segunda-feira, 22 de março de 2021

Fobias Específicas - TCC

  Costa;  Lanna,   (2001),  caracteriza  as    fobias   específicas   por    medo   acentuado, persistente e excessivo ou irracional de determinado objeto ou situação, geralmente são medos aprendidos. 

Para a abordagem cognitivo-comportamental as fobias simples são explicadas por:

  • condicionamento clássico,
  • condicionamento operante,
  • modelação,
  • cognições,
  • generalização,
  •  predisposições pessoais
  • filogenéticas e ganhos secundários. 

 

Tratamento:


  • dessensibilização sistemática,
  • exposição ao vivo,
  •  reestruturação cognitiva,
  •  modelação,
  •  terapia implosiva ou inundação,
  •  hipnose,
  •  relaxamento,
  • tarefas de casa
  • uso de medicamentos.

 

Fobias Específicas podem ser:

 

Transtorno de Ansiedade Generalizada

 

É um transtorno crônico de ansiedade, incapacitante, que tem como características preocupações irreais ou excessivas, constantes, e apresenta sintomas somáticos persistentes.
 O sexo feminino é mais acometido. 
Prejudica o desempenho social, familiar e profissional. Medidas terapêuticas eficazes são a farmacoterapia e psicoterapia (reestruturação cognitiva, relaxamento e exposição, aplicados em conjunto) (Schinohara; Nardi, 2001).

 

Transtorno Obsessivo-compulsivo

 

O TOC, como é conhecido, é classificado como transtorno de ansiedade e tem como característica as obsessões (ideias intrusivas, recorrentes e persistentes) ou compulsões (comportamentos repetitivos, sem propósito) excessivas ou irracionais, que acarretam grande estresse, consomem considerável tempo e interferem na rotina normal. 

São pessoas que dão muita atenção a detalhes, autodisciplinadas, emocionalmente controladas, confiáveis, perseverantes, perfeccionistas e rígidas. 

Procedimentos comportamentais integrados com intervenções farmacológicas mostram-se eficazes no tratamento desse transtorno. (Rangé; Asbahr; Moritz; Ito, 2001)

 

Transtorno de Estresse Pós-traumático

 

O TEPT consiste na exposição a uma experiência traumática (guerra, abuso sexual e/ou físico, acidentes e desastres, entre outros) e como resultado a pessoa apresenta revivência da experiência e intenso sofrimento. 

O objetivo principal do tratamento é recuperar o senso de controle e estabilidade. 

Tratamento: 

  • farmacológico e técnicas como: 
    • exposição prolongada, dessensibilização, apoio social, relaxamento e reestruturação cognitiva (RANGÉ; MASCI, 2001).

 Transtornos Afetivos


São principalmente as síndromes depressivas e o transtorno bipolar. A depressão é caracterizada por ideação suicida, delírios e alucinações e incapacitação social e ocupacional.

No transtorno bipolar a pessoa apresenta períodos de depressão e de euforia intensa (mania). 

A terapia cognitivo-comportamental ajuda o paciente a adquirir novo modo de pensar, a ampliar sua consciência, de modo a interpretar a realidade de forma realista e colabora para a reconstrução de seu sistema de crenças. 

As principais técnicas usadas são: mapeamento da vida, folha de resumo dos sintomas, gráfico do humor, afetivograma, solução de problemas,treino de habilidades sociais, diário de atividades, reestruturação do pensamento e modificação de crenças. Muito importante também é a utilização de medicamentos (NETO et.al. 2001).

 Transtornos Alimentares


Caracterizado por grave perturbação de o comportamento alimentar, trazendo prejuízos à pessoa. São eles: anorexia nervosa (medo extremo de engordar, apresentando distúrbio da imagem corporal), bulimia nervosa (episódios de ingestão incontrolável de alimentos seguido de vômito autoinduzido, uso inadequeado de laxantes, diuréticos ou moderadores de apetite jejum e exercícios excessivos), transtorno da compulsão alimentar periódica – TCAP (episódios de comer compulsivo, sem os comportamentos compensatórios da bulimia). 

O tratamento exige equipe multiprofissional (psicólogo, psiquiatra, nutricionista, endocrinologista, entre outros) e interação medicamentosa. A principal técnica utilizada é a reestruturação cognitiva (DUCHESNE.; APPOLINÁRIO, 2001).

 Dependência Química

A terapia comportamental busca modificar as crenças permissivas e as crenças intermediárias e centrais, por intermédio de técnicas como: identificação de pensamentos automáticos, avaliação e questionamento dos pensamentos automáticos, registro diário dos pensamentos automáticos disfuncionais e identificação, avaliação e modificação das crenças (KNAPP.; LUZ JR.; BALDISSEROTTO, 2001).

Tabagismo

Apesar de todo mal que o cigarro faz à saúde, seu consumo continua aumentando. Fumar é um comportamento reforçado por meio de estímulos externos e internos. Estratégias úteis no tratamento são a retirada gradual e métodos aversivos e terapia de reposição de nicotina (GIGLIOTTI et.al. 2001)

Transtorno de Personalidade Limítrofe ou Borderline

Formas de abuso, como sexual, físico e emocional, estão relacionados a esse transtorno, que se caracteriza por instabilidade nos relacionamentos interpessoais, autoimagem e afeto e muita impulsividade. 

Costumam infringir ferimentos a si mesmos, abusam de substâncias, principalmente medicamentos e tem alto risco de suicídio. São pacientes que costumam abandonar a terapia, principalmente devido a sua instabilidade e medo de abandono. No tratamento são utilizadas técnicas da terapia cognitiva padrão e medicamentos (VENTURA, 2001)

Adicção ao jogo

Caracteriza-se pela dificuldade em controlar o comportamento de jogar. As técnicas terapêuticas empregadas envolvem terapia aversiva, técnicas cognitivas e tratamento farmacológico (PRIETO, 2001).

Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade e Impusividade

O TDAHI caracteriza-se por dificuldade na regulação da atenção e/ou impulsividade e hiperatividade frequente. 

O uso de medicamentos melhora significativamente os sintomas e as técnicas cognitivo-comportamentais minimizam os sintomas (treino em resolução de problemas, treino em habilidades sociais, reestruturação do sistema de crenças, estratégias para estimulação da atenção e grupos) (DUCHESNE; MATTOS, 2001).

Disfunções Sexuais

Principais transtornos sexuais: disfunção erétil, ejaculação precoce, baixo desejo ou inibição do desejo sexual, anejaculação e anorgasmia masculina, anorgasmia feminina, vaginismo e dispareunia. Terapia associada de medicamentos e terapia sexual apresenta melhores resultados (CARVALHO, 2001).

Transtorno do Sono

A insônia e a apneia do sono são os transtornos mais frequentes. O tratamento inclui a administração de fármacos e intervenções cognitivas (reestruturação cognitiva e comprovação de hipóteses (BUELA-CASAL.; SÁNCHEZ, 2001).

 Segundo Beck et.al. (2005), a abordagem cognitivo-comportamental também é utilizada no tratamento de transtornos de personalidade, como (Clique nos cartões para visualizar as descrições):

Paranóide

Interpretam as intenções e ações dos outros como humilhantes ou ameaçadoras, mas não apresentam sintomas psicóticos persistentes.

Esquizóide

Indiferença em relação aos relacionamentos interpessoais, sem alterações no humor; buscam muito pouco o contato com os outros e restringem manifestações de afeto. Não apresentam sintomas psicóticos.

Esquizotípica

Evitam relacionamentos interpessoais, mas apresentam sintomas psicóticos.

Antissocial

Comportamentos irresponsáveis e socialmente ameaçadores; Geralmente são trazidos ao tratamento por força externa, contra sua vontade e sem vontade de mudar; Tratamento de Grande deságio, pois se limita a leves alterações de comportamento.

Histriônica

Apresentam excessiva emotividade, labial e superficial e buscam ser o centro das atenções. Comportamento excessivamente reativo, intenso e descontrolado e relacionamentos pouco gratificantes. Apresenta complicações como abuso de substâncias, alcoolismo e risco de suicídio.

Narcisista

Padrão distorcido de auto preocupação em relação a si mesmo, autocentrado e indiferente aos sentimentos e necessidades dos outros e não aceitam limites ou críticas. A crença central do narcisista é de inferioridade, por isso a atitude compensatória de superioridade.

Dependente

Dependência excessiva dos outros, necessidade extrema de ser cuidado, sentimento de desamparo e medo de abandono. Comumente apresentam ansiedade e depressão.

Esquiva

Evitação global comportamental, emocional e cognitiva. Apresentam muita ansiedade nos relacionamentos pessoais por medo de rejeição. Podem desenvolver depressão, abuso de substâncias, ansiedade e transtornos do sono.

Negativista ou passivo-agressiva

Comportamentos resistentes, não cumprem obrigações e frustram expectativas, negativistas, oposicionistas, descontentes e hostis, humor irritável, resultando em prejuízo social;

Terapeutas cognitivos utilizam os princípios básicos da terapia cognitiva no tratamento dos transtornos de personalidade como base do tratamento, mas modificam algumas características, pois esses indivíduos utilizam estratégias disfuncionais para lidar com os outros  e o mundo, que são usadas de forma inflexível e inadequada, e são pacientes incapazes de ter comportamentos apropriados e funcionais quando essas estratégias não funcionam. 

Nesse caso, a terapia tem duração mais longa, principalmente porque o processo de formar um relacionamento é mais gradual e difícil (SUDAK, 2008).

domingo, 21 de março de 2021

Bullying

  •   Vocês já sofreram bullying? 
  • Se não sofreram, já presenciaram alguém sofrendo?

 O bullying...

  •  é um tema contemporâneo que assume grande importância no nosso cenário.
  •  é uma palavra inglesa que significa, de acordo com o dicionário Aurélio provocação, intimidação, ou agressão, física ou verbal, feita por um indivíduo mais desinibido, mais velho, mais forte, etc., a outro mais tímido, mais fraco, mais novo, etc. 
  • O termo surgiu na Noruega em 1982, quando Dan Olweus, professor da universidade da Noruega, começou a pesquisar tendências suicidas entre adolescentes tendências suicidas entre adolescentes. 
  • Do ponto de vista da psicologia moral, é a escolha que diferencia o bullying de uma brincadeira entre alunos. 
    • No bullying o autor tem intenção de causar sofrimento ao alvo escolhido, e as agressões ocorrem por um longo perído de tempo. 
Características que identificam o Bullying...
  • Para que uma agressão seja identificada como bullying, devem ser realizadas entre pares que se mantêm num mesmo nível hierárquico, ou seja, um chefe tratando um funcionário mal não é bullying.
  •  há sempre um público que, mesmo não estando presentes na ação violenta, são convenientes com a situação 
  •  haverá sempre a necessidade, para o agressor, de contar com a admiração de um público que o faz manter a fama e a imagem que ele deseja diante dos outro
Autores do bullying...

  •  não aprenderam a transformar suas raivas em diálogos, em superação de problemas e na busca de um valore de si, precisam se sentir superior aos outros. 
  • Quem pratica o bullying têm grande probabilidade de se tornar adulto com comportamentos antissociais e/ou violentos. 
  • Ao passo que as vítimas acreditam ser merecedoras, é comum possuírem sentimento de insegurança.


