A terapia cognitiva foi desenvolvida por Aaron T. Beck, na Universidade da Pensilvânia no início da década de 60, como uma psicoterapia breve, estruturada, orientada ao presente, para depressão, direcionada a resolver problemas atuais e a modificar os pensamentos e os comportamentos disfuncionais (Beck, 1964).
- Há muitas correntes de terapias cognitivas e não apenas uma.
- o pensamento distorcido ou disfuncional (que influencia o humor e o comportamento do paciente) seja comum a todos os distúrbios psicológicos.
- A avaliação realista e a modificação no pensamento produzem uma melhora no humor e no comportamento.
- A melhora duradoura resulta da modificação das crenças disfuncionais básicas dos pacientes.
A terapia cognitiva de Aaron Beck
- é singular no sentido de que é um sistema de psicoterapia com uma teoria da personalidade e da psicopatologia unificadas, apoiadas por evidências empíricas substanciais.
- tem uma terapia operacionalizada com uma ampla gama de aplicações também apoiadas por dados empíricos, que são prontamente derivados da teoria.
- foi extensamente testada desde a publicação do primeiro estudo de resultado, em 1977 (Rush, Beck, Kovacs & Hollon, 1977).
Estudos controlados demonstraram sua eficácia no tratamento:
- do transtorno depressivo maior (ver Dobson, 1989, para uma meta-análise),
- transtorno de ansiedade generalizada (Butler,Fennell, Robson & Gelder, 1991),
- transtorno de pânico (Barlow, Craske, Cerney & Klosko, 1989; Beck, Sokol, Clark, Berchick & Wright, 1992; Clark, Salkovskis, Hackmann, Middleton & Gelder, 1992),
- fobia social (Gelernter et al., 1991; Heimberg et al., 1990),
- abuso de substância (Woody et al., 1983),
- transtornos alimentares (Agras et al., 1992; Fairburn, Jones, Peveler, Hope & Doll, 1991; Garner et al., 1993),
- problemas de casais (Baucom, Sayers & Scher, 1990)
- depressão de pacientes internados (Bowers, 1990; Miller, Norman, Keitner, Bishop & Dow, 1989; Thase, Bowler & Harden, 1991)
- transtorno obsessivo-compulsivo (Salkovskis & Kirk, 1989),
- transtorno de estresse pós-traumático (Dancu & Foa 1992; Parrott & Howes, 1991),
- transtornos de personalidade (Beck et al., 1990; Layden, Newman, Freeman & Morse, 1993; Young, 1990),
- depressão recorrente (R. DeRubeis, comunicação pessoal, outubro 1993),
- dor crônica (Miller, 1991; Turk, Meichenbaum & Genest, 1983),
- hipocondríase (Warwick & Salkovskis, 1989)
- esquizofrenia (Chadwick & Lowe, 1990; Kingdon & Turknington,
- 1994; Perris, Ingelson & Johnson, 1993).
Persons, Burns e Perloff (1988) verificaram que a terapia cognitiva é efetiva para pacientes com diferentes níveis de educação, renda e background. Ela foi adaptada para trabalho com pacientes de todas as idades, da pré-escola (Knell, 1993) até os idosos (Casey & Grant, 1993; Thompson, Davies, Gallagher & Krantz, 1986).
Abrange os tratamentos:
- Individuais
- terapia de grupo (Beutler et al., 1987; Freeman, Schrodt, Gilson,
- & Ludgate, 1993),
- para problemas de casais (Baucom & Epstein, 1990; Dattilio &
- Padesky, 1990)
- para a terapia familiar (Bedrosian & Bozicas, 1994; Epstein, Schlesinger & Dryden, 1988).
Nas formas de terapia cognitiva que foram derivadas do modelo Beck, o tratamento
baseia-se:
- tanto em uma formulação cognitiva de um transtorno específico como em sua aplicação à conceituação ou entendimento do paciente individual.
- O terapeuta busca, de uma variedade de formas, produzir a mudança cognitiva – mudanças no pensamento e no sistema de crenças do paciente –, visando promover mudança emocional e comportamental duradoura.
Desenvolvendo-se como Terapeuta Cognitivo
- O modelo cognitivo, de que os nossos pensamentos influenciam as nossas emoções e comportamento, é bastante direto.
- Os terapeutas cognitivos experientes, realizam muitas tarefas ao mesmo tempo:
- conceituar o caso,
- estabelecer rapport,
- socializar e educar o paciente,
- identificar problemas,
- colher dados,
- testar hipóteses e resumi-las.
- Desenvolver competência como terapeuta cognitivo pode ser visto em três estágios.
- No Estágio 1:
- os terapeutas aprendem a estruturar a sessão e a utilizar técnicas básicas.
- Igualmente importante, eles aprendem habilidades básicas de conceituar um caso em termos cognitivos com base em uma avaliação inicial e na obtenção de informações na sessão.
- No Estágio 2:
- os terapeutas começam a integrar sua conceituação com seu conhecimento das técnicas.
- Eles fortalecem sua habilidade de entender o fluxo da terapia e são mais facilmente capazes de identificar metas críticas da terapia.
- Os terapeutas tornam-se mais hábeis em conceituar os pacientes, refinando sua conceituação durante a própria sessão de terapia e usando a conceituação para tomar decisões sobre intervenções.
- Expandem seu repertório de técnicas e tornam-se mais capacitados em selecionar, estabelecer a duração e implementar as técnicas apropriadas.
- No Estágio 3:
- integram mais automaticamente dados novos na conceituação.
- Refinam sua habilidade de formular hipóteses para confirmar ou desconfirmar sua visão do paciente.
- Variam a estrutura e as técnicas de terapia cognitiva básica conforme apropriado, particularmente para casos difíceis como transtornos de personalidade.
BECK, Judith S. PH.D. Terapia Cognitiva Teoria e Prática. editora Artmed. RS, 1997. Cap 1 -História da Terapia Cognitiva.
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