O PSICODIAGNÓSTICO...
- É um tipo de avaliação psicológica desenvolvida no âmbito clínico.
- Inicia-se a partir de uma demanda do cliente.
- Tem foco específico, ou seja, o motivo da avaliação, que irá guiar todo o processo: escolha de técnicas e instrumentos a serem utilizados.
AS ENTREVISTAS INICIAIS...
- É indispensável uma entrevista inicial, tanto com o profissional que solicitou o psicodiagnóstico, como com o cliente a ser avaliado. Além desses, pais, responsáveis, e outros profissionais se necessário.
- Permite aprofundar as queixas ou motivos trazidos em um momento inicial.
- têm como objetivos conhecer o paciente que chega para a avaliação e compreender o motivo do psicodiagnóstico.
- Possibilita aos psicólogos avaliadores se abastecer do maior número e das mais variadas fontes de informação.
CONTATO COM O PROFISSIONAL ENCAMINHADOR
A PRIMEIRA ENTREVISTA...
- pode ocorrer antes ou após o contato com outros familiares
- crianças ou dependentes se realiza a entrevista com os pais.
- permite conhecer as expectativas em relação à avaliação, obter informações acerca do motivo do encaminhamento e fazer esclarecimentos sobre o processo.
- Inicia-se um vínculo e uma relação de confiança entre o profissional e os responsáveis pelo paciente que será avaliado.
- o profissional deve se mostrar aberto para responder aos mais diversos questionamentos que podem ser trazidos por eles e estabelecer uma relação de confiança.
- o ambiente deve ser acolhedor que possibilite ao paciente e a seus familiares sentirem-se seguros e confortáveis.
- Possibilita a confirmação ou não daquelas primeiras impressões surgidas no momento do encaminhamento.
- Questionar se eles sabem a razão da avaliação e como percebem as queixas relativas a seu(sua) filho(a).
- Se conhecem o trabalho do psicólogo e se têm alguma ideia de como funciona um psicodiagnóstico.
- "Deve-se explicar, que o psicodiagnóstico ocorre dentro de um tempo limitado, que, durante esses encontros, tenta-se compreender a queixa trazida conversando com a criança, utilizando algumas técnicas que vão desde brincadeiras até a aplicação de instrumentos, e que, ao fim do processo, será dada uma devolução tanto para os pais como para o paciente e para o profissional que solicitou a avaliação." (ADRIANA)
- Começa a se formar uma imagem sobre o paciente, embora nem sempre as informações trazidas pelos pais ou responsáveis são a realidade.
- coletar de informações relacionadas ao paciente que serão significativas para o delineamento de um plano de avaliação.
O QUE DEVE SER QUESTIONADO OU EXPLICADO AO CLIENTE
COM CRIANÇAS...
- Se ele(a) sabe porque veio ao psicólogo.
- Comunicar sobre os encontros que terão.
- Informar sobre possíveis atividades.
- falar sobre o objetivo dos encontros: conhecer melhor e entender as dificuldades do cliente.
COM ADOLESCENTES...
- É importante que o paciente sinta-se - responsável por seu processo de avaliação desde o início.
- A primeira entrevista pode ocorrer com o adolescentes apenas, se os pais estiverem de acordo, autorizando-o, já que é menor de idade.
- Pode-se conversar com o paciente adolescente incialmente, e em um segundo momento, com os pais ou responsáveis.
- Ao longo do processo, os responsáveis deverão ser chamados para outras entrevistas, par coleta de dados de anamnese do paciente.
COM ADULTOS...
- O mesmo procedimento, exceto pela necessidade da presença dos pais.
QUESTÕES RELEVENTES NA PRIMEIRA ENTREVISTA...
- Desde quando os sintomas se manifestam?
- Existe algum fator desencadeante?
- Qual a intensidade?
- Em que ambientes eles ocorrem?
- Como o paciente percebe esses sintomas?
- Qual a influência dos sintomas na vida diária?
- Quais os prejuízos que eles vêm trazendo para a vida do paciente?
- Em que áreas da vida (social, familiar, educacional/laboral) os sintomas/problemas trazem prejuízos?
- Como a família, os amigos e outras pessoas que convivem com o paciente observam o problema?
- Que tipo de suporte (social, familiar, financeiro) ele tem para lidar com o problema?
- Com quem vive e quem o auxilia em suas dificuldades?
- Ele já passou por algum tipo de atendimento profissional antes?
- Quais profissionais o acompanham?
Questões importantes em relato de ideação suicida:
- Escuta ativa, atenta, empática.
- O paciente tem planos de suicídio?
- Já pensou de que forma e com que meios colocaria esses planos em prática?
- Existe alguma data prevista para isso?
- Já realizou tentativas anteriores?
"Estudos demonstram que a presença de transtornos mentais, como os do humor e a esquizofrenia, e as tentativas prévias de suicídio estão entre os principais fatores de risco para o suicídio" (Brasil, 2006; Werlang, Borges, & Fensterseifer, 2005) apud Adriana.
