- (08/04/1859 Tchéquia - 27/04/1938 Freiburg/Alemanha)
- Estudou Astronomia em Leipzing, Matemática em berlim e Viena.
Influências e pretensões...
- Influenciado por Franz Brentano (1884) passou a pensar sobre a Teoria do Conhecimento e Filosofia da Ciência, afim de criar um método que fundamentasse as ciências, questionando seus pressupostos, sua metodologia e objeto de estudo.
- Sua obra revolucionou todo o pensamento das ciências humanas do século XX, e da prórpia filosofia até o presente.
- Concluiu que não se podia pensar em apenas um método para a ciência e que este iria variar de acordo com o objeto de estudo das diferentes ciências.
- Demonstrou que as ciências humanas não poderia ser medida pelo rigor das ciências naturais, concluindo ser ineficiente para as ciências do espírito e completamente ineficaz quando se trata de vivência humana.
- Pretendia desvelar a tentativa husserliana de propor a fundação de uma nova ciência rigorosa com base na regionalidade de cada uma das ciências.
- Procurou a princípio pela epoqué (redução eidética e fenomenológica) chegar a um EU e a um OBJETO PUROS em suas propriedades essenciais, retirando todas as qualidades circunstanciais, ou acidentais, com o fim de, estando de posse de um EU e de um OBJETO PUROS, fundar uma nova teoria do conhecimento de modo sólido e inquestionável.
"A redução fenomenológica ou epoqué vai consistir a "por em parênteses" a realidade do senso comum. Não se deve permanecer ao nível das percepções sensíveis, mas sim, captar a "essência" ou o "sentido das coisas"." (FRAZÃO;FUKUMITSU,2013)
- Criou um modo de chegar "às coisas mesmas" buscando prescindir das especulações, hipóteses e leis gerais para entrar em contato com a especificidade, a originalidade e a ssingularidade de cada fenômeno que se mostra.
- Fenomenologia = Estudo dos Fenômenos, isto é, daquilo que é dado à consciência.
- As coisas só tem valor se fizerem sentido para o indivíduo.
- A relação conhecedor e objeto é possível conhecer uma série de formas de apreensão do mundo, para além da razão e do pensamento, como também, pela intuição, sensibilidade, relação pré-reflexiva, etc.
- Noção da fenomenologia como recomeço, retorno às coisas mesmas, a partir da exploração de dados intuitivos e relação pré-reflexiva,sem estabelecer quaisquer hipótese a respeito.
"A perspectiva fenomenológica constata o caráter intencional da consciência." (FRAZÃO;FUKUMITSU,2013)
- É sempre consciência de alguma coisa.
- Toda e qualquer ciência deverá ser precedida de uma análise fenomenológica visando estabelecer a essência do objeto de estudo antes de formular hipóteses ou leis.
- Noesis: ato da consciência visando o objeto. (gerúndio, o que se está fazendo no momento)
- Noema: objeto visado pela consciência. (passado, o que tornou-se consciente, visado)
- Exemplo: observe uma bolha de sabão.
- O Noema é a bolha de sabão porque a bolha é o objeto visado pela nossa consciência.
- O Noesis é o ato em si de observar a bolha, que é o objeto.
- A fenomenologia concebe o homem como ser no mundo.
"A consciência é, então, consciência no mundo e vincula-se a ele por meio do corpo. Com efeito é pela mediação desse mesmo corpo que podemos nos relacionar com as coisas e com os outros seres humanos."(FRAZÃO;FUKUMITSU,2013)
- A existência só pode ser entendida como no mundo e com o outro.
- A fenomenologia tem como tarefa elucidar as relações vividas e efetivas que se estabelecem, ao mesmo tempo necessária e livremente, entre homem e mundo.
"Para Husserl não se pode conhecer jamais aquilo que se dá por si mesmo, a coisa em si." (FRAZÃO;FUKUMITSU,2013)
- Na fenomenologia
- não se pode especular ou pressupor nada, caso contrário, deixa de ser fenomenologia.
- é preciso suspender todo e qualquer psicionamento ontológico e toda "realidade empírica", colocando em questão tudo que for óbvio, aparente e preconcebido.
-Como apreender o homem que está à sua frente, com toda a sua singularidade, unicidade e originalidade?
- Se despindo do pré-conceito, da pré-reflexão, da pré-definição, de qualquer pré-visão a respeito do mesmo.
- Suspendendo o senso comum, as estruturas prévias de interpretação e a tradição sedimentada.
- Compreender que é bem diferente da passividade de um sujeito ao contemplar sua vivência, mas se esforçar para apreender a significação de sua experiência.
- Intervir procurando compreender e não interpretar.
- Valoriza o experimento em detrimento da técnica.
- No experimento cliente e terapeuta caminham juntos em direção ao novo, novo para os dois.
- A busca do novo leva a outras possibilidades de perceber o mundo com novas significações e sentido.
"...na fenomenologia, a consciência é "síntese em fluxo", é dinâmica e não tem substancialidade."(FRAZÃO;FUKUMITSU,2013)
- Amplia-se o mundo, a consciência.
- Um dos principais pilares do trabalho clínico fenomenológico e gestáltico é a awareness (consciência em fluxo)
Referências:
- FRAZÃO, Lilian Meyer; FUKUMITSU, Karina Okajima. Gestalt-terapia fundamentos epistemológicos e influÊncias filosóficas. Coleção Gestalt-terapua fundamentos e práticas. Summus Editorial. São Paulo, 2013. Capítulo 2: Fenomenologia e Gestalt-terapia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário