segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Evolução do Sistema Nervoso e Psicomotricidade


1.    Introdução
Esse trabalho se propõe a mostrar a evolução do sistema nervoso e psicomotricidade a partir das origens evolucionárias do homem.   



2.    Metodologia
Foi realizada pesquisa teórica em livros e sites relacionados ao tema, com o propósito de mostrar a construção histórico-comportamental do homem em relação à evolução de seu sistema nervoso e desenvolvimento da psicomotricidade.
3.    Evolução do sistema nervoso e psicomotricidade – a história
O sistema nervoso é determinante no processo de aprendizagem, considerando o indivíduo nos seguintes aspectos: fisiológicos, no seu comportamento e com as suas emoções.
Essa evolução do sistema nervoso se dá desde a gestação, e após nascer o bebê, o sistema nervoso que ainda se configura em formação, vai se ampliando ao longo da vida até que esteja totalmente desenvolvido, o que vai permitir a apropriação de uma educação melhor, bem como de uma socialização maior, sobretudo em relação a outros animais.
Quando o sistema nervoso atinge a sua maturidade, ocorre a integração das funções motoras e psíquicas, que se dá pela psicomotricidade. Isso é, à medida que o sistema nervoso vai evoluindo, o homem vai desenvolvendo cada vez mais habilidades motoras e psíquicas.
Harari, em seu livro “Sapiens, uma breve história da humanidade”, conta que Sapiens e Neandertais já eram bem diferentes, não só fisicamente, mas também em seus códigos genéticos, além das capacidades cognitivas e habilidades sociais. Entretanto, o que mantém até então, o homo sapiens como única espécie humana é a sua linguagem única, que para ser desenvolvida, depende do desenvolvimento do sistema nervoso, para também se desenvolver, já que está diretamente relacionada ao pensamento humano.
Considerando os aspectos fisiológicos, o homo sapiens possui uma postura ereta possibilitando a realização de amplos movimentos corporais. E assim, vem dominando a espécie humana desde 70 mil anos atrás, o que é melhor, evidenciado com a Revolução Cognitiva, ocorrida entre 70 e 30 mil anos atrás.
A Revolução Cognitiva, segundo Harari, em seu livro Sapiens, surge a partir das novas formas de pensar e se comunicar que o homo sapiens da época foi desenvolvendo, em decorrência das mutações genéticas ocidentais, que teriam alterado o sistema nervoso do cérebro do Sapiens, favorecendo às mutações da árvore do conhecimento, composta de capacidades cognitivas tais como: aprendizado, memória e comunicação. Surgem a partir dessas habilidades cognitivas, diversas criações nunca antes vistas ou relatadas na história.
Com a Revolução Cognitiva, o sapiens vive numa realidade dual que contempla a realidade objetiva, e que se refere a tudo que se pode ver e pegar, como os rios, árvores, animais. Em contrapartida, contempla a realidade imaginada, que se refere aos deuses cultuados, nações, corporação, etc., que não são palpáveis.
Com a evolução do sistema nervoso e desenvolvimento da linguagem o homo sapiens tem sido capaz de revisar seu comportamento de acordo com suas necessidades, que se apresentam em constantes transformações. 
O sapiens da atualidade, ainda é um ser anima, e suas capacidades físicas, emocionais e cognitivas continuam sendo moldadas pelo DNA, e também, influenciadas por fatores ambientais, e peculiaridades individuais.

4.    História da Psicomotricidade

No início do século XIX surge pela primeira vez o termo psicomotricidade, na tentativa de nomear as zonas do córtex cerebral. Isso se dá a partir de descobertas da neurofisiologia, quando se tenta entender o porquê de haver disfunções graves em algumas pessoas sem que o cérebro tenha sofrido nenhuma lesão física. Dentre essas disjunções, estão os distúrbios de atividades gestual e da atividade prática. E é justamente, a partir da necessidade médica de se encontrar a área do cérebro que explicasse tais fenômenos, é que surge pela primeira vez o termo Psicomotricidade em 1870, e suas primeiras pesquisas têm um enfoque, sobretudo, neurológico.
No Brasil, a psicomotricidade foi fundamentada pela escola francesa, nas primeiras décadas do séc XX, quando as mulheres vão trabalhar e seus filhos passam a ser deixados em creches e escolas.
Em 1909 a neuropsiquiatria Dupre afirma a independência da debilidade motora, deixando importante contributo no âmbito psicomotor. Por outro lado, O tônos aiaxial passa a ser estudado por André Thomas e Saint_anné Dargassie.
Do ponto de vista da Psicologia, somente em 1925, que o médico e psicólogo  Henry Wallon ao atribui o movimento humano como instrumento na construção do psiquismo, permitindo-o relacionar o movimento do afeto à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. Em 1935, o neurologista Edouard Guilmain desenvolve um exame psicomotor capaz de diagnosticar o problema.  Em 1947 o psicquiatra Julian de Ajuriaguerra, redefine a debilidade motora como uma síndrome com suas próprias particularidades, delimitando os transtornos psicomotores que variam entre o neurol[ogico e o psicológico. Porém, foi no Brasil que Antonio Branco organizou a primeira escala de avaliação neuromotora para crianças brasileiras. Dra. Helena antipoff, da escola experimental La Maison de Paris, trouxe para o Brasil sua experiência em deficiência mental, derivada cdo autoconhecimento do sujeito. Em 1972 é que há uma maior divulgação da psicomotricidade no Brasil a partir de um convite de autoridades do Ministério da Educação, em Brasília, à Dra. Dalila de Costallat, para falar de saúde mental.
ISPE, Instituto Superior de Psicomotricidade e Educação, destinado à formação de profissionais em psicomotricidade, se dedica ao ensino de aplicações da psicomotricidade em áreas de saúde e educação
A SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, entidade de caráter científico-cultural sem fins lucrativos, foi fundada em 19 de abril de 1980 com o intuito de lutar pela regulamentação da profissão, unir os profissionais da psicomotricidade e contribuir para o progresso da ciência, promovendo congressos, encontros científicos, cursos, entre outros.
Importante notar que a psicomotricidade está ligada ao processo de aprendizagem do indivíduo, desde os menores gestos até a realização de todas as atividades que permeiam a motricidade do sujeito, com a finalidade de que a mesma possa conhecer e se apropriar de seu próprio corpo, desde a infância até a idade adulta, que serão abordados adiante.

5.    Sistema nervoso: da gestação ao desenvolvimento geral    
A formação do cérebro humano a partir de um pequeno grupo de células é um processo incrível que leva muitos anos para atingir o ápice pleno em termos de habilidades sensoriais, motoras e intelectuais. Embora sua passagem não seja regular, segue uma sequência bastante previsível.
Formação do tubo neural:
A neurulação é fundamental no desenvolvimento do sistema nervoso. Ele ocorre quando a medula espinha primitiva (notocorda) envia um sinal aos tecidos que a recobre para que se torne mais espesso, formando a placa neural. Esta se invagina criando assim o sulco neural. As pregas dentro dele se fundem e fecham para formar o tubo neural. Parte do tecido das pregas é bloqueado para originar a crista neural, futuro sistema nervoso periférico.


Da concepção ao nascimento:
PRIMEIRO MÊS
A fecundação – união entre o óvulo e o espermatozoide – dá origem ao zigoto, que se instala no útero após uma série de divisões celulares. Nesse instante, a placenta também começa a se formar, envolvendo o embrião com o líquido amniótico, que auxilia na alimentação do embrião e o protege caso a mãe sofra uma queda. Ao fim do primeiro mês, ele mede entre 0,4 cm e 0,5 cm.
SEGUNDO MÊS
No segundo mês, o coração bate de forma acelerada, aproximadamente 150 vezes por minuto. É nessa fase que se dá início à formação do sistema nervoso e dos aparelhos digestivo, circulatório e respiratório. Os olhos, os braços, o nariz, as pernas e a boca também começam a se desenvolver. O embrião chega medir cerca de 4 cm.
TERCEIRO MÊS
O período fetal, que começa no terceiro mês de gestação, é perceptível pelo desenvolvimento do esqueleto, dos dedos de mãos, das costelas e pés. Todos os órgãos internos se formam até o fim do mês, quando o feto já está com cerca de 14 cm.
QUARTO MÊS
Nessa fase, o bebê mede cerca de 16 cm e começa a se movimentar, sugar e engolir. Já é também é capaz de perceber alterações de luz e diferenciar gostos doces e amargos.
QUINTO MÊS
A partir do quinto mês, nascem os primeiros fios de cabelo, as sobrancelhas e os cílios. Formam-se as trompas e o útero nas meninas e os órgãos genitais dos meninos podem ser vistos no exame de ultrassom. O bebê tem cerca de 25 cm de comprimento e consegue realizar movimentos como chupar o dedo e franzir a testa.
SEXTO MÊS
O bebê mede cerca de 32 cm e já reconhece sons externos, especialmente a voz e a respiração da mãe. Sobrancelhas e Lábios começam a ficar mais visíveis e as pontas dos dedos apresentam sulcos que se tornarão as impressões digitais.
SÉTIMO MÊS
O bebê mede entre 35 cm e 40 cm. Dentro do útero, dorme, abre os olhos, se movimenta e boceja. Os órgãos internos continuam crescendo e ele ouve e reage a estímulos sonoros, como músicas e conversas.
OITAVO MÊS
Nesse período, o bebê mede entre 40 cm a 45 cm e começa a se preparar para ficar em posição de parto – de cabeça para baixo. Para ajudar a manter a temperatura do bebê depois do nascimento, uma camada de gordura se forma sob a pele. Os pulmões estão quase prontos e os ossos ficam mais resistentes.
NONO MÊS
O bebê mede entre 45 cm e 50 cm, todos os órgãos estão completamente formados e ele já consegue controlar a respiração. O cérebro continua a se desenvolver e as fissuras (sulcos) e saliências (giros) aumento em complexidade no nascimento, o bebê tem tantos neurônios quanto um adulto (100 bilhões), a maioria tendo sido formada até o sexto mês gestacional, embora eles ainda não estejam amadurecidos. Em torno da 40ª semana, ele está preparado para nascer.