Na evidência de risco de suicídio...
- não se pode liberar um paciente para que saia sozinho do atendimento.
- É importante criar um espaço de escuta empática e atenta para as questões trazidas, a fim de que ele também consiga aliviar sua angústia.
- deve-se informar o paciente sobre a necessidade de entrar em contato com os familiares ou amigos mais próximos, que deverão ser orientados a não deixá-lo só em nenhum momento, em função do risco existente, e a impedir o acesso a meios que possibilitem o suicídio (medicamentos, armas, cordas, etc.).
- paciente em acompanhamento psiquiátrico, deve-se contatar o profissional, também com a autorização do paciente e dos familiares, para que sejam adotadas as medidas necessárias.
- paciente não está em acompanhamento psiquiátrico, dependendo da gravidade do risco, pode-se orientar a família para a busca de internação psiquiátrica do familiar.
ETAPAS DA ENTREVISTA INICIAL
1ª Etapa - paciente encaminhado para avaliação
- Contato com a fonte de encaminhamento para levantamento de informações.
- Se aplica a crianças, adolescentes e adultos.
2ª Etapa - Entrevista com paciente e responsáveis.
- Paciente Adulto - a primeira entrevista geralmente é realizada com o próprio paciente.
- Paciente Adolescente - A primeira entrevista pode ser realizada com o próprio adolescente, seguida por entrevista com os pais ou responsáveis.
- Paciente criança - A primeira entrevista é realizada com os responsáveis. Posteriormente, marca-se com a criança.
3ª Etapa - Entrevistas com outras fontes de informação
- Sempre com a autorização do paciente e, se for o caso, de seus responsáveis, pode-se coletar informações de outras fontes, como familiares, professores, outros profissionais que acompanham o paciente.
O PLANO DE AVALIAÇÃO...
- Que técnicas e testes podem ser utilizados com esse paciente?
- Qual o seu nível de compreensão?
- Qual sua capacidade de comunicação?
- O paciente faz uso de lentes ou de aparelho auditivo?
- Tem algum problema de visão ou alguma dificuldade motora?
- É destro ou canhoto?
- Qual sua escolaridade?
- É alfabetizado?
Essas perguntas são importantes para definir o tipo de teste a ser aplicado de acordo com a dificuldade do paciente:
- um paciente com dificuldade para identificar cores, por exemplo, não se pode utilizar um teste como o Rorschach.
- avaliação da área cognitiva não poderia contemplar exercícios verbais, se a criança tem dificuldade de comunicação verbal.
- pacientes que utilizam lentes ou aparelho auditivo é importante lembrar que o uso do aparelho ou dos óculos será imprescindível para a realização dos testes.
MODELOS DE ENTREVISTA INICIAL
Livre
- é mais aberta, podendo partir de uma pergunta mais generalista e seguir sendo construída ao longo do seu desenvolvimento.
- De acordo com Tavares (2003), em um contexto de avaliação, mesmo a entrevista livre deve ter algum tipo de direcionamento por parte do avaliador.
- É importante ter em mente os temas que pretende abordar, mesmo não tendo nada elaborado, mantendo o foco de investigação.
- investiga-se questões específicas aos sintomas apresentados e questões mais generalistas, como aquelas relativas aos marcos de desenvolvimento
Semiestruturada
- Para Ocampo e Arzeno (2009), a entrevista inicial se caracterizaria como uma entrevista semidirigida. o paciente é quem constrói a forma como as informações serão trazidas.
- É ele quem irá definir quais dados relativos ao seu problema serão abordados primeiramente e que outros dados serão incluídos.
- O avaliador poderá auxiliar na estruturação desse campo de informações questionando aquilo que pode ter se mostrado como contraditório, impreciso, ambíguo ou incompleto e assinalando algumas questões quando o paciente não souber como iniciar ou dar continuidade ao seu relato durante a entrevista.
- Possuem perguntas pré-formuladas.
- O avaliador segue um roteiro de perguntas.
- Podem surgir novas perguntas.
- São bem aplicadas para realização de anamnese.
- Cada fase do desenvolvimento demanda perguntas específicas.
Estruturada
- são mais raras no contexto clínico.
- a limita o avaliador tanto no que se refere às perguntas que podem ser feitas quanto no tipo de resposta que pode ser obtida
- seguem um roteiro bastante rígido, contendo perguntas e alternativas de respostas determinadas (Laville & Dionne, 1999)
- Não existe liberdade para que se acrescentem novas questões nem a possibilidade de o paciente trazer respostas diferentes daquelas preestabelecidas.
- servem para algum tipo de protocolo de avaliação ou em situações de pesquisa
REFERÊNCIAS.
HUTZ, C.S.; BANDEIRA, D. R.; TRENTINI, C.M.; KRUG, J.S. Psicodiagnóstico. Coleção avaliação psicológica. Artmed. São Paulo, 2016. Cap.5 - A entrevista psicológica no Psicodiagnóstico.
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