Saber sobre o bullying...
  •  te possibilita a ter uma atuação adequada sobre o assunto enquanto profissional da psicologia e auxiliar na minimização dessa prática no ambiente escolar. 
  • você será capaz de identificar os tipos de bullying. 
  • O bullying não ocorre somente nas escolas. 
  • Ocorre por um longo periodo de tempó
  • Desequilíbrio de poder físico e psicológico.
  • Relação VÍTMAS-AGRESSORES-ESPECTADORES.
  • Agressores/ Bullies
    • Falta de empatia ou família desestruturada
    • Probabailidade de comportamentos antissociais e ou violentos.    
  • Vítimas se sentem
    • Inseguras
    • Merecedoras
Consequências do Bullying...
  • baixa autoestima
  • baixo rendimento escolar
  • evasão escolar
  • agressividade e desejo de vingança
  • estresse, ansiedade e fobias
  • dificuldade de ralacionamento
  • depressão e ideias suicidas
Como identificar....
  • Não tem vontade de ir à escola
  • apresenta baixo rendimento escolar
  • volta da escola com roupas e livros rasgados
  • Isola-se dos amigos e da família
  • aparenta estar sempre triste, deprimido, ansioso ou aflito
  • Fica  agressivo sem motivos aparentes
  • Não gosta de si mesmo, nem se valoriza.

REFERÊNCIAS
CRAIDY, C. M.; SILVA, G. E. P. K. Educação infantil: pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001. 
JOHN, W. S. Psicologia educacional. 3. Ed. Porto Alegre: AMGH, 2010. 
MARINI, E. Psicologia escolar: uma reflexão sobre a educação: orientação para pais e educadores. São Paulo: Vetor, 2012. 
TOGNETTA, L.; VINHA, T. É possível superar a violência na escola?. São Paulo: Editora do Brasil, 2012

Pensamentos Automáticos

 


  • Trata-se daqueles pensamentos destrutivos e irracionalmente negativos que se tem.
  • Traz a sensação das coisas irem de mal a pior.
  • Pensamentos podem surgir e aumentar facilmente, independentemente da realidade.
  • Como gerenciar esses pensamentos automáticos prejudiciais com outros racionais  mais saudáveis?
    • é preciso registrar, racionalizar e substituir os pensamentos.
    • pessoas pegas em ciclos de pensamentos negativos automáticos tornaram-se clinicamente deprimido, autocrítico e menos bem sucedido tanto no trabalho como na vida pessoal
    • A desordem negativa se enquadra em 13 categorias que afetam a sua saúde mental.
  • Algumas categorias assumindo ou lendo a mente como quando você tem certeza de que alguém está bravo com você, mesmo que você não tenha falado com ele, só porque entraram e não disseram olá, não devo, essas são as demandas insaaas que fazemos sobre nós mesmos e nossas buscas para ser impossivelmente uma fantasia perfeita de conto de fadas onde exigimos um ideal para o nossa vida e decidir que nada menos do que esse ideal não é justo. Generalizando, "ninguém gosta de mim", "Eu sempre estrago tudo"... 
  • acaba catastrofizando quando você pega um pequeno problema e o transforma em um grande e terrível evento de mudança de vida, como podemos parar uma pergunta provocante e a resposta mais curta é que não, mas por estarmos cientes do fato de que estamos tendo e trabalhando para substitui-los por pensamentos racionais, podemos mante-los longe do perigo a nossa saúde mental.
Exercício proposto para eliminar pensamentos destrutivos e irracionalmente negativos:
  • Diário 
  • 1º passo: Descrever
    • evento perturbador quando algo perturbador acontece durante o dia, descreva-o e registre detalhes dolorosos excruciantes, por exemplo, hoje descobri que tirei um C na minha etapa intermediária.
    • Exemplo de Evento Perturbador: nunca vou me formar.
  • 2º passo: Racionalizar
    • racionalizar é hora de pensar sobre os pensaemnos automáticos associados ao evento.
    • Tente rotular cada distorção, o evento perturbador pode ser racional mas a  maioria não é.
    • Geralmente se enquadram numa das categorias que discutimos: eu nunca vou
    • Exemplo: Não me formar é uma catastrofe. 
  • 3º passo: Substituição dos pensamentos negativos
    • Responda a cada registro distorcido.
    • Exemplo: Eu irei bem, vou me formar.
    • Questione-se: qual a evidência para esta resposta?  A evidência é o resultado verossível para a minha situação também.
    • Exemplo: o mundo se acaba se tirar um C? Claro que não. Você vai procurar se sair bem nos demais testes, estudando mais.


 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=m2zRA5zCA6M


terça-feira, 16 de março de 2021

Patologização e medicalização das pessoas nos contextos educacionais e na cena contemporânea

Trata-se de um tema polêmico, a medicalização e o processo de rotulação, bem como os impasses da patologização para o estabelecimento saudável do indivíduo.

Quantas vezes usamos medicamentos para nos sentir bem ao invés de tentar resolver o problema?

Cascão - Menino Maluquinho - Mafalda
O que dizer desses personagens?

Cascão tem medo de água - para patologização tem TOC de sujeira.
Menino Maluquinho não fica quieto - TDAH
Mafalda tem opiniõe p´roprias - TOD-Transtorno Opositor Desafiador

A era dos transtornos...

  •  os processos de medicalização e patologização da vida e da política são crescentes no mundo contemporâneo, assumindo proporções que conseguem nos surpreender, e até assustar, a cada dia.
  •  As diferenças que caracterizam e enriquecem a humanidade são tornadas transtornos.
  •  Desigualdades são escamoteadas, transformadas em doenças. 
  • As questões coletivas, de ordem política, social, econômica, cultural, afetiva, que afligem milhões de pessoas, são transformadas em individuais e reapresentadas como doenças. 
Nos diagnósticos...