Defeitos do Tubo Neural:
A espinha bífida é uma malformação do tubo neural que pode trazer complicações para a vida da criança. “Existem graus do problema, sendo o mais grave deles a mielomeningocele, quando a medula espinhal fica exposta, o que pode atrapalhar a marcha da criança, o funcionamento da bexiga e a força nas pernas”, comenta Adriano Keijiro Maeda, neurocirurgião pediátrico do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. Na versão mais agressiva, além da malformação em si, ocorre uma síndrome que provoca alterações ortopédicas e hidrocefalia, o acúmulo de líquidos na cabeça do bebê.
A falha fica visível a partir do ultrassom morfológico que é feito perto da 22ª semana de gestação. Ela pode aparecer em qualquer lugar da coluna, mas é mais frequente na região lombar. Logo, começa uma corrida contra o tempo para proteger o sistema nervoso, que já no útero estará exposto ao risco de lesões.
Felizmente, o problema não é tão comum. “A incidência muda entre os países, mas fica na casa de um para cada cem mil habitantes. No Brasil, dois estudos mais recentes mostraram uma taxa que varia entre 1,8 até 2,228 a cada cem mil”, afirma Salgado.

Os fatores de risco:

É multifatorial, mas há um ponto que tem parcela de culpa maior nessa história. É a carência de ácido fólico. O problema é que o nutriente é fundamental para o desenvolvimento do tubo neural do bebê – e não adianta começar a tomá-lo só depois que a gravidez é descoberta. “Percebemos que muitas mulheres acabam tomando errado o suplemento, quando a fase das malformações já passou”, comenta Maeda. Outros fatores relacionados à espinha bífida são a desnutrição no geral, genética e uso de algumas medicações.

Como é feito o tratamento:

Antigamente era preciso operar o recém-nascido o quanto antes, mas agora é possível intervir ainda no útero nos casos mais graves. “A abordagem intrauterina tem resultados cada vez mais favoráveis no fechamento da espinha e proteção do sistema nervoso”, aponta Humberto Salgado Filho, cirurgião pediátrico do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim. Ela pode ser realizada por vídeo ou retirando o bebê da barriga por um breve período e o devolvendo para o término da gestação em seu tempo normal.

Anencefalia:

É também caracterizada como uma malformação do tubo neural. Quando a porção superior do tubo neural não se fecha, o resultado é a anencefalia. No entanto, a causa específica não é conhecida. Alguns acreditam que essa condição possa estar relacionada às toxinas ambientais, mas nenhuma ligação total foi atestada. Além disso, também nesses casos, os baixos níveis de ácido fólico no plasma parecem contribuir para os defeitos do tubo neural. A anencefalia pode ser detectada, através do exame de ultrassonografia, por volta da 8ª semana de gestação.

6.    Desenvolvimento psicomotor do homem: a partir do nascimento

AO NASCER: o bebê tem seus membros muito flexíveis. Ele ainda não sustenta sua cabeça mais que alguns segundos, possui movimentos involuntários e têm reflexos muito primários. Os reflexos primários estão relacionados ao instinto de sobrevivência, como por exemplo, se tocar no queixo, ele vira a cabeça na direção do dedo e abre a boca, e se este for colocado na boca o bebê vai reagir com o reflexo de sucção. Se colocado em posição vertical, o bebê esboça automaticamente passadas, como se já soubesse como andar. E ainda, se tocar na palma da mão de um bebe com um de seus dedos, ele vai apertar o seu dedo com força e manter a mão fechada.

