sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Introdução à Psicofarmacologia

  HISTÓRICO

 Surgem os primeiros fármacos...

  • 1949- Lítio
  • 1952 - Clorpromazina
  • 1954 - Meprobamato
  • 1957 - Clordizepóxido
A Psicofarmacologia emergiu empiricamente.

Década de 50 - surgem cinco grupos de drogas para tratamento dos transtornos psiquiátricos:

1. ANTIPSICÓTICOS 
2. ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS
  • Imipramina (1958)
  • Pesquisas com anti-histamínico.
  • não pode ser administrada em combinação ou no intervalo de 14 dias antes ou após o tratamento c/ um inibidor da MAO
  • O  primeiro de uma série de antidepressivos tricíclico


  • Antidepressivo tricíclico  são uma classe de fármacos usados no tratamento sintomático da depressão e outras síndromes depressivas. Eles têm esse nome devido a presença de três anéis de carbono.




3. ANTIDEPRESSIVOS IMAO
  • Iproniazida
    • tratamento da tuberculose 
    • age na elevação de humor e euforia
    • inibidor da monoamina oxidase (IMAO), que foi desenvolvido como o primeiro anti-depressivo, após estudos de Crane e Kline, DE 1956 E 1958, respectivamente.
4. ANSIOLÍTICOS
  • Meprobamate
    • é um carbamato com hipnótico, sedativo, e algumas propriedades relaxantes musculares, embora em doses terapêuticas, a redução da ansiedade, em vez de um efeito direto pode ser responsável pelo relaxamento muscular.
    • É utilizado no tratamento de transtornos de ansiedade, e também para o tratamento a curto prazo da insónia, mas tem sido em grande medida substituido pelas benzodiazepinas.
  •  Clordiazepóxido
    • é uma benzodiazepina que se emprega no tratamento da ansiedade, de curta duração. Também é usado para tratamento de insônia.
5. ANTIMANIA
  • Lítio 
    • é indicado no tratamento de episódios maníacos nos transtornos afetivos bipolares; no tratamento de manutenção de indivíduos com transtorno afetivo bipolar, diminuindo a frequência dos episódios maníacos e a intensidade destes quadros; na profilaxia da mania recorrente; prevenção da fase depressiva.
Após mais de 40 anos da introdução desses agentes terapêuticos originais, a psicofarmacologia trouxe uma consequência quantificável bastante impressionante: a inversão da tendência de crescimento das curvas de frequência de admissão hospitalar e ocupação de leitos, reduzindo a internação e o tempo de permanência de pacientes psiquiátricos.

Embora tenha ampliado o arsenal terapêutico, aumentando o número de drogas, os compostos mais recentes muito pouco acresceram aos compostos originais.

As hipóteses biológicas sobre a fisiopatologia dos transtornos mentais leva em consideração os seguintes aspectos:
  • elucidar o mecanismo de ação dessas drogas
  • maior seletividade e latência de ação
  • Toxicidade 
  • Efeitos colaterais
Década de 60...

Hipótese monoaminérgica da depressão:
  • Essa teoria propõe que a depressão seja consequência de uma menor disponibilidade de aminas biogênicas cerebrais, em particular de serotonina, noradrenalina e/ou dopamina.
  • Déficit funcional de neurotransmissores enquanto a mania seria causada por um excesso.
Hipótese de Schildkraut
  • formulada em termos de noradrenalina (NA), foi reformulada por Coppen e Col., para incorporar também a serotonina (5-HT)
  • NORADRENALINA ou norepinefrina é um hormônio e também um neurotransmissor do sistema nervoso simpático. Ela é produzida na medula da glândula suprarrenal, sendo liberada diretamente na corrente sanguínea. Também pode ser secretada por neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático.

SEROTONINA
 é um neurotransmissor que atua no cérebro, estabelecendo comunicação entre as células nervosas, podendo também ser encontrada no sistema digestivo e nas plaquetas do sangue. Esta molécula é produzida a partir de um aminoácido chamado triptofano, que é obtido através dos alimentos.



Hipótese dopaminérgica da esquizofrenia

  • DOPAMINA é um neurotransmissor central liberado em vesículas nas sinapses do Sistema Nervoso Central; na esquizofrenia, estariam envolvidos os sistemas mesolímbico e mesocortical.
  • como antipsicóticos antagonizam a ação da dopamina (DA).
  • foi proposto que na esquizofrenia haveria um estado de hiperatividade dopaminérgica funcional no sistema límbico.

MODELOS ANIMAIS
  • As hipóteses etiopatológicas das doenças mentais se originaram a partir de estudos em animais sobre os efeitos de drogas no sistema nervoso central (SNC)
  • Os experimentos em animais, embora sofram as restrições inerentes ao fato de não se poder reproduzir fidedignamente neles as características  de transtornos humanos, são responsáveis, em grande parte pelo que se sabe atualmente sobre as ações dos psicofármacos em diversas etapas dos processos de transmissão sináptica.
  • Os modelos experimentais em animais tentaram estabelecer um paralelo entre os efeitos comportamentais induzidos pelos psicofármacos com sinais clínicos e/ou neurofisiológicos em humanos.
  • Os estudos comportamentais envolvem até hoje, a observação de camundongos e ratos, para avaliação da atividade geral.
TÉCNICAS BIOQUÍMICAS
  • seu desenvolvimento permitiu um aprofundamento dos estudos comportamentais.
  • a primeira permitiu a identificação das vias neuronais / determinar a taxa de renovação dos neurotransmissores e demonstrar alterações induzidas por drogas no conteúdo de aminas biogênicas.
  • a segunda permitiu a identificação de receptores e transportadores de membrana.
  • estudos adicionais expandiram a compreensão sobre o mecanismo de ação e efeitos colaterais dos psicofármacos.
  • permitiram também avaliar os efeitos crônicos da droga nos receptores, possibilitando o estudo da neuroadaptação funcional, tolerância e dependência.
  • estudos estavam voltados para os efeitos dos psicofármacos sobre os sistemas catecolaminérgico, colinérgico e serotoninérgico, uma vez que, drogas antipsicóticas e antidepressivas, psicoestimulantes, opiáceos e alucinógenos, modificam direta ou indiretamente a síntese, degradação, recaptação, liberação ou armazenamento de uma ou mais monoaminas ou podem interagir com diferentes subtipos de receptores desses sistemas no SNC.
  • os estudos também procuraram abordar os efeitos dessas drogas sobre outros neurotransmissores.
REFERÊNCIAS
Slide professora Me. Elisangela Cata Preta
GORENSTEIN C, SCAVONE, C. Avanços em Psicofarmacologia - mecanismos de ação de psicofármacos hoje. Rev. bras. Psiquitatria, 21(1). 1999.

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