  • perguntas vagas, imprecisas, mal formuladas, descontextualizadas, absolutizadas em que sujeito é reduzido a um cérebro sem escolhas, desejos, conflitos, apenas processa estímulos que chegam.
 Para Conrad (2007) medicalização segue passos bem definidos: 

1. Definir o problema em termos médicos; 

2. Descrever usando linguagem médica; 

3. Difundir ideário de entendimento; 

4. “Tratar” com intervenção médica, psicológica, fonaudiológica ou de outra forma; 

Na educação,...

  • a associação da não aprendizagem a fatores de natureza orgânica acaba resultando na culpabilização do indivíduo. 
  • Problemas que fazem parte do cotidiano passam a ser deslocados do seu real foco de reflexão e intervenção para o campo médico. 
  • Heckert e Rocha (2012) destacam dentre as causas das problemáticas atuais produzidas na escola as circunstâncias político-institucionais, as tradições, as condições de vida, a precarização, os anseios e as novas tecnologias da informação. 
Efeitos colaterais dos fármacos mais utilizados no Brasil: 
● Os efeitos mais observados nos pacientes em uso de Ritalina são: falta de apetite, dor de cabeça, aperto no peito, taquicardias, insônia, aumento da pressão arterial, tremores, sudorese excessiva, boca seca, surgimento de crises de ansiedade, pânico ou surtos psicóticos. 
● Os principais efeitos colaterais do Rivotril são a sonolência, cansaço, diminuição da coordenação motora, diminuição da capacidade de concentração e amnésia para eventos recentes. Outros efeitos comuns são a tontura, aumento da salivação, dor muscular, distúrbios do sono, aumento da frequência urinária e visão borrada. 

ATENÇÃO Conceitos importantes: 

Patologização: 
  • adoção do modelo médico por outros profissionais não médicos para aplicar às dificuldades de escolarização; 
Medicalização: 
  • uso de medicamentos para problemas não medicalizáveis. 
Saiba Mais...
 Música “Pane no Sistema de Pitty” 

Vídeo no youtube - Medicalização do mal-estar na vida contemporânea: https://www.youtube.com/watch?v=ZOCLP9RtMDE&t=57s 

Referências...
  • MOYSÉS, M.  Novas capturas, antigos diagnósticos na era dos transtornos. São Paulo: Mercado de Letras, 2013.

segunda-feira, 15 de março de 2021

O que pode um psicólogo no hospital?

 O objetivo do Psi.Hospitalar...

  • é a elaboração simbólia do adoecimento, ou seja, ajudar o paciente a atravessar a experiência do adoecimento através de sua subjetividade.
  • Acompanhar a evolução do paciente quanto aos aspectos emovionais que a doença traz é o objetivo principal do trabalho

O setting...

  • o problema dos limites de tempo e de duração do atendimento
  • o espaço de atendimento
    • o espaço físico não é privativo ao atendimento psicológico, como o valorizado na teoria e modelo de consultório.
    • o atendimento pode ser interrimpdo a qualquer momento por médicos, enfermeiros e técnicos.
  • o problema da (ausência) de demanda de atendimento e do ganho secundário da doença.
  • setting terapêutico ou hospitalar
    • o psicólogo deve adapatar sua atuação visto que os espaços e condições hospitalares são muito diferentes do setting da atuação clínica em consultório (Ismael,2005)
  • Pode ser necessário atender ao paciente no meio de outros vários pacientes, se for em uma grande enfermaria Nesses casos, há impossibilidade de se manter sigilo.
O psicólogo hospitalar...
  • sua postura é importante para a sua inserção no hospital.
  • Deve ser flexível com o objetivo de contornar as dificuldades e reconhecer que seu trabalho sofrerá interrupções, adinatamentos e cancelamentos fora de sua esfera de controle, pois a prioridade das ações médicas tem que ser respeitadas.
  • O psicólogo ainda deve conhecer a doença do apciente a quem ele presta atendimento, além de sua evolução e prognóstico (Ismael,2005)
  • pode utilizar de grupos educativos, que facilitam a conscientização do paciente e família no contexto da doença e das formas de tratamento, e trabalhos em equipe no sentido de facilitar a relação equipe/paciente/família.
  • Alguns locais do hospital são por si só desencadeadores, de quadros ou reações psicopaológicas, independente de certas variáveis como idade, sexo, tiopo e prognóstico da doença (Romano,1999)
Os processos de trabalho do psicólogo hospitalar...
  • objetivos / programas de ação
  • novas formas de intervenção, estratégia, equipe, irá trabalhar, patologia
  • são so emergentes dos conflitos e das contradições sociais (Giannotti (199%)
  • Doenças são multifatoriais, complexidade do ser humano, história, dimensão psicossocial, modelos de cuidado, saúde-doença
Processo de acolhimento ( de indivíduos e grupos)
  • Acolhimento
  • acolher é o compromisso de resposta às necessidades dos cdadãos que procuram os serviços de saúde
  • prática multidiscipluar
  • UTI
  • cabe ao psicólogo um trabalho de oriençaõa à família, e ao paciente, cujo foco principalestá kme possibilitar a expressão do sofrimento e das questões referentes à doença, à internação, à angústia, e ao medo da morte, através da interpretação das ansiedades e fantasias apresentadas.

