Historicidade...
Século XIX:
- marcado pel avanço tecnológico, progresso da ciência;
- valorização da razão e do método científico como forma de conhecimento científico.
Século XX:
- Após as duas grandes guerras mundiais a humanidade se vê mergulhada em sofrimento e desespero;
- pensadores começam a duvidar do racionalismo defendido pela ciênci como solução para os problemas e tribulações da sociedade.
O existencialismo...
- surge quando Soren kierkegaard, Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre e Martin Buber passam a refletir o homem e seu modo de ser no mundo, na Europa Ocidental.
- tem por objetivo compreender o homem como ser concreto nas suas circunstâncias e no seu viver, conforme se mostra na sua realidade.
- aborda o ser humano valorizando questões pessoais em sua rela~ção com o mundo e consigo mesmo, buscando sobretudo, compreender a existência humana.
Soren Aabye Kierkegaard ( 05/05/1813 - 11/11/1855) foi um filósofo, teólogo, poeta e crítico social dinamarquês, amplamente considerado o primeiro filósofo existencialista
Algumas das ideias-chave de Kierkegaard incluem o conceito de "verdades subjetivas e objetivas", o cavaleiro da fé, a dicotomia de recordação e repetição, a Angst (angústia), a infinita distinção qualitativa, a fé como paixão, e as três etapas do caminho da vida.
Em meados do século XX, seu pensamento passou a exercer uma influência substancial sobre a filosofia,[14] teologia[15] e toda a cultura ocidental.[16] De acordo com Ludwig Wittgenstein, Kierkegaard foi o filósofo mais profundo do século XIX.[17]
Ref.: Pinterest e Wikipédia.
Heidegger tentou se afastar das questões "ônticas" sobre os seres para as questões ontológicas sobre o Ser, e recuperar a questão filosófica mais fundamental: a questão do Ser, do que significa para algo ser. Heidegger abordou a questão através de uma investigação sobre o ser que tem uma compreensão do Ser, e faz a pergunta sobre ele, a saber, o Ser Humano, que ele chamou de Dasein ("estar lá").
Heidegger argumentou que o Dasein é definido por Care, seu modo de ser-no-mundo praticamente engajado e preocupado
Martin Mordechai Buber (hebraico: מרטין בובר; Viena, 8 de fevereiro de 1878 – Jerusalém, 13 de junho de 1965) foi um filósofo, escritor e pedagogo, austríaco e naturalizado israelita, tendo nascido no seio de uma família judaica ortodoxa de tendência sionista.
Em suas publicações filosóficas, deu ênfase à sua ideia de que não há existência sem comunicação e diálogo, e que os objetos não existem sem que haja uma interação com eles. As palavras-princípio, Eu-Tu (relação), Eu-Isso (experiência), demonstram as duas dimensões da filosofia do diálogo que, segundo Buber, dizem respeito à própria existência.
O homem nasce com a capacidade de interrelacionamento com seu semelhante, ou seja, a intersubjetividade. Intersubjetividade é a relação entre sujeito e sujeito e/ou sujeito e objeto.
"Na perspectiva existencial, o homem é concebido como um ser livre e responsável por construir a própria existência, Tal concepção foi sinetizada por Sartre ao afirmar que a "existência precede a essência"."(2012, p.25) apud Frazão (2013, p.60)
- A existência está a frente, antecede a essência do indivíduo.
- O homem é entendido como um ser livre para escolher sua essência a cada instante, transformando-se e consumando seu projeto de vida e de ser no mundo.
- É o único responsável por sua existência, e portanto, por suas escolhas.
- O homem é um ser de gerúndio, que designa ação, ação, movimento, fazendo suas escolhas a todo instante. Ele "nunca é", mas sempre "está sendo".
- Mesmo quando o homem não explicita ao mundo sua opção ou deixa que outra pessoa decida por ele, ainda assim, é uma escolha, pela qual é responsável.
- Cada um de nós é o resultado daquilo que escolheu para si.
"O que importa não é aquilo que fazemos de nós, mas o que fazemos do que os outros fizeram de nós." (Jean-Paul Sartre).
- O existencialismo sustenta o ser humano conectado com o mundo, dando-lhe um sentido,num determinado período de tempo.
