os pobre tornaram-se a força política criadora de revoltas contra o poder, durante a Revolução francesa;
  2. Foi estabelecido um sistema postal e de carregadores, dispensando os pobres  de seus serviços prestados.
  3. A cólera em 1832 começou em Paris e espalhou-se pela Europa, cristalizou em torno da população proletária ou plebeia, e a partir daí se criou um espaço urbano em espaços pobre e ricos. E o poder político começa a atingir o direito de propriedade e habitação privadas.
Na Inglaterra, com o desenvolvimento industrial, se desenvolve o proletário, surge a medicina social e a medicina de Estado já existia inspirada nos métodos da Alemanha.
 Surge a Lei dos pobres que a medicina inglesa cria como controle médico do pobre, tornando-se uma medicina social. A ideia de uma medicina de assistência controlada, de uma intervenção médica que atendesse aos pobres e as classes ricas separadamente, criando um cordão sanitário autoritário estendido no interior das cidades entre ricos e pobres, onde estes conseguiam se tratarem gratuitamente e sem despesas e não mais oferecendo riscos para os ricos. A Lei dos pobres era uma forma de assistência-proteção, assistência-controle. 

Mais tarde, em 1970,  é que a legislação médica da Lei dos pobres organiza um serviço não de cuidados médicos, mas de controle médico da população (Política autoritária), quando começam a controlar vacinação, obrigando a todos a se vacinarem; registrar as epidemias e doenças potencialmente epidêmicas; identificar locais insalubres para destruição.

O sistema Health service torna-se um modo complementar coletivo que garantia os controles propostos pela lei dos pobres. Isso desencadeou uma série de reações violentas da população. de resistência popular, reivindicando o direito das pessoas frente ao Estado controlador.

Ao contrário da medicina urbana francesa e da medicina de Estado da Alemanha do século XVIII, aparece no século XIX, sobretudo na Inglaterra, a medicina de controle da saúde e do corpo nas classes mais pobres  afim de, torná-la aptas para o trabalho e menos perigosa para as classes ricas.

O sistema inglês de Simon, ligou três coisas: assistência médica aos pobres; controle de saúde da força de trabalho e esquadrinhamento geral da saúde pública, mas em verdade, estavam protegendo as classes mais ricas dos perigos da pobreza.

O Plano Beveridge e os sistemas médicos dos países mais ricos e industrializados da atualidade, ainda fazem funcionar esses três setores da medicina, porém, articulados de maneiras diferentes.



REFERÊNCIAS
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Capítulo V O nascimento da medicina social, pg.46-56

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Linguagem e Pensamento


Formar conceitos é de grande importância para que possamos definir e identificar as coisas de um modo geral. A exemplo disso, pode-se pensar no conceito por exemplo de cadeira: assento com quatro pés e um encosto. Entretanto, existem diferentes tipos de cadeira, e daí a necessidade de categorizá-la para podermos identificar melhor qual a cadeira da qual se está falando, já que pode ser cadeira de alimentação, cadeira de plástico, cadeira de sala, cadeira do papai. 

Para isso, é preciso se utilizar dos recursos da  COGNIÇÃO, que  se concentra em atividades ligadas a PENSAR, CONHECER, LEMBRAR e  COMUNICAR as informações, portanto, cognição são atividades mentais associadas ao pensamento, ao conhecimento à lembrança e à comunicação.

A nossa COGNIÇÃO permite-nos criar estratégias para resolver problemas e identificar os problemas que nos atrapalham. A nossa capacidade de resolver problemas e lidar com novas situações, é atribuída à nossa RACIONALIDADE.