domingo, 7 de março de 2021

A busca do significado - Gestalt-Terapia

  •  qualquer forma de psicoterapia oculta e revela, ao mesmo tempo, uma teoria do homem. Ela procura através do ser humano, do seu pensar, do seu agir, induzir um sistema de comportamento.
  •  Ciência e conduta andam juntas desde os primórdios da humanidade.
  •  muito antes que a ciência formal existisse, já os homens executavam tarefas com a segurança que seus próprios pensamentos e sentidos lhes ditavam.
"...as coisas se auto-revelam, elas contêm um apelo interno de auto-revelação e de auto-realização: "a água diz: bebe-me"; "o fruto diz: come-me"; "a mulher diz: ame-me". As coisas em si não se autocomplicam, elas simplesmente são e se exibem, cristalinamente." (pg.17)
  • A natureza, no entanto, é mais complexa do que aquilo que a simples informação direta e sensorial pode informar.
 "O processo de pensar destruiu a unidade do mundo primitivo", e com isto a ciência formal começa a se implantar. A ciência passa a disciplinar a percepção, a disciplinar os desejos, a exigir uma maior exatidão no estabelecimento e compreensão dos fatos." (pg.17)

"... no campo da psicologia, como ciência que estuda o comportamento dos seres vivos, ou seja, a relação entre natureza animada e inanimada, entre natureza, vida e mente. O homem é todo ele um ser de relação com. Imerso no universo, tudo diz respeito a ele e com tudo ele se encontra em relação, consciente ou inconsciente." (pg.17)
  • Surge a posição gestáltica, que propõe uma integração de quantidade, ordem e significado, como correspondendo àquela globalidade que define e caracteriza a relação homem-universo. 
"A simples percepção do fenômeno não me coloca em contato direto com a realidade. É necessário que o fenômeno se desvele e que se note o como de seu desvelar." (pg.20)
  • fica mais clara a proposta da Gestalt-terapia em lidar prioritariamente com o quê e o como.
  • "o quê" me revela o fenômeno, "o como" o descreve, colocando o psicoterapeuta na condição de lidar com a qualidade do fenômeno real. 
  • Quanto mais o quê (quantum) se revela, mais se pode ter uma visão unitária do processo como um todo, o que equivale a dizer perceber sua qualidade. 
  • A emoção, por exemplo, tem um quantum, a percepção de sua intensidade, me revela a qualidade do que está acontecendo aqui e agora. 
"...o discurso unitário de explicação das relações homem-mundo deve ser necessariamente holístico. As coisas estão presentes inteiras. O limite real das coisas é sua própria realidade, que pode ser incompleta, se vista dentro de um conceito de projeto, mas que será completa se vista atualizada aqui e agora."(pg.21)
  •  A ordem não é apenas uma propriedade da vida, mas também da natureza. 
  • Uma mesa com papéis amontoados por quem a utiliza pode significar a "ordem" melhor para esta pessoa. Se alguém a ordena, colocando as coisas em lugares diferentes, esta nova ordem pode dificultar o trabalho de quem utiliza a mesa.
  • A pergunta é: ordem com relação a quê. Uma pessoa dita "certinha" está em ordem; alguém, no entanto, livre, solto, espontâneo, pode ser chamado de "não em ordem". Se ambos estão bem consigo mesmos, podemos dizer que ambos estão em ordem? 
"O processo psicoterapêutico visa a alcançar esta ordem, esta harmonia, não importando a quantidade com que se apresenta. Se existe ordem, existem também a quantidade e qualidade desejadas."
  • o mais fundamental destes conceitos é o de significado e valor, como pertencentes às ciências da mente. Aqui como diz Koffka, está uma das raízes mais profundas da Teoria da Gestalt. 
  • raciocínio para a psicoterapia: o cliente é entendido a partir do momento em que ele é visto como um todo, vindo de um todo e presente em um todo. 
  • O cliente é como uma sinfonia. É importante escutar cada uma de suas notas (seus problemas). que só se fazem inteligíveis quando vistas no seu todo, na sua relação dinâmica de parte para parte. 
"...quando a ação psicoterapêutica é orientada para o todo do cliente, cada uma de suas partes está sendo mexida, considerada; quando é orientada para uma parte do cliente, p. ex., para uma energia localizada na respiração, toda a pessoa está sendo atingida, porque a relação não é apenas de causa e efeito, mas uma relação existencial entre as partes e o todo, entre cada nota e a sinfonia."(pg.23)
  • As coisas, entretanto, existem e co-existem conosco independentemente da existência que lhe queiramos atribuir.
  • As coisas têm um fluxo de energia que lhes é próprio e tendem a se autorrealizar da maneira mais perfeita, integrando elementos após elementos. 
  • As coisas e pessoas tentam se integralizar, se globalizar, se totalizar com um impulso que lhes é próprio. 
Como diz Koffka: 
"Aplicar a categoria de causa e efeito significa descobrir que partes da natureza se encontram nesta relação. Analogicamente, aplicar a categoria de Gestalt significa descobrir a que partes da natureza pertencem, como partes, a todos funcionais, descobrir suas respectivas posições nestes todos, seu grau de relativa independência e de articulação dos todos maiores em subtodos (1931b)."(4)
  • contém um apelo visível do significado que nasce da relação parte-todo, causa-efeito.
  • é a relação parte-todo, todo-parte que indicará o caminho a seguir.
  • O caminho inicial parece ser o da busca do significado e da ordem existentes no ser. 
"O psicoterapeuta se encontra frequentemente diante de informações cuja quantidade (quantum) poderia levar a conclusões de compreensão de uma situação" (pg.25)
  • p. ex., um choro abundante e contínuo do cliente que fala da perda do pai.
    • Existe aí uma outra variável que é aquela da qualidade (qualitas) deste choro
    • Tem-se a sensação de que quanto maiores forem os pormenores deste choro mais sua qualidade poderá definir-se. 
      • A qualidade poderá ser boa ou má. 
      • O que irá definir esta qualidade é o significado do choro, que nasce não do choro em si, mas da relação entre choro e realidade total.
PRESSUPOSTOS FILOSÓFICOS DA GESTALT-TERAPIA
  • A psicoterapia tem uma proposta de um ponto de vista psicodinâmico.
  • Deve-se refletir a  teoria da psicoterapia, sob o ponto de vista existencial-fenomenológico.
  • Uma reflexão filosófica a partir do sentido do homem no mundo, a partir de elementos onde teorias como a do Campo, a Holística, a Gestáltica, juntamente com a práxis psicoterapêutica, tentam iluminar esta vasta área do conhecimento humano, dificultado na compreensão pela própria reflexão do que é e de como se é, existindo. 
  • A proposta desta reflexão é precedida por uma reflexão humanista, existencial-fenomenológica
GESTALT-TERAPIA EHUMANISMO
  • Humanismo...
    •  tem sido a grande tentativa do homem de compreender-se e de fazer-se compreendido.
    • o homem...
      • tem estado permanentemente em luta consigo e com outros homens, na eterna tentativa de se firmar e de ser reconhecido como pessoa.
      • busca a harmonização como centro de sua expectativa.
      •  Está permanentemente à procura da compreensão de seu próprio sentido. 
    • designa uma concepção do mundo e da existência, que tem o homem como centro. 
" O homem é naturalmente o centro das coisas, do universo, porque, como diz Heidegger, só o homem existe, as coisas são. O homem é o único ser que tem uma maneira característica de se fazer, de se realizar." (pg. 28)