- O homem é liberdade, condição promotora da "angústia", um sentimento originado no fato do homem viver no mundo de possibilidades, sem qualquer garantia de realizaçãom sucesso ou segurança.
- "O homem é um ser para a morte" (Heidegger, 2008 apud Franzão; Fujkumitsu, 2013), condição conectada com esse sentimento de angústia.
O exisencialismo na Gestalt-terapia...
- Considera o cliente um serparticular, consciente e responsável.
- Alguém livre para construir seu projeto existencial.
"A Gestalt-terapia pretende levá-lo a tomar conhecimento de seu projeto de vida e a assumir a resonsabilidade pela direção do sentido de sua existência." (Franzão; Fujkumitsu, 2013)
- Reflexão proposta ao cliente como ser em relação, em consonância com suas responsabilidades e respeitando seus limites.
- Só se pode compreender o homem com base no seu modo de existir no "aqui e agora".
- Isso inclui sua "forma de ser e de experienciar o mundo e as várias situações de sua vida."
- O homem é sempre o melhor intérprete de si mesmo, de sua individualidade complexa e dinãmica.
- Está fundamento no Princípio da presentificação da experiência (awareness):
- modo como seu passado e seu futuro são experienciados no "aqui e agora" (Perls, 1977 e 1988 apud Franzão; Fujkumitsu, 2013)
Proposta da Gestalt-terapia....
- Abordagem existencial
- "Refletir sobre a existência humana, buscando auxiliar a pessoa a ampliar suas consciência de si no mundo (ou seja, awareness) a fim de capacitá-la a fazer escolhas autênticas e responsáveis e a organizar sua vida de maneira significativa para si." (Franzão; Fujkumitsu, 2013)
- Na prática, concebe o homem na sua relação com o mundo em relação, num perene vir a ser.
- na concepção de ser humano, ao valorizar sua liberdade e responsabilidade pelas escolhas ao longo de sua existência.
- na ênfase sobre a relação.
Ref.: http://www.gestalttherapy.org/faculty/gary-yontef/
A GESTALT-TERAPIA DIALÓGICA - A QUESTÃO RELACIONAL
Martin Buber e a Gestalt Dialógica...
- enfatizou a importância do inter-humano, do encontro, do diálogo e da relação na constituição do ser humano.
- todo viver verdadeiro é "encontro" e o evento dialógico acontece na esfera do "entre".
- A relação terapêutica é tida como um encontro existencial onde se sustentará todo o processo de experimentação e reconhecimento de si, conforme vivenciado pela pessoa, em psicoterapia. (Hycner e Jacobs, 1997; Yontef, 2002 apud Frazão; Fukumitsu, 2013)
A esfera do "entre" segundo Hycner (1995) apud Frazão; Fukumitsu, 2013...
- categoria ontológica (relativo ao ser em si mesmo), na qual ocorre aceitação e confirmação dos dois polos envolvidos na relação (cliente-terapeuta).
- é no evento do inter-humano que ocorre o encontro dialógico, caracterizado:
- pela reciprocidade das partes que se relacionam,
- pela presença confirmadora da pessoa do outro,
- pela abertura para a totalidade do ser do outro que, de outra maneira, permaneceria desconhecida.
- é nessa conversa genuína que é possível a pessoa tornar-se presente.
Perls, Hefferline e Goodman (1997)...
Friederich Salomon Perls, mais conhecido como Fritz Perls (Berlim, 8 de julho de 1893 – Chicago, 14 de maio de 1970) foi um psicoterapeuta e psiquiatra de origem judaica que, junto com sua esposa Laura Perls, desenvolveu uma abordagem de psicoterapia que chamou de Gestalt-terapia. Em 1951, publicou "Gestalt-terapia (Gestalt-terapia), escrito por Paul Goodman (Parte II) e Hefferline (Parte I), em notas manuscritas de Fritz e, como resultado das conversações e reuniões em sua casa. Fritz propôs o conceito de que o desenvolvimento psicológico e biológico de um organismo se processa de acordo com as tendências inatas desse organismo, que tentam adaptá-lo harmoniosamente ao ambiente.
Ralph Franklin Hefferline (15 de fevereiro de 1910 em Muncie, Indiana - 16 de março de 1974) foi professor de psicologia na Universidade de Columbia.Hefferline tornou-se um paciente de Fritz Perls por volta de 1946. [2] Ele se juntou a um pequeno grupo de treinamento liderado por Perls em 1948 em Nova York, e continuou a contribuir com um capítulo para o livro que definiu Gestalt Terapia , Gestalt Terapia, Excitação e Crescimento em the Human Personality , com co-autoria de Perls, Paul Goodman e Hefferline, publicado em 1951. Ele foi o terceiro e júnior autor e forneceu a seção contendo exercícios práticos.
Paul Goodman (1911-1972) foi um autor americano e intelectual público mais conhecido por suas obras de crítica social dos anos 1960 .Além do anarquismo, o final dos anos 40 marcou a expansão de Goodman na terapia psicanalítica e no planejamento urbano. Fritz e Lore Perls contataram Goodman depois de ler seus escritos sobre Reich e iniciaram uma amizade que deu origem ao movimento da Gestalt-terapia . Goodman foi o autor do capítulo teórico de sua co-escrita Gestalt Therapy (1951). [5] No início dos anos 1950, ele continuou com suas sessões psicanalíticas e começou sua própria prática ocasional. [8] Ele continuou nessa ocupação até 1960, [8] atendendo pacientes, administrando grupos e dando aulas nos Institutos de Gestalt-Terapia
- Consideram o "entre" como "fronteira de contato", a fronteira na qual a pessoa e o ambiente se encontram e interagem.
- É nesse contato, decorrentes das trocas com o meio que promovem o crescimento.
- Contato implica "relação, não apenas para o desenvolvimento das potencialidades humanas, mas tambem, a prórpia constituição de si mesmo.
- A awareness é entendida como contato pleno, fundamental para o estabelecimento de uma relação autêntica, condição para que o cliente possa ser reconhecido na sua autenticidade.
- Isso reflete uma postura de abertura e acolhimento à pessoa do cliente, esvaziando-se num primeiro momento, de quaisquer a prioris.
- Assim, o cliente pode ser reconhecido no seu constante vir a ser, como um fenômeno que se revela ao terapeuta, fundante do encontro dialógico.
"Yontef (2002) enfatiza a dimensão relacional da Gestaltpterapia em sua fundamentação teórica e metodologica, sustentando inclusive, que a perspectiva relacional é tão central na abordagem que, sem ela, não haveria raiz coerente da teoria e da prática da gestalt-terapia." (Frazão; Fukumitsu, 2013)
- Ressalta a postura existencial do gestalt-terapeuta, respeitando os princípios básicos do diálogo:
- INCLUSÃO
- postura de se colocar no lugar da pessoa, sem que o psicoterapeuta perca a sua própria perspectiva.
- " Ao entrear em contatao com cliente desta forma e não objetivando mudá-lo, ao encontrá-lo sem tentar torná-lo diferente, ele é suportado em seu crescimento mediante a identificação com sua própria experiência.
- Essa portura encoraja a expressão da pessoa e a confirma em suas vivências.
- CONFIRMAÇÃO
- PRESENÇA
- ENTREGA AO "ENTRE"
- O diálogo implica presença do psicoterapeuta como uma qualidade do encontro com a pessoa como um todo, que requer abertura, compaixão, gentileza e humildade de sua parte.
- Essa é a postura de "entrega do entre", quando o psicoterapeuta entra em contato com o outro sem metas preestabeceidas pelo profissional.
- O que fundamenta a awareness é essa presença autêntica e a confiança do contato.
"Yontef(2002) ressalta seu caráter dialógico na utilização da metodologia terapêutica de cunho fenomenológico, considerando que o sentido brota da relação entre consicência e objeto."(Frazão; Fukumitsu, 2013)
- ênfase no diálogo, configurando a relação teraéuta-cliente, como modalidade interpessoal, para além das técnicas.
- deve assumir postura receptiva e facilitadora da expressão dos modos de existir da pessoa, do agir, do seu pensar, do seu sentir e refletir sobre as novas perspectivas que surgem no setting terapêutico, configurando as condições para o crescimento pessoal do cliente.
- Essa totalidade da pessoa, é atitude fundamental para que se desenvolva um senso de segurança (autossuporte) e disponibilidade para relacionar-se. Em contrapartida, não experimentando essa confirmação, sua autoimagem, a autoestima se enfraquecem e a habilidade de se relacionar se enfraquece.
Hycner e Jacobs (1997, p. 15)...
- importância de relações de confirmação e reciprocidade na formação da pessoa ao sustentar que “o paradoxo do espírito humano é que não sou completamente eu mesmo até que seja reconhecido em minha singularidade pelo outro" — e esse outro precisa do meu reconhecimento a fim de se tomar completamente a pessoa única que ela é. Somos inextricavelmente entrelaçados.
A GESTALT-TERAPIA E A ARTE DE CUIDAR
- Etimologicamente, a palavra “cuidado” deriva do latim cura, Boff (2008) ressalta também que cura.
- Faz alusão ao cuidado como uma ocorrência vinculada à importância que a existência da outra pessoa tem para aquele que cuida.
- cuidar é uma atitude que traz implicitamente o desprendimento de si e um voltar-se para o outro.
- No âmbito da psicoterapia, a concepção de cuidar está intimamente vinculada à fundamentação antropológica.
Visões variadas de quem se cuida” apontarão diferentes caminhos do cuidado...
- Se a perspectiva que tenho da pessoa que por mim será cuidada é de alguém que sofre por apresentar comportamentos mal adaptados ao seu ambiente, cuidar implicará intervenções que facilitem a aprendizagem de novos comportamentos, a fim de adaptá-la melhor ao meio.
- Se minha concepção de pessoa envolve a esfera do inconsciente e os conflitos das instâncias intrapsíquicas, cuidar envolverá o desenvolvimento de uma metodologia terapêutica com o objetivo de trazer à consciência a dinâmica e as variáveis de tais conflitos, o que facilitaria a resolução destes.
Heidegger e a preocupação ontológica do ser...
- visando conhecê-lo no sentido mais profundo de sua existência, propõe compreender pela análise do Dasein (do ser aí, lançado no mundo), onde o homem é concebido como um ser de possibilidades, ou seja, um ser que nasce com um feixe de potencialidades que podem ou não ser consumadas em função das relações que ele estabelece e das experiências que ele adquire ao longo da vida.
- o homem ser dotado de liberdade para fazer escolhas na vida pelas quais se torna responsável, ainda que limitadas por características de sua existência.
- Tem uma consciência intencional, para a qual só há uma consciência voltada para um objeto, o qual nunca é um objeto-em-si, mas sempre para uma consciência doadora de sentido.
- está fadado a um eterno vir-a-ser em busca de sentido.
O Dasein...
- o Dasein é constantemente lançado para além de si, para o aberto e para o desconhecido, e se orienta preocupado com sua existência.
- Michelazzo (1999) ressalta os três modos de ser no mundo propostos na obra Ser e tempo, de Heidegger:
- PROJETO - "No modo projeto, o ser é um feixe de possibilidades que se mostram na medida em que se desdobra a presença do homem com seus semelhantes e no seu contexto, numa condição de autenticidade. Nesse caso, o homem é capaz de fazer escolhas coerentes com sua perspectiva, ou seja, há uma lógica entre seu pensamento, suas emoções e suas ações, sendo a vida dotada de um sentido."
- LANÇADO - " Como lançado, o ser depara também com impossibilidades e limitações as quais ele não escolheu ao ser jogado num mundo anterior à sua existência. Esse modo de ser no mundo refere-se àquelas características que lhe foram dadas no início da vida, sem possibilidade de escolha, como contexto socioeconômico, época e local do seu nascimento, cor de pele ou determinadas limitações físicas."
- DECAÍDO - " como decaído, o ser encontra-se num estado de existência inautêntica, caracterizada pela banalidade do cotidiano e pela superficialidade, na qual o homem se perde de si mesmo. Nesse modo peculiar de existir, o ser aí experimenta o vazio existencial, decorrente da falta de sentido da vida."
- No cotidiano...
- esse vazio pode ser entendido pelos valores, referências e perspectivas que orientam a nossa vida e dão sustento à nossa frágil condição de ser no mundo.
- A necessidade de dar um sentido à vida é inerente a todo ser humano.
- Quando nos afastamos de nós mesmos, há uma perda na qualidade do nosso contato conosco e com o mundo e começamos a nos privar do sentido que norteia a nossa existência.