A solução de problemas pode ocorrer de diferentes maneiras:
  1. Método da tentativa e erro.
  2. Algoritmos - procedimento lógico e metódico que assegura a resolução de um problema específico.
  3. Heurística - estratégia simples de pensamento que nos permite fazer julgamentos  e resolver problemas com eficiência, porém é mais propensa a erros que o método dos algorítimos. A heurística é uma técnica de pensamento e comportamento praticamente automática nos humanos, que agem de modo intuitivo e inconsciente para achar prováveis respostas para aquilo que procuram.
  4. Insight - percepção súbita, inovadora para solucionar um problema. Aparecem na mente de maneira repentina.
Os cientistas cognitivos estão revelando os poderes da INTUIÇÃO, seus perigos e como nos afeta.(MYERS;DEWALL.2017.P.303). 
  • INTUIÇÃO é análise "congelada em hábito".(MYERS;DEWALL,2017.P.303)(SIMON, 2001), o conhecimento implícito ou seja, tudo o que aprendemos e gravamos em nosso cérebro, mas não conseguimos explicar plenamente. É reagir sem pensar. Não envolve o pensamento consciente. É adaptativa, permitindo uma reação rápida (heurística).
  • A FIXAÇÃO pode ser tornar um problema, por se tratar de uma incapacidade para ver novos problemas por um novo ângulo: foca o pensamento mas prejudica a resolução criativa do pensamento.
  • Os VIÉS DE CONFIRMAÇÃO que leva o sujeito a buscar apoio para as próprias opiniões e ignorar as evidências contraditórias.
  • A PERSEVERANÇA NA CRENÇA faz com que o indivíduo ignore as evidências que provam que as nossas crenças estão erradas, fecha a mente para novas ideias.
  • O EXCESSO DE CONFIANÇA permite que sejamos felizes e tomemos decisões com facilidade, mas, nos coloca em risco para cometermos erros.
PENSAMENTO pode apresentar dois tipos de raciocínio:
  1. RACIOCÍNIO CONVERGENTE - limita as possíveis soluções para os problemas, a fim de determinar a melhor solução.(MYERS;DEWALL,2017.P.305)
  2. RACIOCÍNIO DIVERGENTE - expansão do número de possíveis soluções para o problema: o pensamento criativo que diverge em diferentes direções.(MYERS;DEWALL,2017.P.305)
Muitas das habilidades cognitivas atribuídas aos humanos ( Homo Sapiens) também se apresentam em diferentes espécies, ou seja, em outros animais. Embora não sejam animais racionais, é claro e notório por exemplo, a inteligência nos animais. Isso ocorre por que todos os animais não humanos, incluindo todos os mamíferos e aves, possuem "redes neurais" que geram a consciência, portanto, seus cérebros conseguem fazer muitas das atividades que o humano também consegue. Entretanto, o Homo Sapiens, se diferencia pela sua capacidade de raciocinar e pela sua linguagem. Especialistas em Aprendizagem e cognição, atribuem ao Homo Sapiens, em termo de Aprendizagem e Linguagem um A+ em relação aos demais animais irracionais. (MYERS;DEWALL,2017.P.306)

LINGUAGEM são as nossas palavras faladas, escritas ou sinalizadas e a forma como a combinamos para comunicar significados. (MYERS;DEWALL,2017.P.307). Graças à linguagem transferimos significados de uma mente para outra.Quer seja FALADA, ESCRITA ou SINALIZADA, a linguagem nos possibilita não só nos comunicarmos, como transmitir o conhecimento acumulado da civilização ao longo das gerações. (MYERS;DEWALL,2017.P.307).

Para PINKER(1990) a Linguagem é a "joia da coroa da cognição".

Componentes estruturais da LINGUAGEM FALADA:
  • Fonemas - sons produzidos pela fala.
  • Morfenas - menor unidade da língua ( Ex: Eu; I (eu))
  • Gramática - sistema de regras de uma dada linguagem.
Desenvolvimento da Linguagem e como a adquirimos?
  1. ESTÁGIO DE BALBUCIO 
  • A partir dos 4 meses.
  • bebês emitem diversos sons espontaneamente, inicialmente sem relação com a linguagem doméstica.
  • Conseguem discriminar a fala, correspondendo aos sons.
  • A compreensão da linguagem nos bebês ocorrem antes da produção da linguagem. (Linguagem receptiva)
      2. ESTÁGIO DE UMA PALAVRA 
  • De 1 a 2 anos de idade
  • As crianças falam palavras isoladas. (LINGUAGEM PRODUTIVA, que é a capacidade de produzir sons e palavras, amadurece após a LINGUAGEM RECEPTIVA, que é a capacidade de compreender o que se fala para elas e à sua volta.)
  • Aprendem que os sons possuem significados, e se estimuladas, aprendem a associar o som ao objeto. Fala-se peixe, e ela olhará para o peixe. 
      3. ESTÁGIO DE DUAS PALAVRAS
  • A partir dos 2 anos.
  • As crianças falam frases de duas duas palavras.
      4. ESTÁGIO DA FALA TELEGRÁFICA
  • As crianças falam como um telegrama: ir carro, copo água.
  • Usa principalmente verbos e substantivos.      
Diferentes áreas do cérebro cumprem funções linguísticas diferentes. Ao processar a linguagem, assim como, em outras formas de processamento de informações, o cérebro opera dividindo suas funções mentais - falar, perceber, pensar, lembrar - em subfunções. 

