segunda-feira, 1 de março de 2021

História da Terapia Cognitiva - Aaron Beck

  A terapia cognitiva foi desenvolvida por Aaron T. Beck, na Universidade da Pensilvânia no início da década de 60, como uma psicoterapia breve, estruturada, orientada ao presente, para depressão, direcionada a resolver problemas atuais e a modificar os pensamentos e os comportamentos disfuncionais (Beck, 1964).

  • Há muitas correntes de terapias cognitivas e não apenas uma.

O modelo cognitivo propõe que:
  •  o pensamento distorcido ou disfuncional (que influencia o humor e o comportamento do paciente) seja comum a todos os distúrbios psicológicos. 
  • A avaliação realista e a modificação no pensamento produzem uma melhora no humor e no comportamento. 
  • A melhora duradoura resulta da modificação das crenças disfuncionais básicas dos pacientes.
A terapia cognitiva de Aaron Beck
  • é singular no sentido de que é um sistema de psicoterapia com uma teoria da personalidade e da psicopatologia unificadas, apoiadas por evidências empíricas substanciais.
  • tem uma terapia operacionalizada com uma ampla gama de aplicações também apoiadas por dados empíricos, que são prontamente derivados da teoria.
  • foi extensamente testada desde a publicação do primeiro estudo de resultado, em 1977 (Rush, Beck, Kovacs & Hollon, 1977).
Estudos controlados demonstraram sua eficácia no tratamento:
  • do transtorno depressivo maior (ver Dobson, 1989, para uma meta-análise), 
  • transtorno de ansiedade generalizada (Butler,Fennell, Robson & Gelder, 1991), 
  • transtorno de pânico (Barlow, Craske, Cerney & Klosko, 1989; Beck, Sokol, Clark, Berchick & Wright, 1992; Clark, Salkovskis, Hackmann, Middleton & Gelder, 1992),
  • fobia social (Gelernter et al., 1991; Heimberg et al., 1990), 
  • abuso de substância (Woody et al., 1983), 
  • transtornos alimentares (Agras et al., 1992; Fairburn, Jones, Peveler, Hope & Doll, 1991; Garner et al., 1993),
  •  problemas de casais (Baucom, Sayers & Scher, 1990) 
  •  depressão de pacientes internados (Bowers, 1990; Miller, Norman, Keitner, Bishop & Dow, 1989; Thase, Bowler & Harden, 1991)
  • transtorno obsessivo-compulsivo (Salkovskis & Kirk, 1989), 
  • transtorno de estresse pós-traumático (Dancu & Foa 1992; Parrott & Howes, 1991), 
  • transtornos de personalidade (Beck et al., 1990; Layden, Newman, Freeman & Morse, 1993; Young, 1990), 
  • depressão recorrente (R. DeRubeis, comunicação pessoal, outubro 1993), 
  • dor crônica (Miller, 1991; Turk, Meichenbaum & Genest, 1983),
  •  hipocondríase (Warwick & Salkovskis, 1989) 
  • esquizofrenia (Chadwick & Lowe, 1990; Kingdon & Turknington,
  • 1994; Perris, Ingelson & Johnson, 1993).
    Persons, Burns e Perloff (1988) verificaram que a terapia cognitiva é efetiva para pacientes com diferentes níveis de educação, renda e background. Ela foi adaptada para trabalho com pacientes de todas as idades, da pré-escola (Knell, 1993) até os idosos (Casey & Grant, 1993; Thompson, Davies, Gallagher & Krantz, 1986).

    Abrange os tratamentos:
    • Individuais
    • terapia de grupo (Beutler et al., 1987; Freeman, Schrodt, Gilson,
    • & Ludgate, 1993), 
    • para problemas de casais (Baucom & Epstein, 1990; Dattilio &
    • Padesky, 1990) 
    •  para a terapia familiar (Bedrosian & Bozicas, 1994; Epstein, Schlesinger & Dryden, 1988).
    Nas formas de terapia cognitiva que foram derivadas do modelo Beck, o tratamento
    baseia-se:
    •  tanto em uma formulação cognitiva de um transtorno específico como em sua aplicação à conceituação ou entendimento do paciente individual. 
    • O terapeuta busca, de uma variedade de formas, produzir a mudança cognitiva – mudanças no pensamento e no sistema de crenças do paciente –, visando promover mudança emocional e comportamental duradoura.
    Desenvolvendo-se como Terapeuta Cognitivo
    • O modelo cognitivo, de que os nossos pensamentos influenciam as nossas emoções e  comportamento, é bastante direto.
    • Os terapeutas cognitivos experientes, realizam muitas tarefas ao mesmo tempo: 
      • conceituar o caso, 
      • estabelecer rapport, 
      • socializar e educar o paciente, 
      • identificar problemas, 
      • colher dados,
      • testar hipóteses e resumi-las.
    • Desenvolver competência como terapeuta cognitivo pode ser visto em três estágios.
      • No Estágio 1:
        • os terapeutas aprendem a estruturar a sessão e a utilizar técnicas básicas.
        •  Igualmente importante, eles aprendem habilidades básicas de conceituar um caso em termos cognitivos com base em uma avaliação inicial e na obtenção de informações na sessão.
      • No Estágio 2:
        • os terapeutas começam a integrar sua conceituação com seu conhecimento das técnicas. 
        • Eles fortalecem sua habilidade de entender o fluxo da terapia e são mais facilmente capazes de identificar metas críticas da terapia. 
        • Os terapeutas tornam-se mais hábeis em conceituar os pacientes, refinando sua conceituação durante a própria sessão de terapia e usando a conceituação para tomar decisões sobre intervenções. 
        • Expandem seu repertório de técnicas e tornam-se mais capacitados em selecionar, estabelecer a duração e implementar as técnicas apropriadas.
      • No Estágio 3:
        • integram mais automaticamente dados novos na conceituação. 
        • Refinam sua habilidade de formular hipóteses para confirmar ou desconfirmar sua visão do paciente.
        •  Variam a estrutura e as técnicas de terapia cognitiva básica conforme apropriado, particularmente para casos difíceis como transtornos de personalidade.
    BECK, Judith S. PH.D. Terapia Cognitiva Teoria e Prática. editora Artmed. RS, 1997. Cap 1 -História da Terapia Cognitiva.

    Nenhum comentário:

    Postar um comentário