- A perda do sentido da vida caracteriza, então, o vazio existencial, o qual pode assumir uma diversidade de sintomas, tais como depressão, ansiedade, pânico e fobias, entre outros.
Heidegger(2008) e a decadência do homem no mundo...
- quando se torna alheio de si e se entrega ao modo de ser impessoal e desconectado do si mesmo
- quando se encontra no modo de inautenticidade, vista isoladamente e perdendo seu sentido.
- Distingue dois modos de cuidar:
- um é aquele no qual o cuidador assume as escolhas pelo outro e guia, orienta, controla e se ocupa.
- O outro é uma postura de voltar-se para o outro e ajudá-lo a se reconhecer e a fazer escolhas próprias. Nesse caso, a ênfase do cuidado recai sobre a relação e a sua forma de estar no mundo. (Gestalt)
Como salienta Sapienza (2004, p. 56), o cuidado terapêutico...
"“tem a ver com devolver, recuperar ou resgatar para aquilo que é cuidado algo que diz respeito a ele e, por algum motivo, foi perdido ou prejudicado”. Nesse sentido, cuidar consistiría em pensar o ser e o sentido da sua existência nas suas várias dimensões. "
- Esse cuidado se faz necessário porque a existência é instável e frágil por natureza e, por isso, o ser sofre.
- cuidar é fazer com, não fazer por.
- É uma proposta de capacitação, não de orientação
- É oferecer o apoio necessário para que o outro se reconheça nas suas possibilidades e referências e se erga, fortalecendo seu senso de autossuporte.
- cuidado terapêutico,requer presença, entendida como o encontro de pessoas que se abrem para o contato entre si, propiciando o fluir dos processos humanos.
- cuidar não é técnica, é uma postura
- cuidar é a arte de estar com, que reconhece a pessoa, funda o encontro e singulariza o saber e os recursos técnicos de que dispõe o psicoterapeutacuidador para auxiliar aquele de quem cuida.
- requer habilidades interpessoais, como a capacidade de acolher, de escutar, de questionar, de dialogar e, com isso, convidar a pessoa a refletir sobre tudo que for importante para ela, de modo que seja possível compreender e ressignificar suas vivências.
- O conhecimento teórico e as técnicas são fundamentais no ofício do psicoterapeuta, porém deve ser compreendido e concebido como uma oportunidade de reflexão, de busca e de compreensão do sentido da existência.
- Cuidar envolve o reconhecimento do outro na sua singularidade e nao como imagem e semelhança do terapeuta (ou do projeto que este, imbuído das melhores intenções, elaborou para seu cliente).
- Implica o despojamento de si e o disponibilizar-se para o outro, numa postura de atenção, de reconhecimento e de confirmação da pessoa de quem se cuida.
- quem cuida precisa olhar a pessoa por inteiro, o que não condiz com reduzi-la a partes carentes, doentes ou ainda a classificações diagnosticas.
- o terapeuta procura encontrá-lo e encorajá-lo a ser por si, sem impor-lhe scripts ou exigir-lhe resultados, ajudando-o a reconhecer suas possibilidades, a respeitar suas fragilidades e a desvelar o sentido da sua existência.
- cuidar é respeitar o tempo e o ritmo do outro, tarefa tão difícil nesses dias de urgências e de exigências de resultados imediatos.
- é confirmar o íntimo, no sentido daquilo que é mais singular na pessoa, na contramão das aparências superficiais e vazias de sentido, tantas vezes supervalorizadas na nossa sociedade.
- inspirar no outro a confiança necessária para que ele acredite em si mesmo e se reconheça como alguém digno, capaz e de valor
"o existencialismo reflete-se na postura do Gestalt-terapeuta não como um conjunto de técnicas, mas em seu interesse por compreender o modo como a pessoa experiencia a si mesma no mundo, seja em seus momentos de existência plena ou de crise."(Frazão; Fukumitsu, 2013)
Referência:
FRAZÃO, Lilian Meyer; FUKUMITSU, Karina Okajima. Gestalt-terapia fundamentos epistemológicos e influÊncias filosóficas. Coleção Gestalt-terapua fundamentos e práticas. Summus Editorial. São Paulo, 2013. Capítulo 4 : a face existencial da Gestalt-terapia.
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