ESTRUTURA FAMILIAR
- Conjunto invisível de exigências funcionais que organiza as maneiras pelas quais os membros da família interagem.
- Quando essas transações se repetem estabelecem padrões de como, quando e com quem se relacionar, e esses padrões reforçam o sistema.
- O sistema familiar diferencia e leva a cabo suas funções através dos subsistemas, sendo cada indivíduo um subsistema dentro da família.
- Subsistemas são formados por geração, sexo, interesse ou por função.
- Fronteiras de um subsistemas são as regras que definem quem participa e como.
OBJETO DE ESTUDO
- as regras da família
- como as regras são comunicadas entre os membros da família
- como os papéis estão definidos no sistema
- relaciona as normas e os papéis no sistema.
ALIANÇA TERAPÊUTICA
Criada por Minuchin, ocorre quando o terapeuta se alia ao PI, problema identificado do sistema, fazendo com que o PI se sinta a vontade, com apoio para falar.
CONCEITOS IMPORTANTES
- Diagnóstico estrutural - leva em conta como essa pessoa se organiza.
- Estrutura do sistema familiar: FRONTEIRAS;SUBSISTEMAS;SISTEMA DE REPRESSÃO E ESTRESSES.
1. FRONTEIRAS
São as regras que definem QUEM PARTICIPA de cada subsistema e COMO PARTICIPA.
Determinam quem são os participantes de cada subsistema da família e garantem sua particularidade, possibilitando o funcionamento eficaz do sistema familiar.
Essas fronteiras estão entre um subsistema e outro, como uma linha tênue e invisível entre um subsistema e outro.
Há três tipos de fronteiras:
- Fronteiras nítidas - responsável pela construção das relações esclarecidas, onde as pessoas dizem sim ou não objetivamente. Nítida é uma família funcional, tem fronteira mas é acessível, flexível.
- Fronteiras difusas - quando as relações são complexas e os papéis confusos. Não está clara a função de cada membro da família, havendo um excesso de preocupação e comunicação entre eles. Nesse caso, um subsistema invade outro subsistema. São famílias emaranhadas, sem limites, onde todos fazem tudo.
- Fronteiras rígidas - as relações são distantes e as pessoas não se conhecem bem. Excesso de limites. família desligada uns dos outros. Foco na regra e não no afeto.
2. SUBSISTEMAS
É a partir da identificação desses subsistemas que o psicólogo consegue identificar se o sistema está funcional ou não.
Exemplos:
- Relação entre pais e filhos, o papel de parentalidade é um subsistema.
- Relação entre irmãos, o papel fraternal é um subsistema.
- Relação entre marido e mulher, o papel conjugal é um subsistema.
Cada membro tem o seu subsistema. Analisa-se as conexões entre os membros da família para identificar os subsistemas, ou seja, analisa os papéis de cada um para identificá-lo no sistema.
Há famílias que não têm todos os 4 subsistemas:
- CONJUGAL - prevê uma reciprocidade, uma conexão, sempre juntos, apoio mútuo.Ocorre entre marido e mulher. Está disfuncional quando deixam de compactuar desses mesmos objetivos.
- PARENTAL - proteção, limite, intuição, nutrição (alimentação e abrigo) e socialização (relação com outras pessoas). Sempre ocorre do pai para o filho ou da mãe para o filho. Está disfuncional quando os pais não conseguem prover esses objetivos.
- FRATERNAL - Primeiro laboratório social, ter um irmão, com o qual aprende a competir e dividir. Ocorre entre irmãos. Está disfuncional quando os irmãos não conseguem resolver entre si, nada.
- EXECUTIVO - pode ser composto por qualquer membro da família. Para identificá-lo é preciso observar: quem paga as contas; quem são os provedores da família. Esse subsistema interfere em todos os outros subsistemas da família.
3. SISTEMA DE REPRESSÃO
Refere-se ao que reprime a família; o que organiza a família num determinado formato; as orientações são a forma de repressão.
Há duas formas de SISTEMA DE REPRESSÃO:
- GENÉRICO - estabelecido pela sociedade, porém cada contexto tem sua própria regra, levando-se em consideração as questões culturais. É generalista, universal, traz expectativas que não são expectativas daquela família. Exemplo: é genérico que o pai queira que o filho seja protegido pelos pais.
- IDIOSSINCRÁTICO - os papéis são eleitos pelos próprios membros do sistema, envolvendo expectativas mútuas dos indivíduos da família, onde os padrões permanecem automaticamente, como uma acomodação mútua dada a eficácia funcional, ou seja, o conjunto das expectativas são compartilhadas com o sistema familiar. Exemplo: Quando uma mãe espera que um filho resolva um problema emocional dela, é idiossincrático.
4. ESTRESSE
O estresse acontece quando se atribui ao problema uma origem, quando se sabe que, na CIRCULARIDADE o problema está em todas as partes do sistema, não apresentando uma causa específica. Contudo, a família identifica o problema (PI) entre os membros da família.
Há 4 tipos de estresses:
1º Contato com uma força externa
Pode ocorrer um EVENTO EXTERNO com algum dos membros do sistema, e este acaba levando essa força externa para dentro do sistema. Exemplo: um dos membros perde o emprego. Ao levar para casa a notícia da perda do emprego, estará levando aos demais o problema do desemprego.
2º Força externa em contato com toda a família
Um deslizamento de terra(força externa) impactando sobre toda a família.
3º Estresse de ponto de transição
Estressores relacionados ao ciclo vital. A família está transitando no contexto de vida: mortes, nascimento, casamento, faixa-etária, fase adulto, divórcio, etc.
4º Estresse por questões idiossincráticas
Questões idiossincráticas: exemplo um filho autista. O estressor é criado pelo próprio sistema, pois tem família que não tem problemas em ter um filho autista, e outras tem, como a não aceitação.
ACOMODAÇÃO NO PROCESSO TERAPÊUTICO
É o início de qualquer terapia na sistêmica, onde o cliente entra, senta e o psicólogo se sente convidado a entrar no sistema. A família entende que o psi é parte do sistema, ou seja, uma forma de aliança que o psi faz com a família. O psi só faz parte do sistema, como membro, quando a família fala uns com os outros como se estivesse em casa. Nem sempre esse entrosamento acontece na primeira sessão, e se por ventura, não acontecer, o psi fica impossibilitada de atendê-los, devendo encaminhar para outro profissional. O espaço terapêutico é um campo de diagnóstico. Nunca sente primeiro que a família. Deixe-os sentar antes e observe os locais onde sentam, se sentam junto a alguém, se sentam separados de alguém, podendo verificar onde estão as alianças e os conflitos.
Após a acomodação, o psi inicia as alianças. O psi se alia ao PI para que ele se sinta apoiado, e livre para falar, devolvendo o que o psi diz para o sistema, a fim de atiçar o conflito, ou seja, causando estresse. A aliança com o PI traz estressores a forra e tira todos os membros da acomodação.
Minuchin sugere iniciar a aliança pelo PI, e depois tira o estresse do PI e joga no sistema, já que pertence a todos os membros, passando a compartilhar do estresse. Ele chamou isso de escalonamento do estresse, que é necessário porque a maioria das pessoas chegam no consultório com o PI definido.
As TROCAS DE PAPÉIS possibilitam que um veja o outro como ele é, e se perceber através do outro.
As METÁFORAS ajudam quando fazem sentido pra a família.
Aula do dia 25/10/2019
Aula do dia 25/10/2019