Ao ler conscientemente um texto qualquer, o cérebro está computando a forma de cada palavra, som e significado usando diferentes redes neurais (Posner & Carr, 1992)(MYERS;DEWALL,2017.P.312). Diferentes áreas do cérebro também processa as informações de quem falou e o que foi dito. (Perrachione et.al.,2011) (MYERS;DEWALL,2017.P.312)

Há duas áreas no cérebro que se estiverem danificadas causam os seguintes problemas:
  • ÁREA DE  BROCA - região do lobo frontal, parte do cérebro que, quando danificada, pode prejudicar a capacidade de PRONUNCIAR as palavras.
  • ÁREA DE WERNICKE - região do lobo temporal, parte do cérebro que poderia prejudicar a nossa capacidade para COMPREENDER a linguagem.
Vale observar que os animais exibem uma capacidade linguística impressionante, pois demonstram compreensão e comunicação bem desenvolvidas.(MYERS;DEWALL,2017.P.313)

DETERMINISMO LINGUÍSTICO  é quando a linguagem determina a maneira de pensar. A linguagem é a expressão dos nossos pensamentos.

A RELAÇÃO ENTRE A LINGUAGEM E O PENSAMENTO

O linguista Benjamim Lee Whorf (1956) defendeu que a língua DETERMINA           o modo como pensamos.(MYERS;DEWALL,2017.P.314). As palavras podem não determinar o que pensamos mas influenciam nosso pensamento (Boroditsky,2011)(MYERS;DEWALL,2017.P.315).

Expandir a linguagem é expandir a habilidade de pensar. Vale a pena ampliar o poder verbal! 

O Determinismo linguístico de Benjamim sugere que não podemos pensar sobre coisas, a menos que tenhamos palavras para esses conceitos ou ideias.      

Entretanto,  é mais correto dizer que a linguagem INFLUENCIA o pensamento.                                                                                                 
Referências:
MYERS, D. G.; DEWALL, C. N. Psicologia. Rio de Janeiro, 2017. Editora gen LTC. 11ª edição.

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Existem dois tipos principais de linguagem: a linguagem verbal e a linguagem não verbal.
A linguagem é o código usado para estabelecer comunicação. É um sistema de signos e símbolos usados para transmitir pensamentos, ideias, opiniões, informações, sentimentos, desejos,…
É muito importante que esse código seja entendido por todos os intervenientes no processo comunicativo, podendo ser composto por palavras, gestos, sons, imagens, sinais,… 

Diferença entre linguagem verbal e linguagem não verbal

linguagem verbal utiliza palavras para estabelecer a comunicação, que são utilizadas tanto na escrita como na oralidade.
linguagem não verbal não utiliza palavras para estabelecer a comunicação, recorrendo a outras formas de comunicação, como gestos, sinais, símbolos, cores, luzes,…
  Linguagem verbal    Linguagem não verbal  
  bilhetes;
  cartas;
  conversas;
  decretos;
  diálogos;
  e-mails;
  entrevistas;
  filmes;
  jornais;
  literatura;
  livros;
  ofícios;
  poesias;
  prosas;
  reportagens;
  revistas;
  sites;
  telefonemas;
  …
  apitos;
  bandeiras;
  buzinas;
  cores;
  desenhos;
  expressões faciais;
  figuras;
  gestos;
  imagens;
  logotipos;
  luzes;
  pinturas;
  placas;
  posturas corporais;
  semáforos;
  sinais de trânsito;
  sinais;
  sirenes;
  …
Referências:
Tipos de linguagens. Disponível em https://www.normaculta.com.br/tipos-de-linguagem-linguagem-verbal-e-nao-verbal/. Acesso em 19/02/2019.