PRIMEIRO MÊS DE VIDA: espera-se que o desenvolvimento de seu sistema psicomotor possa permitir que o bebê siga a pessoa com os olhos, que se aproximou dele de forma suave e bem próxima.

SEGUNDO MÊS DE VIDA: o bebê já consegue sustentar a sua cabeça por alguns instantes, porém sua coluna ainda está mole, podem chupar dedos e esboçar sorrisos mais espontâneos.

TERCEIRO MÊS DE VIDA: já sustenta a cabeça ereta, sem a necessidade de segurar o pescoço. Suas costas já estão mais eretas também. Consegue levantar a cabeça quando de bruços e apoiar-se nos antebraços por instantes. Deitado de barriga para cima, já dobra e estica as perninhas. Começa a descobrir as mãos observando-as e qualquer paninho colocado em suas mãos, consegue agarrá-lo e depois largar.

QUARTO MÊS DE VIDA: o bebê explora o corpo com as mãos, junta as mãos, segura objetos por instantes, dá risadas mais elaboradas, e vira a cabeça quando ouve um barulho.

QUINTO MÊS DE VIDA: o bebê ao deitar de costas faz movimentos de pedalar, senta por pouco tempo quando apoiado em travesseiros, agarra tudo e leva na boca, e sorri quando se vê no espelho.

SEXTO MÊS DE VIDA: quando de barriga para baixo, consegue se virar sozinho, estica os bracinhos e segura os brinquedos. Quando apoia as pernas faz movimentos de flexão como se estivesse pulando.

SÉTIMO MÊS DE VIDA: o bebê, já consegue se sentar, com as costas e a cabeça reta. Deitado de barriga para baixo, consegue se apoiar numa só mão e segurar um brinquedo com a outra.

OITAVO MÊS DE VIDA: o bebê inclina-se para frente, pega o brinquedo e retorna a posição sem desequilibrar. Se utiliza das mãos para manter o equilíbrio. Ainda segura a mamadeira sozinho.

NOVE MESES DE VIDA: ele consegue mudar de direção, consegue ficar de bruços, mas ainda não consegue engatinhar, mas já pode arrastar-se apoiando-se no antebraço. Consegue ficar de pé alguns instantes, segurando-se em algum lugar ou na mão de alguém. Consegue pegar pequenos objetos com o indicador e o polegar, o que se chama de pinça fina. Pega brinquedos e dá ao adulto.

DÉCIMO MÊS DE VIDA: consegue engatinhar rápido, se apoia em algo para ficar em pé, e consegue dar alguns passinhos, porém deverá estar andando em mais três meses.

ONZE MESES DE VIDA: já consegue ficar de pé sem se segurar, andar desde que lhe deem as duas mãos, aponta com dedo, dá tchau e bate palmas.

ENTRE 12 E 15 MESES DE VIDA:  o bebê já anda sozinho, fica de pé sem se apoiar, e ainda consegue subir escada.



REFERÊNCIAS
LIVRO: HARARI, Y.N. Sapiens uma breve história da humanidade, 36ª ed., Ed. L&PM, Porto Alegre, RS, 2018. Parte um: Revolução Cognitiva.
PEPSIC – PERIÓDICOS ELETRÔNICOS EM PSICOLOGIA. Psicomotricidade no contexto da neuroaprendizagem: contribuições à ação psicopedagógico. Rev. Psicopedagogia.vol.32, no.97. São Paulo, 2015. Disponível em:http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862015000100009.  Acesso em 21/09/2018.
EFDEPORTES.COM. Psicomotricidade: história, desenvolvimento, conceitos, definições e intervenção profissional. Revista digital, ano 13, nr. 126, Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd126/psicomotricidade-historia-e-intervencao-profissional.htm. Acesso em 21/09/2018.
PINHEIRO, CHLÓE. Tudo sobre espinha bífida, malformação que pode ser corrigida. Revista Bebê. Publicado em 5 nov 2017. Disponível em: https://bebe.abril.com.br/saude/espinha-bifida-malformacao-pode-ser-corrigida/> Acesso em: 22 de setembro de 2018.
MORAES, Alberto Parahyba Quartim de - O Livro do cérebro. Vol 4. São Paulo. SP, Editora Duetto - 2009. Pag 228
FRANCO S. Norma – Descomplicando as práticas de laboratório de neuroanatomia - 2005
GOVERNO DO BRASIL. Conheça todas as etapas do desenvolvimento do bebê. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/noticias/saude/2011/10/conheca-todas-as-etapas-de-desenvolvimento-do-bebe / > Acesso em: 22 de setembro de 2018.

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