" Pitágoras, cinco séculos antes de Cristo, dizia: "o homem é a medida de todas as coisas". Isto não significa ser o homem o senhor absoluto e prepotente do universo, mas que o universo deve ser pensado a partir do homem." (pg.28)

"Falta ao homem uma reflexão profunda sobre si próprio. Nesta perspectiva, fica mais claro ainda o nístico de Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo."
  • Conhecer a si próprio...
    •  é experimentar o próprio poder e os próprios limites; 
    • é a partir de si próprio que o homem caminha para compreender o mundo e utilizar o mundo na compreensão de si próprio. 
    • é uma proposta de se autogerir: de evoluir a partir de dentro, conscientizando-se, momento por momento. 
"Não se pode negar que em toda forma de psicoterapia se esconde uma visão do homem. A Gestalt-terapia se coloca do lado das psicoterapias humanísticas, o que significa que contém e promove a ideia do homem como centro, como valor positivo, como capaz de se autogerir e regular-se."(pg.29)

"O humanismo é uma teoria do homem...
  •  psicoterapia de base humanística é o homem criando a si mesmo, existindo, tomando posse de si e do mundo e não a aplicação de uma teoria no homem. 
  • Este homem transcende à teoria do homem. E só assim ele pode ser entendido como centro.
Uma psicoterapia, preocupada com a valorização do humano...
  • procura diretamente lidar com o que de positivo tem a pessoa, procura lidar com seu potencial de vida (saúde, beleza, força, etc.), 
  • procura fazer com que o cliente tome, de fato, posse de si mesmo e do mundo.
  • Tal postura não significa que não se tente compreender o sentido das limitações, das fronteiras, da morte, no contexto da psicoterapia, pois, psicoterapia tem que ser expressão e compreensão  da própria vida. 
  • É a postura humanística que, sem esquecer os limites pessoais, os fracassos e impossibilidades de mudanças, aqui e agora, procura fazer uma reflexão a partir do positivo, do criativo, do que é ainda potencialmente transformador; enfim, daquilo que, talvez sem o perceber, o cliente tem à sua disposição, como principal e, às vezes, única porta de saída para sua recuperação e renascimento.  
"Estamos ainda longe de pensar, com suficiente radicalidade, a essência do ser. Conhecemos o agir apenas como o produzir de um efeito. Sua realidade efetiva é avaliada segundo a utilidade que oferece. Mas a essência do agir é o consumar. Consumar significa: desdobrar alguma coisa até a plenitude de sua essência: levá-la à plenitude: producere. Por isto, apenas pode ser consumado, em sentido próprio, aquilo que já é. O que, todavia, já é, antes de tudo, é o ser."(3) (HEIDEGGER apud  RIBEIRO, pg.30).
  • A nossa proposta de psicoterapia da Gestalt com relação ao cliente....
    • é que ele aja com toda a sua radicalidade, longe de ser um mero produzir efeitos, conseguir resultados imediatos, supõe um consumar a essência. 
    • a essência significa um produzir existencial permanente, um fazer recurso a potencialidades desconhecidas ou não usadas, um desdobrar-se à procura da própria totalidade significativa.  
    • deve estar atenta à realização plena destes três momentos: agir, pensar e expressar-se (Heidegger)
    • A finalidade da psicoterapia é levar o cliente à sua consumação, isto e. a desdobrar-se até a plenitude de sua essência, ou seja, levá-lo à sua plenitude no agir, no pensar, no expressar-se pela linguagem.
    • o homem todo inteiro é o sujeito do processo psicoterapêutico. Não basta lidar ou com sua linguagem ou com o que ele faz ou pensa.
    • A Gestalt é. Tem um apelo interno de desvendar-se, de se deixar descobrir, tocar, analisar.
    •  Heidegger dizia que encarregar-se de alguma coisa, de uma pessoa, significa ouvi-la, querê-lo: ouvir o ser, querê-lo, penetrar no ser através da Gestalt que ele é.
 " dentro de uma visão humanística, ficam mais claras as relações do homem com Deus, com a lei, com o bem e o mal, com os valores. 

Como diz Heidegger: "O único pensamento que se quer impor é que as mais altas determinações humanísticas da essência do homem ainda não experimentaram a dignidade propriamente dita do homem".(6) (pg. 31)
  •  uma reflexão existencialista...
    • como um modo característico de agir e reagir à realidade, nos dará elementos para um quadro referencial que se vai diferenciando cada vez melhor. 
    • Essa visão ajuda na compreensão de um  processo gestáltico psicoterapêutico
Gestalt- terapia...
  • um caminho e uma forma de se expressar diante da vida, estudar e confrontar a filosofia existencialista 
  • permite uma reflexão aprofundada de sua proposta de compreensão do mundo visto por nós do ponto de vista psicológico. 
  • Seus princípios e pressupostos nos ajudam a fazer aquela transposição de mensagens que estão à base de nossa preocupação
  • um modo específico de estar no mundo e de lidar com ele.  
  • o homem como um ser particular, concreto, com vontade e liberdade pessoais, consciente e responsável.
  •  O existencialismo é a expressão de uma experiência individual, singular: trata diretamente da existência humana.
  •  significa a necessidade de se tentar compreender o indivíduo a partir de sua singularidade, de seu manifestar-se subjetivo. Conhecer é, portanto, fazer um apelo à existência, à subjetividade.
  •  ver o homem como um ser particularizado, singularizado no seu modo de ser e de agir, concebendo-se como único no universo e individualizando-se a partir do encontro verdadeiro entre sua subjetividade e sua singularidade
"O homem é singular... Apenas ele tem consciência da sua singularidade. Portanto, o homem é a categoria central da existência. A existência individual, assim a concebe Kierkegaard, é para ser vivida... Kierkegaard exalta o concreto, o singular, o homem enquanto subjetividade."(8) (pg.32)
  • A consciência é...
    •  viva, livre, ela existe voltada para as coisas, ela existe orientada de forma imediata para as coisas. 
    • Ela sempre visa algo. 
    • Todo ato humano visa um objeto, não ocorre no vazio, por isto Husserl dizia: "Toda consciência é consciência de alguma coisa". 

REFERENCIAS:
RIBEIRO, jorge Ponciano. Gestalt-Terapia Refazendo um caminho. 8ª edição revisada. Summus editorial. 

segunda-feira, 1 de março de 2021

História da Terapia Cognitiva - Aaron Beck

  A terapia cognitiva foi desenvolvida por Aaron T. Beck, na Universidade da Pensilvânia no início da década de 60, como uma psicoterapia breve, estruturada, orientada ao presente, para depressão, direcionada a resolver problemas atuais e a modificar os pensamentos e os comportamentos disfuncionais (Beck, 1964).

  • Há muitas correntes de terapias cognitivas e não apenas uma.

O modelo cognitivo propõe que:
  •  o pensamento distorcido ou disfuncional (que influencia o humor e o comportamento do paciente) seja comum a todos os distúrbios psicológicos. 
  • A avaliação realista e a modificação no pensamento produzem uma melhora no humor e no comportamento. 
  • A melhora duradoura resulta da modificação das crenças disfuncionais básicas dos pacientes.
A terapia cognitiva de Aaron Beck
  • é singular no sentido de que é um sistema de psicoterapia com uma teoria da personalidade e da psicopatologia unificadas, apoiadas por evidências empíricas substanciais.
  • tem uma terapia operacionalizada com uma ampla gama de aplicações também apoiadas por dados empíricos, que são prontamente derivados da teoria.
  • foi extensamente testada desde a publicação do primeiro estudo de resultado, em 1977 (Rush, Beck, Kovacs & Hollon, 1977).
Estudos controlados demonstraram sua eficácia no tratamento:
  • do transtorno depressivo maior (ver Dobson, 1989, para uma meta-análise), 
  • transtorno de ansiedade generalizada (Butler,Fennell, Robson & Gelder, 1991), 
  • transtorno de pânico (Barlow, Craske, Cerney & Klosko, 1989; Beck, Sokol, Clark, Berchick & Wright, 1992; Clark, Salkovskis, Hackmann, Middleton & Gelder, 1992),
  • fobia social (Gelernter et al., 1991; Heimberg et al., 1990), 
  • abuso de substância (Woody et al., 1983), 
  • transtornos alimentares (Agras et al., 1992; Fairburn, Jones, Peveler, Hope & Doll, 1991; Garner et al., 1993),
  •  problemas de casais (Baucom, Sayers & Scher, 1990) 
  •  depressão de pacientes internados (Bowers, 1990; Miller, Norman, Keitner, Bishop & Dow, 1989; Thase, Bowler & Harden, 1991)
  • transtorno obsessivo-compulsivo (Salkovskis & Kirk, 1989), 
  • transtorno de estresse pós-traumático (Dancu & Foa 1992; Parrott & Howes, 1991), 
  • transtornos de personalidade (Beck et al., 1990; Layden, Newman, Freeman & Morse, 1993; Young, 1990), 
  • depressão recorrente (R. DeRubeis, comunicação pessoal, outubro 1993), 
  • dor crônica (Miller, 1991; Turk, Meichenbaum & Genest, 1983),
  •  hipocondríase (Warwick & Salkovskis, 1989) 
  • esquizofrenia (Chadwick & Lowe, 1990; Kingdon & Turknington,
  • 1994; Perris, Ingelson & Johnson, 1993).
    Persons, Burns e Perloff (1988) verificaram que a terapia cognitiva é efetiva para pacientes com diferentes níveis de educação, renda e background. Ela foi adaptada para trabalho com pacientes de todas as idades, da pré-escola (Knell, 1993) até os idosos (Casey & Grant, 1993; Thompson, Davies, Gallagher & Krantz, 1986).

    Abrange os tratamentos:
    • Individuais
    • terapia de grupo (Beutler et al., 1987; Freeman, Schrodt, Gilson,
    • & Ludgate, 1993), 
    • para problemas de casais (Baucom & Epstein, 1990; Dattilio &
    • Padesky, 1990) 
    •  para a terapia familiar (Bedrosian & Bozicas, 1994; Epstein, Schlesinger & Dryden, 1988).
    Nas formas de terapia cognitiva que foram derivadas do modelo Beck, o tratamento
    baseia-se:
    •  tanto em uma formulação cognitiva de um transtorno específico como em sua aplicação à conceituação ou entendimento do paciente individual. 
    • O terapeuta busca, de uma variedade de formas, produzir a mudança cognitiva – mudanças no pensamento e no sistema de crenças do paciente –, visando promover mudança emocional e comportamental duradoura.
    Desenvolvendo-se como Terapeuta Cognitivo
    • O modelo cognitivo, de que os nossos pensamentos influenciam as nossas emoções e  comportamento, é bastante direto.
    • Os terapeutas cognitivos experientes, realizam muitas tarefas ao mesmo tempo: 
      • conceituar o caso, 
      • estabelecer rapport, 
      • socializar e educar o paciente, 
      • identificar problemas, 
      • colher dados,
      • testar hipóteses e resumi-las.
    • Desenvolver competência como terapeuta cognitivo pode ser visto em três estágios.
      • No Estágio 1:
        • os terapeutas aprendem a estruturar a sessão e a utilizar técnicas básicas.
        •  Igualmente importante, eles aprendem habilidades básicas de conceituar um caso em termos cognitivos com base em uma avaliação inicial e na obtenção de informações na sessão.
      • No Estágio 2:
        • os terapeutas começam a integrar sua conceituação com seu conhecimento das técnicas. 
        • Eles fortalecem sua habilidade de entender o fluxo da terapia e são mais facilmente capazes de identificar metas críticas da terapia. 
        • Os terapeutas tornam-se mais hábeis em conceituar os pacientes, refinando sua conceituação durante a própria sessão de terapia e usando a conceituação para tomar decisões sobre intervenções. 
        • Expandem seu repertório de técnicas e tornam-se mais capacitados em selecionar, estabelecer a duração e implementar as técnicas apropriadas.
      • No Estágio 3:
        • integram mais automaticamente dados novos na conceituação. 
        • Refinam sua habilidade de formular hipóteses para confirmar ou desconfirmar sua visão do paciente.
        •  Variam a estrutura e as técnicas de terapia cognitiva básica conforme apropriado, particularmente para casos difíceis como transtornos de personalidade.
    BECK, Judith S. PH.D. Terapia Cognitiva Teoria e Prática. editora Artmed. RS, 1997. Cap 1 -História da Terapia Cognitiva.

    Psicologia Cognitiva - Aaron Beck

      

    • Filho de Judeus russos imigrantes.
    • Especializou-se em psiquiatria em 1953
    • Desiludido com a abordagem psicanalítica  da psicologia clínica, desenvolveu a terapia cognitiva.
    • Fundou o Beck Institute for Cognitive Therapy and Research na Filadélfia, hoje dirigido por sua filha Judith Beck

    A TERAPIA COGNITIVA
    • Beck estava cético quanto a eficácia da psicanálise, chegando a achar que se tratava de fé, por se tratar de uma teoria baseada em relatos.
    • enfatiza a importância de examinar a percepção das pessoas sobre suas experiências, suas crenças, na maneira como a pessoa percebe seu mundo. A interpretação que cada um faz de si.
    • há provas empíricas contundentes sobre a eficácia da terapia cognitiva.
    • a chave para um tratamento eficaz não é o inconsciente, mas a observação de como um distúrbio se manifesta na percepção do paciente.
    • Há mais na superfície do que nosso olhar alcança.
    • Conduziu uma série de experimentos sobre a depressão.
      • Ao descrever a depressão, os pacientes de Beck quase sempre externavam ideias negativas sobre si mesmos, o futuro e a sociedade em geral, de forma involuntária, como pensamentos automáticos.
      • Beck Percebeu que a maneira pela qual seus pacientes percebiam suas experiências - a cognição que tinham delas - não era um mero sintoma da depressão, mas o caminho para se chegar a uma terapia eficiente. (Ideia de Beck, 1960)
    • Primeiro passo para vencer a depressão: auxiliar seus clientes a reconhecer e avaliar em que medida suas percepções era realistas e distorcidas.
    • A percepção do paciente deve ser considerada como verdadeira.
    • Manifestações imediatas da depressão-pensamentos automáticos negativos - forneciam toda a informação necessária para a terapia.
    • Reestruturação dos 3 níveis de cognição:
      • pensamentos automáticos - mais superficiais
      • crenças intermediárias - menos profundas
      • crenças nucleares - muito profundas.
    • Exemplo: Um paciente recebe uma promoção no trabalho e pode expressar pensamentos negativos a respeito: "muito difícil novo trabalho, falharei" - uma percepção que produz angústia e infelicidade quando deveria ser uma coisa boa. Não é a situação que causa sofrimento ao paciente, mas sim, a forma como ele percebe e interpreta a situação. A TCC tem a função de ajuda-lo reconhecer que sua percepção está distorcida e ajuda-lo a encontrar uma forma mais realista  ou abrangente de pensar sobre os fatos.
    • Percebeu p´[os resultados positivos com a depressão que a  TCC poderia auxiliar a superar outras condições, como distúrbios de personalidade e esquizofrenia.
    • Beck dizia aos seus pacientes: Não confie em mim, teste-me.
    • desenvolveu vários métodos para avaliar  a natureza e a severidade da depressão como:
      • Escala de Depressão de Beck (BDI)
      • Escala de Desesperança de Beck
      • Escala de Ideação Suicida de Beck (BSS)
      • Escala de Ansiedade de Beck (BAI)
    • a terapia cognitiva de Beck ajuda os pacientes a questionarem suas percepções, conduzindo-os para uma visão mais positiva.
    REFERÊNCIAS
    COLLIN, Catherine et al. O Livro da Psicologia. Editora Globo. São Paulo, 2016